Para ele, é preciso torcer para que nos próximos meses chova como em
fevereiro. “Não são somente os peixes que precisam do rio, há mamíferos
e há aves que também dependem dele para sua sobrevivência”, ressaltou.
ESPERANÇA
- Os pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de
Peixes Continentais (Cepta) encontraram na coleta de água feita nesta
sexta-feira (20) larvas e ovos de peixes. Segundo os pesquisadores, isso
significa que algumas espécies começaram a desovar e a reprodução voltou
a acontecer no Rio Mogi Guaçu.
“As espécies que estamos
encontrando são Dourado, Lambari, Curimbatá e Piapara, mas esse material
coletado vai para a Unesp de Botucatu, onde serão feitas análises para
saber realmente quais espécies estão sendo desovadas”, explicou o
coordenador do Cepta, José Senhorini.
Ele explicou que o trabalho
de delimitação de áreas de desova no Mogi Guaçu é feito há dois anos e a
coleta de amostras ocorre desde novembro. “Identificamos boas desovas
entre 18 e 25 de dezembro. Depois disso, o rio baixou e as desovas
tinham cessado”, disse.
ESTIAGEM
- A estiagem que atingiu o Rio Mogi desde o início de 2014 agravou a
qualidade de água e
chegou a ameaçar
os peixes devido ao aumento da poluição,
como também
colocou em risco o
abastecimento em pelo menos três cidades da região.
Em outubro de 2014, o rio chegou ao seu pior nível em 50 anos, com
apenas 20% do volume esperado para a época, e deu lugar a um mar de
pedras. Onde antes corria muita água era difícil achar até mesmo uma
poça. A falta de
chuva ameaçou a piracema no local, considerado um dos maiores berçários
de peixes de água doce do Estado de São Paulo, e colocou em risco de
extinção 14 espécies. Como o nível da escadaria chegou a ficar muito
baixo, os peixes não conseguiam subir o rio.
Mas em novembro a situação
começou a mudar. O mês registrou 223 milímetros de chuva e aumentou em
cerca de 60 centímetros o nível do Mogi Guaçu. O aumento na vazão
permitiu a passagem dos grandes peixes e a desova, o que facilitou a
piracema. *Com informações do
G1/São Carlos
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