O primeiro
projeto de lei a ser discutido em plenário foi o de nº
04/13, que dispunha de abertura de crédito adicional
especial ao orçamento municipal no valor de R$ 156.000,00,
objetivando devolução dos recursos não aplicados no ano
passado, sendo R$ R$ 75.000,00 do convênio com o Estado,
para o projeto Esporte Radical (valor aplicado de maneira
inadequada) e, R$ 81.000,00 para transporte de alunos não
aplicados no prazo estabelecido pela Secretaria de Estado da
Educação.
O vereador José
Augusto Cavalcante Navas (PTB), justificou o seu voto
favorável ao projeto, destacando que tratam-se de convênios
com o Governo do Estado e que a sua rejeição poderia trazer
sanções ao município, como por exemplo, a suspensão de
demais verbas e projetos. Guto destacou que a Câmara
solicitou maiores informações à Prefeitura Municipal a
respeito do projeto, mas que até aquela data nada haviam
recebido. Ainda assim, entendia a necessidade da sua votação
e aprovação, para que o município não fosse prejudicado
junto ao Governo do Estado.
Contra este
projeto, o vereador Edevaldo Benedito Guilherme Neves (PMDB)
destacou que mediante a análise técnica, o projeto não
poderia ser aprovado. Também reforçou o pedido da Câmara por
informações ao Poder Executivo, o qual segundo o vereador a
Prefeitura ‘se negou’ a encaminhar e que os parlamentares,
na realidade, estão fazendo papel de ‘otários’.
“A
Prefeitura, que é a maior interessada na aprovação desses
projetos, manda matéria errada, com falhas, com ausência de
informações. Para poder melhor analisarmos, pedimos
informações ao Executivo e essas informações não chegam. No
caso deste projeto, nós precisamos saber onde foi aplicado
esse dinheiro já que a sua mensagem diz que os recursos do
Esporte Radical foram utilizados de maneira inadequada.
Faltam informações. E ainda dizem que queremos prejudicar a
Prefeitura. Isso não é verdade. Se quiséssemos, era só
rejeitar os projetos e pronto. Mas pedimos informações e a
Prefeitura não envia, ignora”, disse Edevaldo.
O projeto
acabou sendo aprovado por cinco votos a quatro.
QUESTÃO DE MATEMÁTICA, COMO 2 + 2
Outro
projeto bastante polêmico foi o de número 09/13, de autoria
do Poder Executivo. Também sobre abertura de crédito
adicional especial ao orçamento, ele trouxe, segundo os
Vereadores, erros básicos de matemática simples.
Em sua
mensagem o crédito previsto era de R$ 218.000,00 para
aplicação na execução de passeio público, recapeamento
asfáltico, aquisição de semáforos, término da USF do bairro
Morada do Sol, construção de passarela no Santa Cruz e
mureta de contenção da Avenida das Flores. O fato é que
apenas uma dessas benfeitorias citadas foi orçada em R$
190.000,00, não sendo o valor apresentado o correto e
suficiente para cobrir todas as despesas. Além disso, o
crédito a ser aberto foi previsto na rubrica da área da
Saúde e, portanto, não poderia cobrir gastos com aquisição
de semáforos, recapeamento asfáltico, entre outros citados.
O vereador
Dr. Rubens Algarte de Rezende (PSDB) se pronunciou a
respeito das falhas do projeto e solicitou diretamente ao
prefeito interino [que se fazia presente], que não enviasse
mais proposituras para a Câmara daquela forma, com tantos
erros. Ele justificou o seu voto, que foi favorável, porque
entendeu o mérito, mas criticou a maneira errada como as
matérias da Prefeitura têm chegado à Câmara Municipal.
Também se
pronunciando sobre a questão, o vereador Luiz Carlos Vick
Francisco (PPS) disse que o projeto não tinha lógica e que
daquela maneira, ele não poderia ser aprovado. Também foi um
projeto em que se solicitaram maiores informações da
Prefeitura Municipal, mas o pedido não obteve êxito.
Mesmo com
tantos erros, o projeto foi aprovado por seis votos a
quatro.
DÍVIDA MILIONÁRIA
O último e
não menos polêmico projeto apreciado na Casa de Leis foi o
de número 11/2013, em que a Prefeitura pedia a abertura de
crédito adicional especial ao orçamento no valor de R$
1.700.000,00 (um milhão e setecentos mil reais), com
objetivo de contrair financiamento junto ao Banco Nacional
de Desenvolvimento Social (BNDES), para a aquisição de
máquinas, veículos e equipamentos para a frota municipal.
De acordo
com o projeto, o pagamento do financiamento se daria com o
excesso de arrecadação, ou seja, a Prefeitura estava
prevendo arrecadar um valor maior que o do orçamento
estimado. Vereadores como Vick Francisco, Edevaldo Guilherme
e Guto Cavalcante criticaram o projeto, pois não foram
apresentados comprovantes de que o excesso de arrecadação
irá acontecer.
Além disso,
os vereadores destacaram que este é um governo provisório,
interino e que a iniciativa representaria a herança de uma
dívida para o futuro prefeito de nossa cidade, não sendo
prudente neste momento o município contrair uma dívida tão
vultuosa.
Edevaldo
Guilherme refutou ainda que a Prefeitura sequer havia
conseguido junto ao BNDES o financiamento, não apresentaram
a proposta aceita por parte do banco e ainda assim,
precocemente, apresentaram o projeto ‘querendo envolver a
Câmara num ato que é exclusivamente do prefeito’.
Após manifestações favoráveis por parte dos vereadores José Dias Bolcão e Helton
Antônio Venâncio, o projeto foi derrubado por seis votos a três. |