número de provas
possíveis e poder confrontá-la”, explicou Capobianco.
O delegado disse
ainda que durante os próximos dias ouvirá outras monitoras que
trabalhavam na creche e ao menos outros cinco pais de crianças
que faziam parte da turma da monitora. “Quero saber se durante
esse período elas apresentaram alguma alteração de
comportamento. Também pretendo ouvir a diretora de ensino da
cidade, falta agendar um horário”, adiantou Capobianco.
A suspeita se
apresentou à polícia no dia 10 de setembro. Acompanhada do
advogado, Jorge Nery, a mulher estava bastante abalada, relatou
o delegado. De acordo com a autoridade policial, durante o
período da preventiva, a defesa tentou um habeas corpus, que foi
negado pela Justiça.
CRIMES
- Segundo o delegado, a monitora pode ser enquadrada nos crimes
de maus-tratos, com pena de até 1 ano, e tortura, de 2 a 8 anos.
Por ser agente pública, a condenação pode aumentar.
A outra
funcionária que acompanhava as agressões feitas pela colega e
que não reagiu também é investigada e pode responder como
coautora, segundo Capobianco. A servidora de 57 anos se
apresentou no dia 5 de setembro. Segundo a advogada dela, Renata
Giocondo, a mulher confirmou que não reagiu às duas agressões
praticadas pela colega porque ficou 'sem ação diante da
violência praticada contra as crianças'.
De acordo com a
advogada, a servidora disse ter pedido para que a monitora
parasse com a agressão, mas que isso não teria adiantado. Após a
segunda criança ter sido atacada ela se retirou da sala. Ainda
segundo a advogada, as duas mulheres estavam sozinhas na creche
no momento em que o vídeo foi gravado.
DENÚNCIAS
- Após novas denúncias, a Prefeitura exonerou a diretora e a
supervisora da creche, que já teriam sido avisadas sobre a
situação. Além da denúncia de maus-tratos, a Prefeitura explicou
que a exoneração serve para preservar a integridade das duas,
que perdem os cargos comissionados e voltam a exercer a função
de professoras em outras unidades da Secretaria de Educação.
Duas
funcionárias, que não quiseram se identificar, denunciaram a
direção da creche e afirmaram que a monitora era agressiva. A
outra funcionária que trabalha na unidade contou que era normal
ouvir choro de crianças na sala da monitora afastada. “Nunca
questionei porque ela tem uma personalidade forte e é muito
malcriada. As crianças que ela cuidava tinham medo, estavam
sempre de cabeça baixa, tristes, um comportamento bem
esquisito”, afirmou na época.
ENTENDA O CASO
- A funcionária foi flagrada ao agredir crianças. As imagens
foram gravadas pelo pai de um dos alunos com uma câmera
escondida na mochila do filho. O homem desconfiou da atitude da
monitora e das reações da criança e decidiu colocar a câmera.
Contratada em
2011, a agressora de 46 anos foi afastada pela Prefeitura, onde
trabalhava como monitora na mesma creche desde o início de sua
contratação. Antes da admissão, ela passou por uma avaliação
psicológica, mas o laudo não apontou nenhum problema.
A administração
municipal informou que não tinha conhecimento de maus-tratos
praticados na creche ou pela monitora.
*Com
informações do G1/São Carlos
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