e a supervisora
da Creche Municipal Ferdinando Mechioretto,
que foram exoneradas dos cargos após novas denúncias.
Segundo o
delegado, a monitora não disse onde estava escondida. “Acredito
que, provavelmente, estava na casa de algum parente. Ela só se
entregou porque a busca policial foi implacável. Com as
informações que recebemos, procuramos em todos os locais que ela
pudesse estar”, contou Capobianco.
A mulher fez exames
de corpo de delito no pronto-socorro da cidade, foi apresentada
à Justiça e depois encaminhada para a cadeia feminina de
Ribeirão Bonito, onde ficará por 30 dias, enquanto a polícia dá
sequência às investigações. Ao menos sete pais de crianças que
sofreram algum tipo de violência na creche já foram ouvidos.
CRIMES
- Segundo o delegado, a monitora pode ser enquadrada nos crimes
de maus-tratos, com pena de até 1 ano, e tortura, de 2 a 8 anos.
Por ser agente pública, a condenação pode aumentar. Procurado, o
advogado da mulher não foi encontrado para comentar o caso.
A outra funcionária
que acompanhava as agressões feitas pela colega e que não reagiu
também é investigada e pode responder como coautora, segundo
Capobianco. A servidora de 57 anos se apresentou à polícia na
sexta-feira (5). Segundo a advogada dela, Renata Giocondo, a
mulher confirmou que não reagiu às duas agressões praticadas
pela colega porque ficou 'sem ação diante da violência praticada
contra as crianças'.
De acordo com a
advogada, a servidora disse ter pedido para que a monitora
parasse com a agressão, mas que isso não teria adiantado. Após a
segunda criança ter sido atacada ela se retirou da sala. Ainda
segundo a advogada, as duas mulheres estavam sozinhas na creche
no momento em que o vídeo foi gravado.
NOVAS DENÚNCIAS
- Após novas denúncias, a Prefeitura exonerou na última
sexta-feira (5), a diretora e a supervisora da creche, que já
teriam sido avisadas sobre a situação. Além da denúncia de
maus-tratos, a Prefeitura explicou que a exoneração serve para
preservar a integridade das duas, que perdem os cargos
comissionados e voltam a exercer a função de professoras em
outras unidades da Secretaria de Educação.
Duas funcionárias,
que não quiseram se identificar, denunciaram a direção da creche
e afirmaram que a monitora era agressiva. “Eu sabia que ela
batia. Várias vezes eu ouvi choro, mas nunca pude abrir a porta
e ir lá fazer alguma coisa. Eu a vi batendo em uma criança, só
não tomei atitude por medo de represália e perseguição. Cheguei
a falar com a diretora, procurei a supervisora, mas nada foi
feito. Relatamos que ouvíamos as crianças chorando, que a
monitora agredia, não fazia o serviço direito, não dava comida,
não trocava a fralda, não fazia nada. Porque a sala tem um vidro
e quem estava lá fora via”, disse uma delas.
A outra funcionária
que trabalha na unidade contou que era normal ouvir choro de
crianças na sala da monitora afastada. “Nunca questionei porque
ela tem uma personalidade forte e é muito malcriada. As crianças
que ela cuidava tinham medo, estavam sempre de cabeça baixa,
tristes, um comportamento bem esquisito”, afirmou.
*Com informações
do G1/São Carlos
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