Primeiro animal resgatado pelos
ativistas
durante a invasão desta madrugada; cão
foi batizado com o nome de "Liberdade" |
A Royal Canin do
Brasil divulgou nota no final da manhã desta sexta-feira, dia
18, esclarecendo que a empresa nada tem haver com o Instituo
Royal, estabelecido no município de São Roque (interior de
São Paulo), envolvido em denúncias de práticas de atos criminosos
contra cães da raça beagle, através de pesquisas efetuadas de
forma irregular, segundo as acusações feitas por um grupo de
ativistas que nesta madrugada invadiram a sede do instituto e
resgataram centenas de animais. A invasão e o resgate contou com
a presença de dezenas de ativistas e membros de entidades e
associações de proteção dos animais, que desde o último sábado
(12), estão acampados em frente ao Instituto. Segundo
informações, a apresentadora Luisa Mell também estaria entre os
ativistas que invadiram o local.
No comunicado, a
Royal Canin do Brasil afirma que não realiza e nem apóia
qualquer tipo de teste que traz sofrimentos aos animais, e que
ao saber do caso que envolve o instituo com nome similar ao seu,
já teria tomado as medidas legais cabíveis junto aos órgãos
competentes, comprovando a inexistência de qualquer relação
entre a empresa e o instituto.
Leia abaixo na íntegra, o
comunicado da Royal Canin do Brasil: |
A Royal Canin do Brasil esclarece que NÃO TEM NENHUM VÍNCULO com
o Instituto Royal que vem sendo apontado como realizador de
pesquisas invasivas em animais (cães beagles). Acreditamos que a
associação feita por algumas pessoas deva-se ao fato da
similaridade de nomes.
Não realizamos e nem apoiamos testes que possam trazer
sofrimentos aos animais.
A Royal Canin do Brasil, ainda em 2012, quando este assunto veio
à tona, tomou todas as medidas legais cabíveis, junto a
Promotoria de Justiça do GECAP - Grupo de Atuação Especial de
Combate aos Crimes Ambientais e de Parcelamento Irregular do
Solo da Comarca de São Paulo - SP, para assegurar e comprovar a
inexistência de qualquer relação entre a empresa e o referido
Instituto.
A Royal Canin, empresa fundada em 1968, na França, e instalada
no Brasil desde 1990, fica à disposição através do canal de
atendimento:
SAC Site:
http://cadastro.royalcanin.com.br
O CASO – Os protestos contra o
Instituto Royal começaram ainda no ano passado. Os ativistas alegam que a
empresa pratica irregularidades e atos criminosos contra os animais. Nos últimos
dias, os manifestantes se reuniram com o prefeito de São Roque, Daniel de
Oliveira Costa (PMDB), e pediram apoio da administração municipal. Eles também
exigem atuação do Ministério Público no caso.
O Instituto Royal
defende suas pesquisas em seu site e diz que respeita todas as
normas nacionais e internacionais no trato com os cães em
laboratório. A empresa é uma Oscip (Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público) e tem entre suas fontes de
financiamento dinheiro público, graças ao apoio de agências de
fomento à pesquisa científica. Os defensores dos animais afirmam
que a empresa não possui licenças e alvarás para as atividades
que realiza.
A INVASÃO
- Um grupo de ativistas de defesa dos animais acampado desde o
sábado passado em frente ao Instituto Royal, em São Roque
invadiu na madrugada desta sexta-feira a sede
do laboratório, que realiza pesquisas nos setores farmacêutico e
veterinário, entre outros. Os manifestantes, entre eles
integrantes do Black Bloc SP, acusam a empresa de maus-tratos
em cães da raça beagle utilizados em pesquisas.
O ato que
culminou com a invasão começou por volta das 20 horas. A Guarda
Municipal de São Roque enviou homens e viaturas aos portões do
instituto e não registrou tumulto até por volta das 2 horas da
madrugada. Após convocarem mais pessoas para irem até a empresa,
localizada a 60 quilômetros da capital paulista, os ativistas
derrubaram um portão e entraram no complexo do laboratório para,
segundo eles, "resgatar" os cães. Cerca de 300 deles teriam sido
levados e outros 200 permanecido no local.
A ação chegou a
ser transmitida em uma página do grupo na internet, onde foram
postados links para fotos com os cachorros retirados do
laboratório. A imagem de um cão supostamente congelado em
nitrogênio líquido também foi exibida.
Quase uma hora
depois do início da invasão, após tentar barrar os ativistas com
um cordão de isolamento, a Polícia Militar deteve algumas
pessoas, segundo relato dos próprios manifestantes. De acordo
com eles, pouco depois a PM estacionou viaturas na Rodovia
Raposo Tavares, onde fica o Instituto Royal, e passou a
vistoriar carros em busca dos cães retirados do laboratório.
Ativistas invadiram o Instituto Royal por volta da
1h20 da madrugada desta sexta-feira (18) |
Foto de um cão da raça beagle congelado em
nitrogênio líquido e encontrado pelos ativistas |
A
apresentadora e defensora dos direitos dos animais,
Luisa Mell, postou essa foto no seu Facebook momentos
após o início do resgate do beagles |
Imagem: Facebook |
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