exames e a doença
só foi comprovada após 20 dias. “Foi angustiante porque você
pensa o que você tem, o que você não tem, aonde você pegou e
quando chega o resultado é muito triste”, contou a mulher que
não quis ser identificada.
O novo método
desenvolvido pelos pesquisadores da Unesp praticamente elimina o
tempo de espera do resultado do exame. O sensor, que foi criado
nos laboratórios do Instituto de Química, é mais rápido e
eficiente. O aparelho foi testado em bolsas de sangue do
hemocentro de Botucatu (SP). Foi utilizada uma proteína extraída
do casulo do bicho-da-seda e a nanotecnologia. “É uma tecnologia
brasileira. O que nós temos hoje de teste rápido para a hepatite
C é uma tecnologia importada, o que gera um custo maior”, disse
a pesquisadora e criadora do método, Marli Moraes.
RESULTADOS CERTEIROS
- A sensibilidade do novo método possibilita resultados
certeiros, ao contrário do teste mais usado, que costuma dar uma
porcentagem de resultados sem conclusão. São amostras que podem
ser falsos positivos ou falsos negativos e, por isso, as bolsas
de sangue precisam ser descartadas.
Isso acontece
porque o paciente pode ter sido infectado recentemente ou estar
com alguma outra virose. No hemonúcleo de Araraquara são feitas
análises de 800 amostras todo mês usando esse tipo de teste. De
20 bolsas, duas são descartadas por hepatite C.
Para o médico
hematologista responsável, Reinaldo Bonfá, o método pode ajudar
principalmente em lugares onde falta estrutura e em situações de
emergência. “Em certas situações de pronto-socorro, se precisar
de um teste muito rápido para detectar certas condutas. Por não
exigir nenhum equipamento sofisticado, pode ser utilizado em
beira de rio, na Amazônia, em cidades menores e em postos de
saúde. Você consegue aplicar o teste e fazer uma triagem dessa
população, o que é muito importante”, explicou.
APLICAÇÃO
- Os pesquisadores esperam que o teste, que já teve patente
requerida, seja aplicado e analisado antes de coletar o sangue
do doador. A tecnologia seria de grande interesse para o Sistema
Único de Saúde (SUS) por causa do baixo custo. Um teste comum,
por exemplo, custa R$ 50 e o sensor da Unesp fica em torno de R$
10. Além disso, ele poderia ser usado em campanhas de prevenção
da doença, que hoje utilizam os testes importados.
SOBRE A DOENÇA
- Identificada em 1980, a hepatite C tem um tratamento
complicado que atinge quase 5,6 mil pessoas no estado.
Atualmente, minuciosos testes são feitos em cada bolsa de sangue
e o micro-organismo é responsável pelo descarte de grande volume
de material. No Brasil inteiro, o sistema público coleta 4,5
milhões de bolsas por mês.
*Com informações do G1 São Carlos / Foto: Paulo Chiari
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