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20/02/2013
(07h19) - Atualizada às 07h58

SEMANA LEGISLATIVA

Críticas, cobranças e denúncias contra a administração interina marcam Sessão da Câmara


 
Não foram as proposituras apresentadas na noite da última segunda-feira, 18, que marcaram a terceira sessão ordinária do Poder Legislativo, mas as críticas, cobranças e denúncias feitas contra o governo do prefeito interino Anderson Aparecido Sposito, que encontrava-se presente junto de alguns assessores e secretários.

A começar pelas nomeações dos atuais ocupantes de cargos de confiança de Sposito, que já estão gerando contestações. O vereador Sebastião José Ricci (PP), primeiro a falar na Tribuna,  disse que está faltando “alguém bater na mesa e dizer: "aqui não, aqui tem quem manda e essa pessoa sou eu", numa clara referência às decisões que têm sido tomadas junto ao Palácio do Povo, principalmente no tocante às contratações. O vereador alertou que o gestor deve atentar-se para o bem estar da população e não para o

bem estar particular, colocando pessoas certas, nos lugares certos. “Não é porque a pessoa trabalhou em campanha e se trabalhou recebeu, porque ninguém faz nada de graça, que então, já é passível de um cargo de confiança, pois quem paga – inclusive o salário -, é a população”, disse.

A questão das nomeações também foi abordada pelo vereador José Augusto Cavalcante Navas (PTB), que relatou ter recebido denúncias de desvios de função de cargos recém preenchidos. Ele solicitou da Prefeitura o envio da relação das nomeações do governo interino, bem como o local de trabalho. Mas não foi só: Guto convocou a presença do Secretário de Obras e Serviços Públicos, Engº Cláudio Fuzaro para que se esclareça qual a situação do setor de varrição de ruas. Segundo o vereador, as reclamações são constantes quanto à este tipo de prestação de serviço, que é básico.

O vereador Edevaldo Guilherme (PMDB) também foi contundente nas críticas à administração interina. Primeiro se referiu à qualidade dos projetos de lei que têm chegado à Casa, os quais denominou ‘um desacerto total, mal elaborados, com falta de informação e muito mal feitos’. ‘Senhora Presidente, vamos devolver aquilo que não está bom, não vamos deixar que nos façam de bobos”, disse o Vereador.

Edevaldo também relatou a falta de medicamentos nas unidades de saúde, muitas vezes remédios de uso contínuo e que essa é uma situação que não pode perdurar. Que remédio para a população deve ser prioridade, pois tem coisas que não podem esperar. Em tom de alerta, o vereador cobrou do prefeito Sposito o andamento da sindicância aberta para apurar suposta destinação recursos para o conserto de um ônibus que não teria recebido os serviços. “Já estou sabendo que o prefeito está de posse de informações a respeito deste caso e, por enquanto nada se fez. Existe um crime que se chama prevaricação, quando o servidor público de posse de informações deixa de averiguar...Eu ressalto, isso é crime”, acrescentou.

Por fim, Edevaldo também apresentou uma denúncia que afeta diretamente a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social. Segundo o parlamentar, a pasta pode ter que devolver o montante de R$ 11 mil para os cofres do Estado, por não ter utilizado os recursos governamentais no prazo estipulado pelos convênios (esses recursos seriam do mês de janeiro).

VEREADORES SOLICITAM VOLTA DO PROGRAMA ‘HORA CERTA’

Outro assunto dominou os pronunciamentos na Câmara. Trata-se do programa ‘Hora Certa’, projeto de alimentação escolar – pioneiro em nossa região -, o qual prevê a adequação dos horários das refeições, com os objetivos de ampliar a adesão à alimentação escolar, reduzir o desperdício de alimentos, proporcionando um maior ganho nutricional e o aumento no desempenho das atividades escolares, com a disponibilidade de três refeições.

Com o “Hora Certa”, oferecia-se o lanche das 7h. Às 9h50 uma refeição leve, e a partir das 11h um almoço completo e balanceado. Já à turma da tarde, o primeiro alimento era servido às 12h30, com lanche às 15h20 e o jantar a partir das 16h30. Acontece que de acordo com informações na Câmara, o programa foi cortado, o que tem gerado inúmeras reclamações por parte dos pais, que questionam inclusive a qualidade da merenda que está sendo servida.

A Presidente da Casa, vereadora Ana Paula Peripato Guerra levou à Tribuna a informação de que esteve reunida com algumas diretoras de escola, que confirmaram a suspensão do programa. “Me disseram que foi feita uma pesquisa com os professores e como resultado houve a suspensão. Antes eu quero dizer que a Merenda Escolar é o maior programa social do país e sabemos nós que muitas crianças, as vezes contam apenas com a alimentação que é servida nas escolas. Quando foi implantado o programa, na gestão do prefeito Panone, sob a tutela da Secretária Professora Rose, foi feita uma ampla pesquisa com pais, alunos e nutricionistas. Um programa bastante importante e que eu peço que tanto o prefeito Sposito quanto o secretário Hélcio, revisem essa situação”, pediu.

Helton Antônio Venâncio também discursou sobre o programa, dizendo que foi procurado por pais e entidades e que, é preciso saber o motivo desse corte. O vereador solicitou a presença do Secretário de Educação, Hélcio Machado, para que as justificativas possam ser apresentadas.

Guto e Edevaldo Guilherme também se manifestaram a respeito do Hora Certa. O primeiro disse que é preciso ‘apagar os revanchismos políticos’ e pensar naqueles que realmente precisam do Poder Público, pois é fato que muitas crianças dependem da alimentação que recebem nas escolas. Edevaldo por sua vez, disse não ser possível que o prefeito Sposito e o Secretário Hélcio, em pouco mais de um mês de governo, já tenham em mãos estudos que comprovem que a interrupção do programa é a atitude mais acertada. Ambos pediram o retorno do programa, que é modelo em toda a nossa região, obtendo destaque inclusive na mídia estadual, pela sua qualidade e alcances nutricional e social.
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