Sem se intimidar
com o microfone da tribuna e tampouco com o público, o vereador
interino usou boa parte do seu tempo de pronunciamento para dar
conhecimento do projeto social e esportivo que desenvolve junto
a 70 crianças do bairro Morada do Sol.
“Se eu
tivesse o apoio tanto dos senhores quanto do prefeito
Sposito, no caso para a doação de um terreno, tenho
certeza que esse trabalho poderia se expandir de 70 para
300 crianças. Todo mundo sabe que o esporte é muito
importante, ele tira a criançada da rua, das drogas,
então eu gostaria de contar com o apoio de todos vocês”,
disse.
O Vereador
também apresentou indicação solicitando a limpeza de um
terreno localizado no bairro Recanto dos Ipês que,
segundo contato com os moradores, o local tem servido de
depósito de entulho, mato, sujeira, animais peçonhentos,
além do mau cheiro constante. |
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CRÍTICAS E
DENÚNCIAS – novamente críticas e denúncias prevaleceram na
Sessão da Câmara. Um dos assuntos abordados por diversos
vereadores foi a suposta briga ocorrida na semana passada, no
gabinete do prefeito, envolvendo dois servidores comissionados,
um deles Secretário e o outro, chefe de setor, o qual acabou
sendo exonerado.
Luiz Carlos Vick
Francisco (MD) ressaltou que a situação é o reflexo deste
governo transitório, e que nem mesmo quem está ao lado do
prefeito interino reconhece a sua legitimidade e acaba não
respeitando a sua autoridade. “As pessoas que estão à volta do
prefeito Sposito, não reconhecem a sua autoridade, a sua
legitimidade. Ele não foi eleito para isso e ai fica complicado.
O que precisamos é que a justiça eleitoral decida, de forma
definitiva, o futuro político de nossa cidade, para que fatos
como esse, uma briga dentro do gabinete do prefeito, não voltem
a acontecer. E neste sentido quero dizer que estarei
encaminhando ofício ao Juiz Eleitoral de nossa comarca,
pretendendo saber como está o processo eleitoral que ainda não
se concluiu. É preciso que se faça algo, que as coisas se
resolvam, pois temos uma cidade com mais de 30 mil habitantes,
parada!”, disse o vereador.
Outro vereador
que abordou o fatídico acontecimento foi José Augusto Cavalcante
Navas (PTB). Ele pediu seriedade e respeito e ainda rebateu a
fala do vereador José Dias Bolcão (DEM) que disse que o chefe em
questão era ex-servidor da antiga administração. “Ele era sim
seu Zé da antiga administração, mas foi mantido nessa. Mantido,
mesmo sob suspeitas de envolvimento em irregularidades, como o
caso da venda de sucatas; aliás, ele foi transferido de setor,
porque segundo o próprio, ele sabia de muita coisa. Então eu
pergunto, por que é que ele não foi exonerado antes? Quem é que
manda nessa Prefeitura?”, questionou.
“Lamentavelmente
as coisas na Prefeitura estão virando um MMA, um UFC, quando na
realidade o que a população deseja é paz, é emprego”, destacou o
vereador Pastor Adilson Gonçalves (PSC).
Concordando com
as palavras de Vick Francisco, o vereador Edevaldo Guilherme
(PMDB) disse que não somente falta à administração interina a
‘legitimidade’, como muito mais coisas. “Vejam só a que ponto
chega esta administração: ficamos sabendo que o prefeito
interino, junto com o secretário de finanças, estiveram em
Brasília e num encontro com o advogado do ex-prefeito Calza,
fizeram o pedido para que este arrumasse um jeito de
procrastinar o processo [recurso de Calza que ainda inviabiliza
a realização de novas eleições], para que este se arraste por
mais um longo período. Onde já se viu sair de Descalvado, com
dinheiro público para fazer um pedido desses? Para que as coisas
se arrastem, para que não tenhamos logo uma nova eleição? Então
não falta apenas legitimidade, falta comando, falta vergonha na
cara. É a tal da fábrica de irregularidades que eu já comentei
aqui”, esbravejou Edevaldo.
O vereador ainda
pediu ao companheiro Zé Dias, que tem feito a defesa da atual
administração, que leve à Câmara um documento que comprove que a
viagem do prefeito Anderson Sposito e do Secretário de Finanças
Luiz Antônio do Pinho a Brasília, tenha sido em defesa dos
interesses da coletividade.
A Presidente da
Câmara, Paula Peripato Guerra, retornou com um assunto que criou
muita polêmica no início da gestão interina, qual seja, a
questão da merenda escolar. Justificando a sua propositura (em
que pede relatório circunstanciado dos gastos com a merenda nos
últimos meses), a vereadora relatou que voltou às unidades
escolares e que a situação é bastante crítica.
“Na semana
passada eu voltei a visitar as unidades escolares e o que eu
presenciei me deixou muito preocupada: o consumo da merenda caiu
drasticamente e a média tem sido de 25 a 27% dos alunos. De uma
escola, por exemplo, de 200 alunos, apenas 52 estavam se
servindo da merenda, porque eu contei. E sabe por quê? Porque as
9h00 da manhã estavam sendo servidos feijoada, arroz e
vinagrete. A comida em si estava muito boa, porque eu
experimentei, mas não acho que seja o tipo de alimentação
correta para crianças neste horário”, disse Paula.
Segundo ainda a
Presidente, nem mesmo o ‘lanche reforçado’ que foi prometido
pela Secretaria de Educação e Cultura, que seria servido na
saída da escola, principalmente para atender os alunos da zona
rural, está sendo dado.
PROFESSORES
NO PLENÁRIO – uma outra situação abordada pelos Vereadores
foi a dos professores substitutos que estão tendo suas liminares
cassadas pela Juíza do Trabalho da comarca de Porto Ferreira.
Um grupo de 10
professores de Educação Básica I estiveram presentes na Sessão
e, puderam explanar as suas preocupações a alguns parlamentares.
Na noite de ontem, eles buscavam junto às autoridades do
Legislativo, uma maneira de se reduzir o período de interstício
(previsto na CLT – Consolidação das Leis do TRabalho) que
atualmente é de seis meses, para pelo menos 45 dias.
O cumprimento à
lei trabalhista, aliás, é o motivo da cassação das liminares,
pois, até então esses profissionais estavam dentro das salas de
aulas por força de uma conquista temporária na justiça.
Segundo o grupo,
em cidades da região como São Carlos e Porto Ferreira, não há a
aplicação dessa prerrogativa da lei (o interstício), o que
permite que o professor substituto permaneça dentro da sala de
aula, durante todo o ano letivo, ao passo que aqui no município,
eles vivem com a instabilidade, dia após dia. |