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				Leandro Cardoso e o 
				Secretário de Finanças, Geraldo de Campos, que além de questões 
				administrativas, apontaram questões técnicas e contábeis. A coletiva se 
				fez necessária, haja vista que com a  exoneração do 
				ex-secretário, o Enfermeiro Carlos Roberto Bianchi – que ocupava 
				a pasta desde janeiro de 2013- ocorrida na sexta-feira (27 de 
				junho), assim como da Diretora de Saúde, Marianita Barbosa 
				Adorno, muito se comentou a respeito da decisão da 
				administração, assim com a nomeação do Dr. Edmilson, já que ele 
				é profissional da cidade de Leme.  
				Foi o prefeito 
				Henrique quem deu início à coletiva informando que as medidas 
				tomadas foram necessárias para a ‘regularização da Secretaria de 
				Saúde’, onde nos últimos meses se observou um gasto excessivo 
				com retorno insatisfatório no atendimento da população. “Hoje há 
				a necessidade da regularização na pasta da saúde e essa é uma 
				área prioritária da nossa administração. O Dr. Edmilson Barbatto 
				a quem eu agradeço o aceite do convite, é um profissional 
				gabaritado, está conosco desde o início do ano auxiliando em 
				todas as Secretarias e, agora assumirá a Saúde, onde fará um 
				trabalho de gestão. Assim como eu, ele é graduado e pós-graduado 
				em Gestão Pública e eu tenho certeza, que dentro dos próximos 60 
				dias, já teremos um diagnóstico preciso, além de soluções e 
				práticas para melhorias no atendimento da população”, destacou. 
				Em meio às suas 
				explanações, Henrique foi questionado se para fazer o 
				diagnóstico da pasta, havia a necessidade da contratação do 
				profissional de Leme que, até então imaginava-se que não tinha 
				ligação com a área da saúde. O prefeito foi enfático: “Lógico. O 
				fato dele não ser médico ou enfermeiro não interfere na sua 
				nomeação. Não existe em nenhum lugar, lei que obriga que o 
				secretário da Saúde tenha que ser médico, enfermeiro ou 
				profissional da área. Ele precisa sim ser uma pessoa 
				responsável, que faça uma boa gestão que é o que estamos 
				precisando na nossa Saúde e, isso, o Dr. Edmilson Barbatto eu 
				tenho certeza que é e fará o trabalho que tem que ser feito”, 
				esclareceu. 
				Henrique 
				destacou que a substituição de cargos de confiança em uma 
				administração é 'natural', que sempre aconteceu e que o detentor 
				do cargo em comissão é o Chefe do Poder Executivo, que faz as 
				suas nomeações montando a equipe de sua confiança e mediante a 
				demanda e necessidade. Ainda citou exemplos de profissionais que 
				não eram formados na área e atuaram de forma brilhante na gestão 
				pública, como foi o caso do ex-servidor conhecido como ‘Paraná’, 
				que fez um excelente trabalho frente à Secretaria de Obras mesmo 
				não sendo engenheiro formado, na época do ex-prefeito Mauro de 
				Lima. 
				O prefeito 
				abordou ainda o fato de um profissional de fora assumir o 
				comando da Saúde. “Como eu disse, a saúde precisa ser 
				regularizada. Neste momento se faz necessária uma pessoa neutra, 
				com conhecimento e que tenha total liberdade e condição de 
				promover as mudanças necessárias. O Dr. Edmilson Norberto 
				Barbatto ficará à frente da Saúde o tempo necessário para o 
				restabelecimento da pasta. Quando concluído o seu trabalho, 
				pensaremos sim num nome de um profissional descalvadense para 
				ser nomeado. Mas enquanto isso, confio plenamente no trabalho do 
				Dr. Edmilson”, disse.  
