segunda-feira, a
movimentação política dos onze vereadores, além de outras
pessoas ligadas aos partidos políticos, foi grande. Reuniões e
telefonemas tentavam garantir a qualquer custo a eleição para
Presidente do Legislativo.
Ainda segundo
informações, no domingo, dia 14, a base oposicionista ao governo
Henrique do Nascimento não havia decidido qual seria o nome do
candidato escolhido para ser eleito pelo grupo. Guto e Helton
tinham a pretensão de ser o novo presidente, mas a experiência
política pode ter sido o fator decisivo para a escolha do grupo
entre os dois pretendentes.
Suplente em 1997
pelo PMDB, Helton Antonio Venâncio chegou a substituir o Vereador Luiz Carlos Rosa Vianna
em uma única sessão ordinária, no dia 22 de março de 1.999, para votar a entrada
de uma denúncia para cassação do então Prefeito Municipal José Antonio Todescan
Gabrielli, o Lito. Luiz Carlos era o
autor da propositura e por isso estava impossibilitado de votar. A denúncia
acabou rejeitada.
Já em 2000,
Helton foi eleito pelo PPB e ocupou uma das cadeiras de vereador
até o final de 2004, quando não se reelegeu. Na eleição de 2008
e concorrendo pelo PSDB, Helton voltou a ocupar um lugar no Poder
Legislativo, onde atuou como um dos grandes perseguidores da
administração do então prefeito Luís Antonio Panone (PPS).
Em 2012, Helton
se reelegeu como vereador e logo na Sessão de Posse em 1º de
Janeiro de 2013, chegou a discutir e ofender Camila Sposito,
mulher de Anderson Aparecido Sposito (DEM), que em uma manobra
surpreendente, acabou tirando a
Presidência da Casa de Sebastião
José Ricci e de quebra assumiu a cadeira de Prefeito Municipal
Interino durante todo o ano de 2013.
Descontente com
a manobra de Sposito, Helton chegou a dar mostras de que
novamente faria oposição ferrenha à Administração Municipal,
porém pouco tempo depois passou a ser um dos grandes aliados do
governo Sposito na Câmara Municipal, ao lado de Zé Dias Bolcão (DEM)
e de Argeu Rischini (PPS). Helton foi um dos vereadores que mais
pediram regime de urgência nos Projetos de Lei enviados à Câmara
pelo Poder Executivo durante o mandato do governo de Anderson
Sposito.
Já na semana
passada - e com vistas à eleição de ontem -, um Projeto de
Resolução de autoria do Vereador Helton acabou com a votação
secreta para o preenchimento dos cargos do Poder
Legislativo. Aprovado pela maioria, o projeto tenta coibir que manobras políticas
[nos moldes daquela que ocorreu em 1º de Janeiro de 2013],
possam tirar a Presidência da Câmara de um grupo que já tenha
se articulado.
Além do fim da
votação secreta, o projeto também alterou a forma de desempate
na eleição para presidente, uma vez que o critério anterior era
a idade do parlamentar, ou seja, o mais velho seria declarado
eleito no caso de empate. Com a mudança, o critério de desempate
passou a ser o número de votos que cada parlamentar obteve.
Coincidentemente, o vereador Sebastião José Ricci, tido até a
semana passada como o mais cotado para vencer a eleição para
Presidente, é mais velho do que o Vereador Helton, porém o
tucano obteve dois votos a mais do que Ricci na eleição de 2012
(737 votos de Helton contra 735 de Ricci).
Com duas
derrotas seguidas, imputadas por manobras políticas de ultima
hora e de onde menos esperava, o Vereador Ricci fez um desabafo
ao usar a tribuna da Câmara nesta segunda-feira, dizendo-se
decepcionado com os rumos que a classe política descalvadense
tem tomado. Pouco antes do início da sessão, testemunhas
disseram que era clara a decepção do vereador com a atitude de
alguns de seus pares, e em especial com um deles, que ao lado de
Ricci teria travado uma das maiores batalhas políticas do Poder
Legislativo,
quando defenderam a inconstitucionalidade de um
projeto de lei que tentava proibir o uso de materiais de
propaganda política na eleição suplementar de 2013.
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