A missa foi celebrada pelo Padre Celso Abreu de Jesus, da Paróquia Santa
Luzia, da cidade de Mococa, município onde também existe uma unidade da
Usina Ipiranga instalada. De acordo com o Pároco, o convite de vir até
Descalvado nesta quinta-feira para presidir a missa de abertura da safra
partiu da família Titoto, proprietária da empresa, e que o momento é de
agradecimento pela volta da chuva.
"Começando uma safra
começa um tempo novo na cidade, onde famílias recebem o bem dessa safra.
As oportunidades de trabalho aumentam, o nível econômico das pessoas
melhoram, então é um tempo de Graça! Temos que bendizer a Deus, e esse
ano louvar a Ele, porque no momento da maior dificuldade, as chuvas
vieram e ajudaram para ter uma safra melhor e abençoada!"
Outro ponto
importante na celebração da missa, segundo o religioso, é o
pedido para que não ocorra nenhum acidente com os trabalhadores
da safra da cana-de-açúcar. "Também pedimos a proteção Divina
para o trabalho, para que não ocorra nenhum desastre, nenhum
acidente e nenhum enfermo! Que Deus livre dos perigos" disse o
Padre Celso.
"Como eu falei na missa:
que seja um safra de açúcar e álcool, mas também de amizades, de
respeito, de bem estar, de alegria, de prosperidade! Uma grande safra de
bênçãos para toda a usina, para todos que aqui trabalham e para toda a
cidade de Descalvado!", concluiu. |
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UMA HISTÓRIA DE AMOR AO
TRABALHO - A
reportagem do
DESCALVADO NEWS
também conversou com o Sr. Ângelo Marinelli Neto, de 76 anos,
funcionário da Usina Ipiranga há 56 anos. Muito mais do que uma história
de vida, Sr. Ângelo nos deu mostras do amor e do orgulho que sente pela
empresa no qual vem dedicando toda a sua vida como trabalhador. Segundo
o mecânico e soldador, que também já trabalhou em diversos setores da
Usina Ipiranga ao longo destes 56 anos de dedicação, foram muitos
períodos de dificuldades, mas um em especial marcou essa longa jornada:
"Quando os primeiros patrões comprou aqui, passaram muita dificuldade.
Lutaram muito, mas não conseguiram tocar a usina. Meus pais que tomavam
conta da lavoura, ficaram oito meses sem pagamento. Foi então que o
Guilherme Scatena veio e conseguiu sozinho tocar a usina. Mesmo ficando
doente por um tempo, ele voltou à ativa, trabalhou muito e de lá pra cá
a usina só foi crescendo!" relembra o funcionário ao contar como
transcorreu o início das atividades da Usina, em meados da década de 50.
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Nascido na
fazenda onde hoje está instalada a Usina Ipiranga, o
trabalhador conta que faz parte da 5ª geração da família que
reside no local. "Eu sou a geração número cinco da minha
família aqui. Meus quatro avôs vieram da Itália e só saíram
daqui de pé junto! Meu pai e minha mãe nasceram todos aqui,
e eu também nasci aqui" conta Sr. Ângelo com orgulho.
Perguntado sobre qual a
principal diferença entre a safra atual e aquela de 56 anos atrás, Sr.
Ângelo não exitou em responder: "Ah, hoje em dia é tudo mais fácil!
Primeiro era tudo no 'foião', carregar cana nas costas, era tudo mais
difícil! Hoje facilitou todas as partes!" explicou.
Quanto às expectativas para
a nova safra que se inicia, Sr. Ângelo se mostrou confiante de que será
muito melhor do que a do ano passado. "Eu acho que |
vai ser uma
safra boa. Se não faltar chuva, porque o mês principal
da cana crescer é setembro e outubro, quando começa a
cortar, aí ela tem que brotar né! Então a força da cana
é agosto, setembro e outubro. Se faltar nesses momentos
ela fica parada, por isso o atraso deste ano" disse o
mecânico e soldador. |
EXPECTATIVAS PARA A SAFRA 2015/2016 - O aumento da mistura de etanol
anidro na gasolina, de 25% para 27,5%, e a previsão de queda na
exportação de açúcar, provocada pela alta do dólar e desvalorização do
real, são indicativos de que a safra da cana-de-açúcar em 2015/2016 deve
ser ainda mais alcooleira que nos últimos anos, principalmente para
atender à demanda do mercado interno.
O primeiro balanço divulgado pela União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica)
aponta que a produção do etanol produzido pelas usinas da região Centro-Sul
deverá ser destinado ao próprio país. Para a exportação foram destinados pouco mais de 40 milhões de
litros.
Em relação ao etanol anidro, as vendas sofreram queda de 3,8%: até 16 de março
foram vendidos 364 milhões de litros pelas unidades produtoras do Centro-Sul,
contra 378 milhões no mesmo período do ano passado. Por outro lado, o volume de
vendas do hidratado foi maior, passando de 452 milhões para 681 milhões de
litros comercializados - crescimento de 50,5%.
“Está muito difícil fazer previsão no cenário atual, mas a gente espera uma
safra outra vez mais alcooleira. Nós estamos esperando, no geral, uma safra não
muito maior. Então, esse etanol, seja anidro ou hidratado, vai sair do açúcar",
afirmou Manoel Ortolan, presidente da Associação dos Plantadores de Cana do
Oeste do Estado de São Paulo (Canoeste).
A entidade reúne 2,1 mil produtores de cana na região de Ribeirão Preto e
deve colher cerca de 10,78 milhões de toneladas de cana, 9% a mais que a safra
passada, quando foram produzidas 9,8 milhões de toneladas. "A expectativa, em
função da forma como o canavial está, é de que tenhamos uma safra de números
parecidos", disse Ortolan.
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