Se as chuvas não atrapalharem, a colheita e a moagem vão até
dezembro. O levantamento foi feito pelo gerente do
Departamento Técnico da Afocapi (Associação dos Fornecedores
de Cana-de-Açúcar de Piracicaba), José Rodolfo Penatti, a
pedido do Jornal de Piracicaba.
A moagem está
mais adiantada neste ano. Segundo Penatti, até 31 de agosto
foram processadas 6,6 milhões de toneladas, superando a
mesma época do ano passado, quando foram moídas 5,75 milhões
de toneladas de cana. Então, neste ano, a moagem foi 14,8 %
acima do mesmo período do ano passado. Para concluir a
moagem até dezembro, as usinas terão de triturar 55
toneladas de cana por dia.
Penatti
informou que os usineiros estão dentro do prazo da moagem. O
gerente acredita que até 15 de dezembro deve ser moída toda
cana, encerrando o período da safra. Em contrapartida, a
qualidade está inferior ao ano passado. A qualidade é
afetada pelas condições climáticas. Até agosto, a proporção
era de 127,8 kg de ATR (Açúcar Total Recuperável) acumulado
para R$ 6,5 milhões. No ano passado, a ATR era de 128,5 kg.
O problema,
disse Penatti, é que o custo da produção está muito alto em
virtude da proibição da queima da palha da cana, o que afeta
principalmente os pequenos produtores. Com isso, a cana tem
que ser cortada manualmente. Atualmente, 70% da cana está
plantada em área mecanizada. Em 15% da área há dificuldades
de colheita, porque não comporta mecanização. Pelos cálculos
de Penatti, de 500 a 600 toneladas de cana devem ser
colhidas de forma manual em Piracicaba.
O corte
manual encarece o custo. Com a máquina, o gasto é de R$ 17 a
R$ 18 a tonelada e a vantagem é que a máquina ainda
transporta a cana. Na colheita manual, o preço é de R$ 19
por tonelada, mas é empregada a carregadeira, que custa de
R$ 4 a R$ 5 a tonelada. “O produtor que colhe a cana crua
manual tem custo maior do que colher cana mecanizada”,
informou Penatti. Enquanto isso, a remuneração caiu. Em
2011, o produtor recebia R$ 70 a tonelada e hoje recebe R$
57 a R$ 58 a tonelada.