novo consiga, em
questão de horas, mudar a tendência abertamente apresentada, o
PMDB deverá anunciar oficialmente seu desembarque da gestão
petista. Será, na avaliação de membros do Palácio do Planalto, a
senha para que outros partidos da base abram mão do apoio e
também defendam o impeachment.
É exatamente o
efeito dominó, sobretudo nas bancadas de PP, PR e PSD, que já
resistem em manter o apoio, que gera preocupação. Por isso, o
governo tenta ao menos convencer o comando peemedebista a adiar
a decisão. Até ontem, todas as tentativas da ala governista da
legenda nesse sentido haviam fracassado.
O governo estima
contar hoje com apenas 130 votos seguros para barrar o
impeachment na Câmara, distribuídos entre PT, PCdoB e PDT, além
de parlamentares isolados em outras bancadas. Se todos os
parlamentares comparecerem à sessão que definirá a aceitação ou
não do processo, o governo terá que obter 172 apoios. No PMDB
estarão em jogo 69 votos. PP, PR e PSD somam mais 121.
Se desembarcar
totalmente, o PMDB também prejudicará outra estratégia do
governo, a de barrar o processo no Senado, onde o partido, sob o
comando do presidente Renan Calheiros (AL), ainda mantém apoio.
O governo vê como improvável que Renan insista na defesa de
Dilma se o partido confirmar o desembarque.
LULA NA CASA
CIVIL -
No dia seguinte da decisão do PMDB, o Supremo Tribunal Federal
(STF) volta a se reunir. Na quarta-feira, haverá a possibilidade
de que a Corte se manifeste sobre a tentativa de nomeação do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao ministério da
Casa Civil. Se o STF confirmar a liminar do ministro Gilmar
Mendes e impedir que o petista assuma o cargo, suas ferramentas
para reagir e salvar a presidente Dilma Rousseff diminuem muito.
Junto com isso,
o Supremo ainda pode definir se Lula poderá ser julgado pelo
juiz Sérgio Moro ou se o fato de pessoas com foro privilegiado
terem surgido nas investigações leva o caso integralmente para a
Corte máxima do Judiciário brasileiro. Se houver decisão
contrária a Lula, como por exemplo o desmembramento do caso,
devolvendo parte da investigação para Sérgio Moro, o
ex-presidente pode até ser preso a pedido do Ministério Público
Federa (MPF), complicando ainda mais a pressão sobre o governo.
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