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Cumprindo agendas
em Santa Rita do Passa Quatro, Porto Ferreira e Ibaté, o
presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(FIESP), Paulo Skaf esteve em Descalvado na tarde da
quarta-feira (19), onde além de participar de entrevistas com a
imprensa, fez o anúncio de mais uma parceria entre o município e
o Senai, para a implantação do curso de soldador, cuja demanda
local é alta.
Segundo o
presidente da Fiesp, que falou com exclusividade ao
DESCALVADO NEWS, inicialmente o curso atenderá a duas turmas
num total de 20 alunos, em que o Senai oferecerá a estrutura e
os professores e a Prefeitura Municipal, um local adequado para
a qualificação profissional dos interessados. |
Apesar do município contar com o espaço do Centro Municipal de
Formação Profissional “Prof. Antônio Anésio Faria Casati”, ele é
insuficiente para a instalação de todo o equipamento necessário
para o curso, além de já estar comprometido com a realização de
outros como torneiro ajustador mecânico, pedreiro assentador e
auxiliar de mecânico automotivo.
Ainda no âmbito de
formação profissional, educação básica e conhecimento, Skaf
citou a nova escola do Sesi, inaugurada por ele em maio do ano
passado. “A indústria de São Paulo fica feliz em poder atender
as pessoas através de escolas boas, como o Sesi, Senai,
oferecendo estudo integral e formação profissional”, destacou.
Sobre o Sesi aliás,
na ocasião da sua inauguração, Skaf anunciou que estaria
solicitando à administração municipal a doação do terreno anexo,
para que um projeto de ampliação do centro educacional já
começasse a tomar formas. Questionado sobre as tratativas, ele
respondeu: “Hoje mesmo o prefeito Henrique me disse que as
providências estão sendo tomadas. Então se o prefeito diz, eu
acredito até porque o Henrique é uma pessoa de bem. Estamos
aguardando para entrar com a nossa parte”.
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Paulo Skaff iniciou a vista pela região participando da
entrega da nova escola do Sesi, em Santa Rita do
Passa Quatro, que também contou com participação do
prefeito de Descalvado, Henrique da Caixa |
PARCERIA COM O
MUNICÍPIO
- O Presidente da Federação da Indústria também foi indagado
sobre a possibilidade de uma parceria com a Prefeitura, para que
Descalvado possa receber novas empresas e indústrias. A
iniciativa aliás, constou do plano de governo da campanha do
prefeito eleito.
“Entendo que
precisamos desenvolver vários campos do Estado. Não adianta
desenvolver apenas uma região e estagnar outra. Então esse
interesse do prefeito Henrique em atrair novas empresas e a
preocupação em oferecer cursos profissionalizantes, pelo menos
os que ele me demanda, demanda ao Senai, vai fortalecendo as
empresas que aqui estão e vai abrindo oportunidade para outras
empresas virem para cá.
O primeiro passo é
ter mão-de-obra formada, mão de obra qualificada que possa
trabalhar nas empresas que venham para cá. Essas providências
abrem oportunidade de atração de novos investimentos. Me coloco
à disposição, além do que já está sendo feito, seja como
presidente do Senai, do Sesi, da FIESP, para colaborar com
Descalvado”, respondeu.
QUESTÃO NACIONAL:
CONSUMO DE ENERGIA
- Se há uma questão em que o Presidente da Fiesp se volta é o
sistema de energia não somente do Estado, mas do Pais como um
todo e, em Descalvado ele não deixou de abordar o assunto.
Na primeira semana
de fevereiro, o
Brasil
bateu novo recorde de consumo de energia,
atingindo 84.331 megawatts/h às 15h32 do dia 04. O sistema
elétrico está operando no limite. Ao responder se existe por
parte da Fiesp a preocupação de que o sistema não suporte a
demanda e entre em colapso, Skaf foi muito seguro:
“Pelos
dados que tenho, não existe nenhum colapso à vista não.
Há a preocupação exatamente pela falta de chuvas e com
os baixos níveis de reservatório. Temos que lembrar que
na geração de energia nossa, 80% são hidroelétricas, e a
hidrelétrica depende principalmente de chuva. O que
acontece é que as usinas hidrelétricas que estão sendo
construídas não possuem reservatórios, que é o que a
gente defende e, por isso, o abastecimento fica
dependendo exclusivamente da ocorrência de chuvas”,
explicou.
De acordo
com Skaff, uma usina hidrelétrica (como a de Belo Monte
que está sendo construída), absorve investimentos da
ordem de R$ 40 milhões. O reservatório custa normalmente
entre 15 a 20% do |
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valor da
usina. “Então estamos falando em gastar 40 milhões de
reais, produzir uma determinada quantidade de energia ou
gastar R$ 48 milhões para produzir o dobro, porque
quando você tem um reservatório você tem muito mais
produtividade”, acrescentou. |
Para Skaff, além da
questão econômica, o fato de uma usina hidrelétrica possuir um
reservatório, tornando-se assim mais vantajosa, também se prevê
a preservação do meio ambiente, porque quando há a falta de
energia e passa-se a utilizar as termoelétricas, elas acabam
poluindo muito mais do que as hidrelétricas.
“Com o
reservatório, as hidrelétricas produzem o dobro. Além disso, se
precisar fazer 2 usinas, ao invés de uma hidroelétrica, você
mexeu mais com o meio ambiente do que se fizer uma com
reservatório, ou seja, precisamos corrigir esta questão”, disse.
Com a questão das
chuvas se normalizando, acredita o Presidente da Fiesp que não
haverá maiores problemas. “Agora é lógico que os investimentos
que estão por ai precisam acontecer. O governo não pode enrolar.
Se não acontecerem os investimentos que estão programados e já
em fase de construção e começar a atrasar tudo, e por outro lado
o país aumentar o seu consumo, podemos ter problemas no futuro.
Mas eu espero que as obras sejam feitas e que a gente possa não
ter nenhum tipo de caos”, completou.
Baseado na projeção
de crescimento da economia brasileira, estimada em apenas 1%,
Skaf lamentou que o crescimento e o consumo de energia também
deverão ser baixos. Para ele, deveria ter mais crescimento, mais
consumo e que os investimentos nas novas hidrelétricas, nos
projetos de energia eólica (ventos) e mesmo nas termoelétricas
se acelerassem, para que se pudesse ter um resultado melhor para
o pais e para o desenvolvimento das pessoas.
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