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O prefeito de São
Carlos, Paulo Altomani, reuniu parte do seu secretariado,
representantes da Polícia Militar, e um grupo de pesquisa para
anunciar que a cidade deve testar um método de combate ao
mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, zika vírus e
chicungunya.
A partir de
janeiro, o município deve utilizar pastilhas com um
micro-organismo chamado bacillus thuringiensis israelensis (BTI)
que, quando ingerido pelas larvas do mosquito transmissor da
doença, impede sua proliferação. O comprimido, colocado em um
recipiente com água, inviabiliza o criadouro do mosquito por um
período de 120 dias. O bacilo, segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), não é perigoso a humanos. |
Segundo os estudos, em menos de cinco horas, o bacilo mata 50%
das larvas. Depois disso, a letalidade aumenta, matando quase
100% delas. Segundo Euclides Matheucci Júnior, pesquisador e
professor na área da biotecnologia da UFSCar, São Carlos foi
escolhida para o teste em função do surto do ano passado, quando
foram registrados 17 mil notificações de dengue. Até ontem, a
cidade registrava 38 casos confirmados de dengue e 719
notificações. “Essa pastilha é inofensiva, não causa problemas
aos humanos e possui quatro toxinas nocivas aos mosquitos”,
informa Júnior. “Essa experiência é inédita no Brasil, porém tem
sido muito usada nos Estados Unidos”, complementou.
Segundo o
secretário de Saúde, Marcos Petrilli, as pastilhas começam a ser
distribuídas à população nas primeiras semanas de janeiro e
também devem utilizar os 30 mil estudantes da rede de ensino na
disseminação das informações sobre a utilização da pastilha.
COMBATE
– De acordo com Petrilli, como ainda não existe vacina para
combater a doença, a saída encontrada pelos governos é combater
os focos de proliferação do mosquito, principalmente em águas
paradas.
“As medidas
terão que ser tomadas de imediato. As ações que são preconizadas
pelo Ministério da Saúde são cumpridas pelo município, só que a
gente acompanha essas ações com algumas alternativas, utilizando
bases tecnológicas para acelerar a contenção do mosquito e de
focos e criadouros”.
Segundo Paulo
Altomani, não basta a utilização desse método. A população
necessita de consciência. “Se não houve o envolvimento da
sociedade não vamos conseguir vencer essa batalha. Precisamos
que cada cidadão faça a sua parte, mantendo a sua casa limpas. É
uma operação de guerra e vai ficar ainda mais grave se não
tomarmos uma posição”, alerta o prefeito de São Carlos.
*Com informações
e foto de Osni Martins
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