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Pelo menos 31 pessoas, sendo a maioria empresários e comerciantes, foram presos
nesta terça-feira (15) suspeitos de integrar quadrilhas de tráfico internacional
de drogas em cinco estados do país, segundo informou a Polícia Federal de
Araraquara em uma coletiva de imprensa nesta tarde. As prisões aconteceram durante
a Operação 'Escorpião', que teve a participação de 200 policiais e cumpriu
mandados em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. O
balanço completo das prisões e apreensões ainda não foi divulgado, porque a PF
ainda aguarda contato com os policiais de dois estados.
Ao todo, 17 prisões
ocorreram em três cidades do interior de São Paulo, sendo sete
em Araraquara, oito em Ribeirão Preto, e duas em Jaboticabal. |
Todos são suspeitos de integrar duas quadrilhas de tráfico
internacional de maconha e cocaína. As outras 14 prisões
ocorreram em outros estados, mas a PF não precisou quais são e
as cidades. A PF também apreendeu dinheiro, armas, munições e
veículos, mas os números ainda não foram contabilizados.
Segundo o delegado
da PF de Araraquara, Alexandre Custódio Neto, a operação teve o
objetivo de cumprir 43 mandados de prisão preventiva e 52 de
busca e apreensão nos estados. A ação foi deflagrada em
cumprimento à decisão da 2ª Vara Federal de Araraquara (SP), que
também determinou o bloqueio de diversas contas bancárias.
No interior de
São Paulo, os suspeitos presos eram em sua maioria empresários e
comerciantes. Seis pessoas, sendo cinco em Araraquara e uma em
Ribeirão, já estavam presas. "Em Araraquara tinham empresários
do ramo de hortifrutigranjeiro, pizzaria, arendamento de
caminhão de câmara fria. Em Ribeirão, vários trabalhavam com
comércio. Já em Jaboticabal eles eram do ramo de venda veículos,
que acabavam sendo usados no transporte de drogas", explicou o
delegado da PF de Araraquara, Alexandre Custódio Neto.
INVESTIGAÇÕES
- O nome da operação 'Escorpião' tem relação com um tipo de
cocaína negociada pelas duas quadrilhas. "É uma pasta base, uma
cocaína de melhor qualidade e mais cara. Ele era adquirida com
traficantes do Mato Grosso, que traziam da Bolívia e do
Paraguai", afirmou.
A investigação
começou em fevereiro de 2013, depois que a PF flagrou um
laboratório de drogas em Altinópolis e, em março, prendeu um
traficante de drogas em Cascavel (PR). O trabalho já resultou na
prisão de 26 pessoas e apreensão de 380 quilos de cocaína, 130
quilos de maconha, 500 pontos de LSD, quatro armas de fogo, 28
veículos e R$ 100 mil. À época, os entorpecentes apreendidas
chegaram ao país pelas regiões de fronteira de Foz do
Iguaçu (PR), Ponta Porã (MS), Corumbá (MS) e Cáceres (MT).
Os integrantes
das organizações criminosas investigadas atuavam na região de
Araraquara e Ribeirão Preto, onde comercializavam drogas
trazidas da Bolívia e Paraguai em carros e caminhões. O material
era adquirido por traficantes de Mato Grosso e Mato Grosso do
Sul e, parte da carga, também se destinava ao estado de Minas
Gerais, de acordo com a PF. "Durante o trabalho, foi possível
identificar alguns fornecedores que atuam na região de
fronteira. Grande parte da maconha e da cocaína ficava aqui na
região e uma parte ia para Belo Horizonte e para a região de
Itaúna", afirmou o delegado.
A droga que
chegava à região também era distribuída em São Carlos, Jaú,
Bauru, Monte Alto e Olímpia. "Ocorreram várias apreensões
consideráveis de cocaína, maconha, produtos químicos utilizados
no preparo de drogas, além de armas de fogo", relatou Custódio
Neto.
OUTRAS PRISÕES
- Segundo o delegado, os outros suspeitos de tráfico de
Araraquara e Ribeirão que já haviam sido detidos em outras ações
são os principais líderes das organizações criminosas. "No
decorrer das investigações, alguns alvos foram presos e agora
recebem novos mandados de prisão porque estavam vinculados a
ocorrências anteriores", explicou.
A PF informou
que alguns suspeitos brasileiros estão em cidades do Paraguai e,
por isso, as prisões dependem da polícia do país. A polícia
ainda aguarda os resultados dos mandados de Mato Grosso do Sul e
Mato Grosso. Segundo o delegado, o contato com os policiais
ainda não foi possível pois são áreas rurais.
Os investigados
responderão na medida de suas participações pelos crimes de
tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e por
integrarem organização criminosa.
*Fonte:
G1/São Carlos - Foto: Rodrigo Sargaço
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