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Por conta da situação anormal de estiagem que o sudeste brasileiro vem
enfrentando desde os meses finais de 2013, o que vem prejudicando
significativamente a capacidade hídrica de vários rios do interior do estado de
São Paulo, fez com que o CEPTA mantivesse um monitoramento continuado nas áreas
abrangidas pelo Plano de Ação Nacional
Mogi/Pardo/Sapucaí-Mirim/Grande, plano
este que estabelece uma série de ações visando à conservação dos ambientes
aquáticos de toda a bacia.
Dado o baixo volume
de água dos rios da região, em fevereiro/2014 o CEPTA divulgou
levantamento realizado na ocasião, onde alertava sobre "o
atraso" do evento da Piracema - |
migração reprodutiva
dos peixes, e até sugeria a extensão do período proibitivo de pesca
por 30 dias, onde na ocasião foi identificada parcela significativa
de indivíduos que ainda poderiam iniciar sua atividade reprodutiva.
Tais peixes, através de
fenômeno ainda pouco conhecido, se mantinham nas áreas de reprodução
"em espera" de condições mais favoráveis à reprodução, entre estas
por exemplo a elevação do nível dos rios. Tal comportamento é
identificado pela análise das gônadas dos peixes, alguns deles ainda
carregavam ovócitos e espermatozóides.
No entanto, passados
cerca de 60 dias do levantamento anterior, pesquisadores do CEPTA
fizeram nova análise e desta vez identificaram que quase a
totalidade dos peixes analisados já se encontravam em período
pós-reprodução, ou seja, já sem a presença de ovócitos ou
espermatozóides, e pequena quantidade de peixes já iniciando a
preparação gonadal para o próximo período reprodutivo.
Como as condições
para uma reprodução adequada não ocorreram neste ano, não havendo
mudanças significativas entre o primeiro levantamento e o atual,
grande parcela dos peixes de toda a bacia sequer reproduziram, tendo
ocorrido o fenômeno conhecido como reabsorção dos gametas.
Conforme amplas
pesquisas realizadas em toda a região, iniciadas na década de 1950
pelo ex-pesquisador do CEPTA Dr. Manuel Pereira de Godoy e ainda em
andamento, quando encerra-se o período de Piracema os peixes iniciam
outra migração, conhecida como migração trófica, voltada aos seus
"lares de alimentação", descendo os rios, deixando assim as regiões
propícias à reprodução, que só deve voltar a ocorrer nos meses
finais de 2014 e início de 2015, se houver novamente condições
ambientais propícias para que a mesma possa naturalmente vir a ser
realizada.
*Fonte: ICM
Bio – CEPTA Pirassununga
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