Além de colocar em risco 14 espécies de peixes, a estiagem mudou
a paisagem do Rio Mogi Guaçu e já afeta o turismo e o comércio
em Pirassununga. Os efeitos da estiagem na Cachoeira de Emas
podem ser facilmente detectados pelas imagens do 'antes' e
'depois' da escassez das chuvas que atingiu a região. Segundo o
pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de
Peixes Continentais (Cepta), Paulo Sérgio Ceccarelli, a vazão do
rio está cerca de 50% abaixo do normal, mesmo após alguns dias
de chuva.
Com menos água no rio, o comércio de Cachoeira de Emas passou a sentir os
efeitos negativos. De acordo com a proprietária de um restaurante da região, Aline
Alexandrinha Senhorine, ela calcula uma queda de 50% no movimento de turistas na
região. “A economia em um todo se encontra ruim. O preço do peixe e outros
produtos aumentaram também. Estamos torcendo para que chova todos os dias para
ver se a situação melhora”, afirmou.
O gerente de
restaurante Maurico Arruda tem investido em propaganda, o que
segurou um pouco a queda no faturamento. Segundo ele, se não
houvesse esse recurso, a queda seria de até 15%.
Além da queda no
número de turistas ele registrou também o aumento no valor do
peixe, que é o principal ingrediente do restaurante. “O peixe
teve um aumento de uns 20% e está previsto outro. O primeiro não
repassamos para o consumidor, mas o segundo, eu não sei se vamos
conseguir segurar”, disse.
Arruda explicou
que o aumento não foi repassado para não diminuir ainda mais o
movimento.”Somos um restaurante de médio a grande porte e temos
muito funcionários, não podemos ficar sem clientes”, falou.
MORTANDADE DE
PEIXES -
Ainda segundo o pesquisador do Cepta, em setembro era esperada
uma vazão de 21 metros cúbicos por segundo, mas, atualmente, são
apenas oito metros cúbicos por segundo. “A mortandade de peixes
já é esperada. O nível de oxigênio normal é de sete, mas
atualmente está em torno de três e meio. Se baixar mais, os
peixes começarão a morrer”, explicou. Com a seca, 14 espécies
correm risco de desaparecer do rio.
*Com informações do G1/São Carlos
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