				
					
						| CHOQUE DE 
				GESTÃO - 
				Completando três dias de sua nomeação na ocasião da coletiva de 
				imprensa e mostrando-se bastante seguro em suas falas, o novo 
				Secretário afirmou que a saúde de Descalvado está na UTI e, 
				segundo o mesmo, a sua afirmação se dava em razão de um prévio 
				diagnóstico feito na Secretaria. Antes de se 
				aprofundar, ele apresentou o seu curriculum deixando claro que a 
				saúde trata-se de uma área afeta à sua atuação. Dr. Edmilson 
				atua junto à administração pública desde 1996 e, em 1998 obteve 
				a graduação em Gerência de Cidades pela FAAP. Foi membro por 
				diversos anos do 
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						Conselho 
						Municipal de Saúde da cidade de Leme e, foi o autor de 
						lei municipal que implantou as políticas públicas da 
						área naquela cidade.  | 
					 
				 
				“Quero deixar 
				bem claro que não sou político, não tenho pretensão política e 
				não iremos promover caça às bruxas. Vou agir de forma 
				profissional, pois a Saúde em Descalvado está necessitando de um 
				choque de gestão  para sair do marasmo em que se encontra. 
				Pudemos observar que nos últimos meses os gastos foram enormes, 
				porém os cerca de R$ 9 milhões [valor esse absorvido pela Saúde 
				nos quatro primeiros meses de 2014], não chegaram à população. 
				As reclamações são grandes”, iniciou.  
				Segundo o novo 
				Secretário da Saúde, num primeiro momento levantou-se que não há 
				recursos para que se fazer o pagamento de funcionários das 
				unidades de Saúde da Família, que são contratados pela 
				Associação da Irmandade da Santa Casa e que é algo a ser 
				resolvido. Além disso, as verbas da área estavam até então sendo 
				mal gastas, sem proporcionalidade e planejamento. “Nosso 
				trabalho vai ser de otimização do atendimento da população, a 
				nós interessa apenas o direito da população de ter um 
				atendimento digno e de qualidade.  As coisas não vinham 
				funcionando bem, se investia muito dinheiro onde não havia 
				necessidade, enquanto que em outras áreas faltava. Vamos ter que 
				rever tudo e mais que isso, teremos um ano difícil, pois estamos 
				trabalhando com um orçamento (municipal) mal feito, matreiro e 
				cheio de armadilhas”, destacou Barbatto.  
				De acordo com 
				explicações do Secretário de Saúde, que também é contador e cuja 
				fala foi corroborada pelo Secretário de Finanças, Geraldo de 
				Campos, o orçamento público municipal de 2014 está ‘furado’, 
				porque foi montado contando-se com pelo menos R$ 9.500.000,00 
				(nove milhões e quinhentos mil reais), provenientes de 
				compensações de tributos não repassadas ao Instituto Nacional de 
				Seguridade Social – INSS, prática esta que já se sabe é 
				irregular e que implicará em dívida do município junto ao órgão.
				 
				“Por todo o ano 
				passado procedeu-se com a compensação indevida de tributos do 
				INSS, o que gerou uma retenção mensal de cerca de R$ 750 mil 
				reais nos cofres públicos. Acontece que o sistema da Receita não 
				reconhece o direito do crédito para o município e, de uma forma 
				irresponsável isso foi feito, ou seja, a Prefeitura possui uma 
				dívida com a Receita e na hora devida ela vai ser cobrada. O 
				orçamento de 2014 foi montado contando com esses recursos, algo 
				em torno de mais de 9 milhões e setecentos mil, que não estão 
				sendo arrecadados porque desde janeiro deste ano, essa prática 
				irregular foi suspenso. Então, o orçamento municipal também vai 
				ter que ser revisto, vamos ter que reencaminhar para a Câmara e, 
				se com o atual orçamento os gastos com a saúde já foram 
				exorbitantes, esse valor só tende a aumentar quando tivermos o 
				diagnóstico orçamentário real”, ressaltou Dr. Edmilson Barbatto. 
				NÚMERO 
				REAL: 47% OU 28%? 
