Segundo Roberto Gonçalves, presidente da Logum, já foram
iniciadas as obras do segundo trecho do duto, de 144 km, entre
Uberaba (MG) e Ribeirão Preto e foi liberado o ramal hidroviário
entre a hidrovia Tietê-Paraná e Paulínia. "Quando concluído, o
sistema transportará 20 bilhões de litros por ano por cinco
Estados, 45 municípios", disse. O primeiro trecho, de acordo com
ele, tem 99% de conteúdo nacional.
Em discurso, a
presidente Dilma disse que a obra mostra a pujança do setor de
etanol no Brasil. "O Brasil é uma referência internacional na
produção do combustível de cana de açúcar", afirmou, ressaltando
as vantagens competitivas do etanol de cana sobre o combustível
feito de milho, em outros países.
Dilma citou
ainda medidas do governo federal criadas para o setor
sucroenergético. Entre elas o leilão específico para o
fornecimento de energia elétrica produzida a partir da biomassa,
um total de R$ 5 bilhões para a renovação de canaviais e mais R$
2 bilhões para a estocagem do etanol. A presidente ainda citou a
medida provisória que desonerou de PIS e Cofins a
comercialização do combustível, o que vai reduzir em R$ 0,12 o
litro do etanol. "Esperamos que essa MP seja votada ainda este
mês", disse.
Para o ministro
das Minas e Energia, Edison Lobão, o etanolduto "é a
demonstração de que a modernidade chegou ao setor". E criticou
as acusações de que a produção do etanol de cana-de-açúcar
avança em terras agriculturáveis. "Temos milhões de hectares de
terras ainda agriculturáveis; vamos ampliar de 22 bilhões pra 27
bilhões de litros de etanol nesta safra e, com isso, estamos
contribuindo para manter limpa a matriz energética", concluiu.
OPERAÇÃO
- Segundo a Petrobras, a primeira transferência de etanol pelo
canal já foi realizada no dia 25 de junho, mas o lançamento
oficial do projeto aconteceu somente nesta segunda-feira, 47
dias depois, devido à incompatibilidade entre as agendas de
Dilma, de governadores e empresários. A cerimônia oficial no
terminal localizado no quilômetro 326 da Rodovia Alexandre Balbo
(SP-328).
Quando estiver
finalizado, o etanolduto ligará 45 cidades, passando pelos
estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais,
até chegar aos portos de São Sebastião (SP) e do Rio de
Janeiro onde o combustível será exportado em navios. O duto terá
1,3 mil quilômetros de extensão e capacidade para transportar 21
bilhões de litros de etanol por ano. O custo previsto pelo
Governo Federal é de R$ 7 bilhões.
Dados da União
da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) apontam que o Brasil
produziu cerca de 560 milhões de toneladas de cana na safra
2011/2012, matéria-prima utilizada para a produção de 23 bilhões
de litros de etanol. O país é responsável por 20% desta matriz
energética no mundo, números que o colocam como o segundo maior
produtor de etanol do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos.
A Transpetro,
braço de logística da Petrobras, será operadora do etanolduto.
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