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A estiagem registrada no Estado de São Paulo afetou o nível do Rio Mogi Guaçu em
Pirassununga e diminuiu drasticamente as expectativas de reprodução de espécies.
Mas agora, a pouco mais de um mês do fim da piracema, o cenário é melhor. O
primeiro balanço dos especialistas aponta que muitos peixes conseguem subir o
rio e o índice de reprodução já corresponde à metade do esperado.
"A piracema deste
ano foi 50% do que se esperava para um ano normal, porém, em
relação à situação crítica em que estava o Rio Mogi, podemos
dizer que tivemos, sim, uma boa piracema", afirmou Fábio Sussel,
pesquisador da Associação Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios (Apta). |
Os meteorologistas calculam que a região fechou o ano com um déficit
hídrico de 660 milímetros. A escassez repercutiu na mudança da paisagem,
do ciclo de reprodução e da rotina de quem depende da natureza para
viver, como o pescador Durval Penha Francisco. "Precisa torcer para o
rio encher para que esse peixe que desovou vingue".
E a torcida parece estar
dando certo. Neste ano, o dourado está se saindo melhor na corrida pela
reprodução, mas o que mais animou quem observa a piracema é que uma das
14 espécies ameaçadas de extinção já foi vista no rio.
"A população avistou um
jaú de grande porte, estima-se um peixe de mais de 50 kg, o que é uma
boa notícia. Se foi possível ver um, provavelmente havia outros
exemplares da mesma espécie e se esse peixe conseguiu se reproduzir,
seja fêmea ou macho, deixou um bom material genético no rio. Vamos
torcer para que ele tenha se reproduzido", contou Sussel.
Outra boa notícia é que
uma forte chuva deve atingir a região no fim do mês, elevando o nível do
Mogi Guaçu, facilitando a migração dos peixes e contribuindo para o
aumento da reprodução.
*Fonte: G1/São Carlos
/ Foto: Mário Zambelli
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