Assim como em diversas cidades do país, manifestantes de Descalvado
também foram às ruas neste domingo (15) para protestar contra a presidente Dilma Rousseff
e o Partido dos Trabalhadores. A manifestação pacífica aconteceu por
volta das 15h30 na Praça da Matriz, e mesmo de forma tímida, engrossou o
coro dos brasileiros contra os atos de corrupção na Petrobrás e que
acabou se estendendo para boa parte da classe política, marcados para este domingo
(15) em mais de 150 cidades do país e do exterior.
Entre as motivações dos
manifestantes para os protestos estão a insatisfação com o governo
federal, o pedido de impeachment da presidente e até mesmo uma
intervenção militar, pleito que gera divergências dentro do movimento
antipetista.
Dilma iniciou o segundo mandato pressionada pela queda na popularidade e
por novas revelações das investigações da Operação Lava Jato sobre
corrupção na Petrobras.
O "panelaço" ocorrido em pelo menos 12 capitais contra o pronunciamento
em rede nacional da presidente, no último domingo (8), colocou o tema
impeachment da presidente no centro do debate político nacional. Nesta
sexta-feira (13), o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) protocolou
um pedido de impedimento da petista na Câmara dos Deputados.
Organizadas por diversos grupos [Vem Pra Rua, Revoltados On Line e
Movimento Brasil Livre, dentre outros] e divulgadas tanto por redes
sociais como por mensagens instantâneas e aplicativos de mensagens
instantâneas, as manifestações tiveram início logo pela manhã. Segundo
informações da Polícia Militar, somente na Avenida Paulista [em São
Paulo] cerca de 1 milhão de pessoas se reuniram para protestar e pedir a
saída de Dilma.
Apesar de serem descritos como apartidários pelos organizadores, os atos
são apoiados publicamente por partidos de oposição ao governo federal.
Na quarta-feira (11), o PSDB anunciou participação nas manifestações,
ainda que não se posicionando a favor do impeachment da presidente. O
Solidariedade também participará de protestos.
Alvo dos atos, a presidente Dilma defendeu o direito dos brasileiros de
realizarem manifestações públicas contra o seu governo, também na última
quarta-feira. "Sou de uma época em que as pessoas não podiam se
manifestar, pois eram chamadas de subversivas ou de coisa pior. Não
tenho o menor interesse com qualquer processo de restrição à
manifestação neste país. A livre manifestação é algo que o Brasil tem
que defender", declarou a petista.
DESCALVADENSES TAMBÉM
PARTICIPARAM DOS PROTESTOS - Um grupo formado por
cerca de 70 pessoas também se reuniu na Praça da Matriz em Descalvado
para marcar a insatisfação dos brasileiros contra o governo federal. Com
cartazes de "Fora Dilma" e "Fora PT", a manifestação pacífica contou com
a presença de homens, mulheres e crianças. Um carro de som também esteve
no local e um microfone foi deixado à disposição para que todos pudessem
fazer suas reivindicações ou se manifestar.
Segundo um dos
organizadores do protesto em Descalvado, o engenheiro civil
Thiago Laisner Prata, de 35 anos, a idéia foi de movimentar os
descalvadenses em sinal de protesto quanto a atual situação do
Brasil. "A gente tentou trazer o pessoal pra rua em uma moção de
repúdio à situação do país, principalmente em relação à
corrupção que está escancarada! Nós pregamos melhores
investimentos na aplicação dos nossos impostos, pois acredito
que o povo brasileiro está cansado de ver a bandalheira e as
mazelas que os governos fazem. A gente veio aqui sem partido
nenhum e apenas requeremos a extinção da corrupção!" disse o
engenheiro.
Thiago também falou
sobre as manifestações que ocorreram em todo o país, em um prazo
tão curto após Dilma vencer as eleições presidenciais de 2014.
"Eu acho que tudo isso que está originando esses movimentos é
culpa do estelionato |
|
que houve nessa última eleição presidencial. Foram
feitas tantas promessas, foram ditas tantas coisas nas campanhas
pela atual presidente Dilma, que simplesmente ao final do
segundo turno, tudo o que ela falou acabou desfeito como se
fosse um passe de mágica. Isso revoltou ainda mais o povo e até
os próprios eleitores do PT, e foi onde que se desencadeou todos
esses movimentos!" concluiu. |
|
|
Já
o aposentado Antonio Carlos Coelho Junior, de 59 anos, disse que
também participou das manifestações que levaram à queda do ex
Presidente Collor, no início da década de 90, e assim como
naquela época, ele diz sentir o envolvimento da população. "Eu
participei do movimento 'Fora Collor' e foi uma comoção
nacional! Nessa manifestação que estamos vendo, que é totalmente
apartidária, estamos lutando pelo fim da impunidade, pelo fim da
corrupção, para sobrar dinheiro para investir em saúde, nos
hospitais, na segurança, na educação do povo brasileiro. Essa
manifestação de hoje é uma manifestação do povo brasileiro!"
disse ele.
"Uma outra reflexão
que faço é o problema de que, infelizmente, estamos vendo
movimentos dessa natureza em estados onde a
atual presidenta
foi eleita. Será que isso realmente refletiu a realidade
das urnas? Fica |
aí uma pergunta" questionou o aposentado que conclui
a sua entrevista para o
DESCALVADO NEWS
falando sobre a impunidade na política brasileira. "Com certeza
a impunidade e a corrupção são os grandes problemas na política
brasileira. Os corruptores também tem que ser culpados, porque
não existe o corrupto se não houver o corruptor", finalizou
Antonio Carlos. |
|
|