				- Ainda no âmbito financeiro da área da saúde, um questionamento 
				feito abordou a questão do quanto foi investido nos quatro 
				primeiro meses de 2014, já que em audiência pública da 
				Secretaria de Finanças realizada em maio, foi apontado que o 
				índice chegou a 47%. A Secretaria de Saúde, porém, em audiência 
				realizada no dia 27 de junho, apresentou outro índice: 28%. 
				Junto com o Dr. 
				Edmilson Barbatto, o secretário de Finanças esclareceu que 28% 
				representava tudo o que já havia sido pago dos gastos da Saúde e 
				que, o verdadeiro número é realmente 47% de todo o orçamento, 
				porque nesse percentual se incluem as despesas liquidadas, ou 
				seja, produtos e serviços entregues ou já contratados pela 
				municipalidade. 
				“E a projeção, 
				se continuar do jeito que está é a de, até o final do ano, a 
				saúde absorver cerca de 61% de todo o orçamento. Ficou faltando 
				o ex-secretário de Saúde mostrar os três números: os 28% que 
				representam tudo o que foi pago; os 47% do que foi liquidado e a 
				projeção para o ano de 2014 que, se mantivesse as coisas do 
				jeito que estão, chegaria a 61%”, destacou Geraldo de Campos. 
				MUITO A SE 
				FAZER – 
				Além da questão orçamentária da Saúde, Dr. Edmilson Borbatto 
				falou das primeiras providências. Na quinta-feira mesmo ele 
				teria uma reunião com todos os diretores e chefes das unidades 
				de saúde, haja vista que, por exemplo, ele detinha o 
				conhecimento de alguns problemas como, por exemplo, o desvio de 
				funções e a falta de controle na distribuição de medicamento, 
				bem como nas solicitações para aquisição de remédios. 
				 
				“Temos a 
				pretensão de dotar toda a rede municipal de saúde de um sistema 
				integrado informatizado, em que tanto a unidade quanto o médico, 
				terá à disposição todas as informações do paciente, num 
				prontuário eletrônico. Sabe-se que, por exemplo, não há um 
				controle efetivo de medicamentos, de material, nem nas unidades 
				e nem no Pronto Socorro Municipal, que é outro local que faremos 
				intervenção. Então, essa será uma de nossas providências”, 
				disse. 
				Foi questionado 
				o (des)cumprimento do horário de trabalho por parte dos médicos, 
				o que o Secretário de Saúde se comprometeu a buscar soluções. 
				Edmilson 
				Barbatto frisou que não é do seu interesse permanecer como 
				titular da pasta e que ficará até que a ‘Saúde entre nos 
				trilhos’. “O meu desejo e do prefeito Henrique é que a população 
				seja atendida. Somente isso. Ficarei até que a Saúde saia dessa 
				UTI que se encontra, porque a população não pode sofrer pela 
				falta de gestão ou quaisquer outros problemas. Quando tudo 
				estiver no seu devido lugar, então eu me retirarei”, finalizou. 
				ORÇAMENTO 
				MUNICIPAL 
				– Embora a pauta da coletiva de imprensa tenha sido outra, a 
				questão do orçamento municipal foi bastante abordada, até porque 
				a Saúde é a área que mais tem absorvido recursos. 
				Conforme citado 
				inicialmente pelo Dr. Barbatto, o orçamento público municipal 
				terá que ser revisto, o que será feito por uma empresa de 
				consultoria especializada. A informação foi dada pelo Secretário 
				de Administração, Leandro, o qual ponderou: “Engraçado que 
				consideraram no orçamento algo que é inexistente, como é o caso 
				das compensações do INSS que são irregulares e que não estão 
				acontecendo e, deixaram de contabilizar o que é real, como por 
				exemplo, a participação do município no CFEM, que é um fundo 
				resultante de tributos provindos da extração mineral. O seu 
				valor aproximado é de mais de R$ 1 milhão e não consta do 
				orçamento deste ano”, destacou. 
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