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Cerca de 600 trabalhadores que foram demitidos da Usina Santa Rita Açúcar e
Álcool, em Santa Rita do Passa Quatro, fizeram uma manifestação nesta
terça-feira (18) pela falta de pagamento das rescisões. A usina informou que
passa por dificuldades financeiras e não há previsão para fazer o pagamento.
Os ex-funcionários
se reuniram em frente à empresa e devem ficar no local até
sexta-feira (21). O ajudante Camilo Rodrigues Ferreira trabalhou
por 15 anos na usina. Com a esposa e três filhos, ele não
consegue pagar mais as contas e passa por necessidades. “Está
faltando feijão, arroz, mistura, está faltando tudo porque eu
não estou recebendo nada. Você acha que |
isso é certo?. De
noite em nem durmo com contas para pagar, a loja não está nem
aí”, disse.
As demissões
aconteceram em outubro e, segundo os funcionários, os
responsáveis pela usina alegaram que não tinham mais condições
de manter o quadro de funcionários, mas garantiram que pagariam
a rescisão do contrato em 10 parcelas, uma por semana, o que não
aconteceu.
Todos receberam
só a primeira parcela e estão revoltados. “Nenhum passou por
exame médico, nenhum passou por médico do trabalho para ver se
estava apto para ser dispensado”, afirmou o cozedor Edinaldo
César de Oliveira. A empresa, no entanto, alegou que todas as
formalidades para as demissões foram cumpridas, inclusive os
exames médicos.
O extrator
Olíbio Ribeiro dos Santos passaria por uma cirurgia quando foi
dispensado. “Agora eu fiz um convênio por conta e a cirurgia
ficou para dia 22 de janeiro, mas eu não tenho dinheiro para
pagar a prestação do convênio”, reclamou.
ATRASO
NOS PAGAMENTOS
- O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da
Indústria de Alimentação, Raimundo Vilas Boas de
Oliveira, explicou que o problema acontece desde o
começo do ano. “Tivemos dificuldades com atraso de
pagamentos. A gente se reuniu, o trabalhador parou,
alguns meses foram pagos, e o trabalhador voltou a
trabalhar para fazer a safra, entendendo que receberia
seu salário em atraso”, explicou.
Os
ex-funcionários afirmaram que só vão deixar o local
quando o caso for resolvido. “Essa manifestação é de
repúdio, de indignação e revolta por tudo isso que está
acontecendo”, disse Oliveira. |
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O sindicato
informou que em uma reunião realizada na tarde desta terça que a
empresa se comprometeu a pagar duas parcelas em atraso até
segunda-feira (24). As outras serão quitadas conforme a empresa
for conseguindo o recurso.
*Fonte:
G1/São Carlos / Fotos:
Marlon Tavoni
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