Produção
da Volkswagen
busca se adequar à realidade
do mercado automotivo
(Foto:Divulgação) |
A fábrica de motores da Volkswagen de São Carlos confirmou
na última sexta-feira (21) que 20% dos
seus trabalhadores terão férias coletivas
de 18 dias. Assim, cerca de 200 trabalhadores deverão estar descansando neste
período. A planta emprega aproximadamente 1.000 operários. O Início das férias
se dará logo após o carnaval, a partir do dia 5 de março.
O gestor de
comunicação interna da VW, Ricardo Júlio afirma que a
interrupção na produção de motores seguirá cronograma da planta
Anchieta da montadora. "Após o feriado de Carnaval, a Volkswagen
do Brasil concederá férias coletivas de 18 dias para cerca de
20% dos empregados da Unidade de São Carlos. A medida foi
adotada em razão da interrupção temporária do envio de motores
para a fábrica Anchieta, que suspenderá a produção para realizar
ajustes técnicos." |
A indústria automobilística brasileira iniciou o ano com ritmo
de produção bem menor do que o do mesmo período de 2013. Foram
fabricados 237,5 mil veículos em janeiro de 2014, o que revela
uma queda de 18,7% ante os 292,2 mil fabricados um ano antes, de
acordo com dados divulgados ontem pela Anfavea (Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Colaboram
para isso a ampliação das férias coletivas nas montadoras, para
ajustar estoques elevados (que, ao longo de 2013, chegaram a
superar 40 dias e, agora, estão em 31 dias), e a demora na
regulamentação das novas regras da linha PSI-Finame, do BNDES
(Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), que
ocorreu só no dia 27 e paralisou os financiamentos de veículos
pesados (caminhões e ônibus).
O economista
Paulo Cereda afirma que alguns fatores levam as montadoras a
reduzirem a produção. “Na verdade são várias as razões para tal
decisão. Um total de 48% das famílias brasileiras estão
endividadas. O governo, para tentar segurar a inflação aumentou
os juros. Desta foram as taxas e, consequente, o valor das
prestações subiram. Diante disso, o consumo é inibido e as
vendas caem”, explica ele.
A linha do
Finame, que no ano passado estava com juros de 4% ao ano para o
financiamento dos veículos pesados, em 2014 passou para 6%,
portanto segue atrativa, próxima do patamar da inflação. Os
emplacamentos de caminhões tiveram queda de 25% em janeiro ante
dezembro e de 10,9% em relação ao primeiro mês de 2013.
Segundo Cereda o
que está ocorrendo é um movimento cíclico. Segundo ele, em
alguns momentos o governo toma medidas para alimentar o consumo,
como no período pós-Crise Mundial em 2008 e 2009. “Com as
famílias com pouca renda para comprar e dificuldades para pagar
valores maiores de prestações, a opção de comprar um carro zero
muitas vezes é descartada ou postergada. Toda medida econômica
reflete na realidade brasileira”.
*Com
informações do Jornal Primeira Página
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