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Não foram as proposituras apresentadas na noite da última segunda-feira, 18, que
marcaram a terceira sessão ordinária do Poder Legislativo, mas as críticas,
cobranças e denúncias feitas contra o governo do prefeito interino Anderson
Aparecido Sposito, que encontrava-se presente junto de alguns assessores e
secretários. A começar pelas nomeações dos atuais ocupantes de cargos de confiança de Sposito,
que já estão gerando contestações. O vereador Sebastião José Ricci (PP),
primeiro a falar na Tribuna, disse que está faltando “alguém bater na mesa e
dizer: "aqui não, aqui tem quem manda e essa pessoa sou eu", numa clara
referência às decisões que têm sido tomadas junto ao Palácio do Povo,
principalmente no tocante às contratações. O vereador alertou que o gestor deve
atentar-se para o bem estar da população e não para o |
bem estar particular, colocando pessoas certas, nos lugares certos. “Não é
porque a pessoa trabalhou em campanha e se trabalhou recebeu, porque ninguém faz
nada de graça, que então, já é passível de um cargo de confiança, pois quem paga
– inclusive o salário -, é a população”, disse.
A questão das nomeações também foi abordada pelo vereador José Augusto
Cavalcante Navas (PTB), que relatou ter recebido denúncias de desvios de função
de cargos recém preenchidos. Ele solicitou da Prefeitura o envio da relação das
nomeações do governo interino, bem como o local de trabalho. Mas não foi só:
Guto convocou a presença do Secretário de Obras e Serviços Públicos, Engº
Cláudio Fuzaro para que se esclareça qual a situação do setor de varrição de
ruas. Segundo o vereador, as reclamações são constantes quanto à este tipo de
prestação de serviço, que é básico.
O vereador Edevaldo Guilherme (PMDB) também foi contundente nas críticas à
administração interina. Primeiro se referiu à qualidade dos projetos de lei que
têm chegado à Casa, os quais denominou ‘um desacerto total, mal elaborados, com
falta de informação e muito mal feitos’. ‘Senhora Presidente, vamos devolver
aquilo que não está bom, não vamos deixar que nos façam de bobos”, disse o
Vereador.Edevaldo também relatou a falta de medicamentos nas unidades de saúde, muitas
vezes remédios de uso contínuo e que essa é uma situação que não pode perdurar.
Que remédio para a população deve ser prioridade, pois tem coisas que não podem
esperar. Em tom de alerta, o vereador cobrou do prefeito Sposito o andamento da
sindicância aberta para apurar suposta destinação recursos para o conserto de um
ônibus que não teria recebido os serviços. “Já estou sabendo que o prefeito está
de posse de informações a respeito deste caso e, por enquanto nada se fez.
Existe um crime que se chama prevaricação, quando o servidor público de posse de
informações deixa de averiguar...Eu ressalto, isso é crime”, acrescentou.
Por fim, Edevaldo também apresentou uma denúncia que afeta diretamente a
Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social. Segundo o parlamentar, a
pasta pode ter que devolver o montante de R$ 11 mil para os cofres do Estado,
por não ter utilizado os recursos governamentais no prazo estipulado pelos
convênios (esses recursos seriam do mês de janeiro).
VEREADORES SOLICITAM VOLTA DO PROGRAMA ‘HORA CERTA’
Outro assunto dominou os pronunciamentos na Câmara. Trata-se do programa ‘Hora
Certa’, projeto de alimentação escolar – pioneiro em nossa região -, o qual
prevê a adequação dos horários das refeições, com os objetivos de ampliar a
adesão à alimentação escolar, reduzir o desperdício de alimentos, proporcionando
um maior ganho nutricional e o aumento no desempenho das atividades escolares,
com a disponibilidade de três refeições.
Com o “Hora Certa”, oferecia-se o lanche das 7h. Às 9h50 uma refeição leve, e a
partir das 11h um almoço completo e balanceado. Já à turma da tarde, o primeiro
alimento era servido às 12h30, com lanche às 15h20 e o jantar a partir das
16h30. Acontece que de acordo com informações na Câmara, o programa foi cortado,
o que tem gerado inúmeras reclamações por parte dos pais, que questionam
inclusive a qualidade da merenda que está sendo servida.
A Presidente da Casa, vereadora Ana Paula Peripato Guerra levou à Tribuna a
informação de que esteve reunida com algumas diretoras de escola, que
confirmaram a suspensão do programa. “Me disseram que foi feita uma pesquisa com
os professores e como resultado houve a suspensão. Antes eu quero dizer que a
Merenda Escolar é o maior programa social do país e sabemos nós que muitas
crianças, as vezes contam apenas com a alimentação que é servida nas escolas.
Quando foi implantado o programa, na gestão do prefeito Panone, sob a tutela da
Secretária Professora Rose, foi feita uma ampla pesquisa com pais, alunos e
nutricionistas. Um programa bastante importante e que eu peço que tanto o
prefeito Sposito quanto o secretário Hélcio, revisem essa situação”, pediu.
Helton Antônio Venâncio também discursou sobre o programa, dizendo que foi
procurado por pais e entidades e que, é preciso saber o motivo desse corte. O
vereador solicitou a presença do Secretário de Educação, Hélcio Machado, para
que as justificativas possam ser apresentadas.
Guto e Edevaldo Guilherme também se manifestaram a respeito do Hora Certa. O
primeiro disse que é preciso ‘apagar os revanchismos políticos’ e pensar
naqueles que realmente precisam do Poder Público, pois é fato que muitas
crianças dependem da alimentação que recebem nas escolas. Edevaldo por sua vez,
disse não ser possível que o prefeito Sposito e o Secretário Hélcio, em pouco
mais de um mês de governo, já tenham em mãos estudos que comprovem que a
interrupção do programa é a atitude mais acertada. Ambos pediram o retorno do
programa, que é modelo em toda a nossa região, obtendo destaque inclusive na
mídia estadual, pela sua qualidade e alcances nutricional e social. |