Já o preço do óleo
diesel nas refinarias nacionais agora está 53,2% acima do preço de
referência do Golfo do México. No dia 5, a diferença era de 45,7%.
Trata-se da maior
diferença desde o final de outubro do ano passado quando os preços dos
combustíveis no Brasil deixaram de estar defasados em relação ao mercado
internacional.
"Esta defasagem é
recorde. Eu diria que é a maior diferença já registrada nos últimos 5
anos", afirma Adriano Pires, sócio-diretor do CBIE.
Margem para redução de preço nas refinarias
- Com a queda do preço do petróleo, a Petrobras passou a vender os
combustíveis com um prêmio expressivo em relação a valores
internacionais, o que tem gerado especulações e até cobranças sobre uma
redução nos preços cobrados pela estatal.
O CBIE estima o atual
nível de defasagem de preços pode garantir à Petrobras um ganho mensal
de mais de R$ 1 bilhão com a venda de gasolina e de cerca de R$ 2
bilhões com o óleo diesel.
Apesar dos ganhos da
Petrobras com a venda de combustível, Pires não acredita numa redução de
preços nas refinarias. "O governo deverá aproveitar a queda do preço do
barril de petróleo para arrecadar mais imposto e não para beneficiar o
consumidor", avalia. "O Brasil está sempre na contramão do mercado.
Quando o petróleo está caro, a Petrobras subsidia o consumidor. Quando o
petroléo está barato, é o consumidor quem subsidia a Petrobras".
No ano passado, a
companhia, orientada pelo governo, seu acionista majoritário, manteve os
preços da gasolina baixos para ajudar a controlar a inflação, em um
momento de alta do preço do petróleo, o que afetou o fluxo de caixa da
estatal.
O CBIE estima que a
Petrobras deixou de ganhar mais de R$ 50 bilhões nos últimos anos ao
vender combustíveis a preços menores que os de referência no mercado
internacional.
Na semana passada, a
Petrobras divulgou comunicado dizendo que não há decisão sobre o
reajuste no preço da gasolina e do diesel. "A política de preços da
Petrobras visa não repassar a volatilidade dos preços internacionais ao
mercado doméstico, seja quando os preços internacionais estão em
elevação, seja quando estão em declínio", disse a empresa.
Na terça-feira (13), o
ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que a Petrobras deverá tomar
suas decisões, entre elas sobre o preço da gasolina, "como uma empresa".
VOLTA DA CIDE
- O mercado já dá como certa a volta da cobrança da Contribuição de
Intervenção sobre Domínio Econômico (Cide) na gasolina nas próximas
semanas. A Cide foi zerada em 2012 justamente para atenuar o impacto do
aumento do preço da gasolina.
Entre as opções em
estudo pelo governo estaria uma taxação superior à que vigorava em 2011,
quando as alíquotas começaram a ser reduzidas. Naquela época, a Cide era
de R$ 0,192 por litro de gasolina e de R$ 0,07 por litro do diesel.
O retorno da
contribuição, entretanto, não deverá ser repassado necessariamente para
o consumidor, na avaliação de Pires. "Eu apostaria numa redução do ganho
da Petrobras. O governo deverá fazer uma conta de chegada na bomba de
forma a reduzir o ganho da Petrobras e colocar a diferença na Cide",
opina.
*Fonte: G1/Economia
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