DEMORA NO ATENDIMENTO
- A empregada doméstica Débora do Amaral foi procurar
atendimento por causa das fortes dores de cabeça, mas ela não
conseguiu ser atendida. Ela precisou voltar no dia seguinte, foi
examinada, mas perdeu dois dias de trabalho.
“Fui e até consegui
ser atendida às 13h, mas perdi o trabalho. Consegui passar por
um médico, mas fica essa situação de não ter um direto no
local”, afirmou Débora.
O mesmo problema
ocorreu com a dona de casa Cleonice Prudenciano dos Santos. Ela
precisava ser consultada, pois estava com suspeita de infecção
de urina. Ela teve de voltar para casa com dor e agora vai
buscar atendimento com um médico na terça-feira (17). “Precisa
de um médico fixo. Hoje você vai com um, amanhã você vai com
outro. Fiz exame com a doutora, agora vou levar para outro”,
disse.
O aposentado
Antônio Gilberto Cometa foi à unidade de saúde logo cedo para
trocar uma receita. Ele precisa mudar a dosagem do remédio que
toma para o fígado. O aposentado foi tentar outro posto para
resolver o problema. “Agora tem que ir lá no outro posto, desde
cedo eu estou atrás de um médico. Não para médico aqui, eles vem
e não ficam nem uma semana e vão embora”, contou.
SALÁRIO ACIMA
DE R$ 10 MIL
- A Diretora explica que os médicos que trabalhavam no posto de
saúde saíram para fazerem residência em outras cidades e que
está difícil contratar substitutos. “Nós já fizemos diversas
entrevistas, não houve a contratação porque não houve interesse
por parte do profissional. Nós estamos oferecendo um salário de
R$ 10.690 por nota fiscal”, disse a Diretora de Saúde, Luiza
Tinelli.
Ainda de acordo
com a diretora, o revezamento de médicos da rede pública foi uma
medida emergencial e que vai ser aberto edital em junho para
tentar contratar os médicos. “Então cada meio período tem um
médico suprindo as necessidades daquele território. Nós temos o
pronto-atendimento 24h em Descalvado, nós temos um ginecologista
que atende duas vezes por semana e o pediatra também duas vezes
por semana naquele local”, informou Luiza.
SECRETARIA DE
SAÚDE -
No final da tarde desta segunda-feira (16), a Assessoria de
Comunicação da Prefeitura Municipal encaminhou nota à imprensa
da Secretaria de Saúde, comentando sobre as dificuldades
enfrentadas para a contratação de um novo profissional. Leia
abaixo a íntegra da nota:
"Na manhã desta segunda-feira, 16, a Unidade de Saúde da Família
(USF) que atende a população do Bairro Bosque do Tamanduá ficou
sem médico Clínico Geral, devido ao pedido de demissão da médica
que fazia este atendimento. Reclamações de usuários da Rede
Pública de Saúde chegaram até à emissora da EPTV São Carlos que
esteve em Descalvado falando com a diretora da Secretaria
Municipal de Saúde, Luiza de Cássia Tinelli, que afirmou ser
este um caso esporádico e que até amanhã, terça-feira, o
atendimento estará restabelecido.
Apesar da ausência do Clínico Geral, as informações são de que a
USF permanece aberta e prestando normalmente o primeiro
atendimento. “Nenhum cidadão que ali procurar deixará de ser
assistido, sendo encaminhado para outras unidades da rede
pública e em casos de urgência o encaminhamento será para o
Pronto Socorro Municipal”, esclarece Luiza.
Os atendimentos em Pediatria continuam às segundas e
quartas-feiras no período da manhã, a partir das 7h e
atendimento de GO (Geriatria) às quintas-feiras, a partir das
13h.
De acordo com a diretora de Saúde, o atendimento Clínico Geral
na unidade será feito através de um rodízio temporário com os
médicos da rede pública até que se consiga contratar um médico
efetivo para o Programa Saúde da Família. Várias entrevistas já
foram feitas, mas ainda não houve sucesso para restabelecer o
atendimento permanente.
A Secretaria de Saúde explica que o médico da Família precisa
trabalhar efetivamente por 8h diárias, sendo 4h de manhã e 4h à
tarde, recebendo um salário de R$ 10.690,00 como prestador de
serviços, o que não é tido como suficiente para os candidatos à
vaga, que procuram por outros vínculos de trabalho como
plantonista no Pronto Socorro (PS) Municipal.
Luiza explica que a Prefeitura Municipal não tem governabilidade
sobre a escala médica do PS que é gerenciada pela administração
da Santa Casa de Descalvado, e sem essa oportunidade os médicos
não se sentem incentivados a trabalharem no Programa Saúde da
Família. “Descalvado é um município de pequeno porte com grande
dificuldade de ofertas de outros serviços para a classe médica,
ocasionando a desistência dos entrevistados para ocupar a vaga”,
exemplifica a diretora de Saúde que acrescenta não medir
esforços para sanar o problema dando continuidade às entrevistas
até acertar uma contratação que se faz urgente.
*Com informações
do G1/São Carlos e da Assessoria de Comunicação da Prefeitura
Municipal
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