Mapa de vulnerabilidade mostra as diferenças entre as
cidades de São Paulo
(Foto: Reprodução/Ipea) |
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Um levantamento do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea - revelou que o
município de Descalvado reduziu em 30% o Indice de
Vulnerabilidade Social (IVS) desde a última pesquisa realizada
no ano de 2000. Classificado com o índice de 0,19, Descalvado é
considerado um município com vulnerabilidade muito baixa.
O IVS varia entre 0
e 1 e, quanto mais próximo a 1, maior é a vulnerabilidade
social. De 0 a 0,2, considera-se que a vulnerabilidade é muito
baixa; valores entre |
0,201 e 0,3 indicam vulnerabilidade baixa; IVS
entre 0,301 e 0,4 aponta para média vulnerabilidade e, entre 0,401 e
0,5, alta vulnerabilidade. Qualquer valor entre 0,501 e 1 indica que o
município possui muito alta vulnerabilidade social.
De acordo com os dados que
foram divulgados na semana passada pelo Ipea, em 2000 o IVS de
Descalvado estava classificado em 0,27, o que já deixava a cidade na
faixa de municípios com vulnerabilidade baixa, porém com a redução do
IVS para 0,19, Descalvado agora figura entre as cidades com índice muito
baixo.
Para se ter uma ideia da
importância do resultado para o município, o IVS do Brasil está
classificado com 0,32, o que deixa Descalvado com um índice 60% menor do
que a média nacional.
ENTENDA - O IVS é construído a partir de indicadores do Atlas do Desenvolvimento
Humano (ADH) no Brasil e procura dar destaque a situações de exclusão no
território nacional, em uma perspectiva que vai além da identificação da pobreza
como insuficiência de recursos monetários. Dessa forma, ele complementa o Índice
de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e fornece informações que podem ser
usadas pelos governantes para a criação ou aperfeiçoamento de políticas públicas
mais sintonizadas com as reais necessidades locais.
Para isso, são
considerados 16 indicadores estruturados em três dimensões –
infraestrutura urbana, capital humano e renda e trabalho – e entendidos
como fatores que deveriam estar à disposição da população. “Nesta
medida, este índice foi pensado para dialogar com o desenho da política
social brasileira, uma vez que atesta a ausência ou insuficiência de
‘ativos’ que, pela própria Constituição Federal de 1988, deveriam ser
providos aos cidadãos pelo Estado, nas suas diversas instâncias
administrativas”, explica o Atlas da Vulnerabilidade Social.
Assim, em infraestrutura
urbana, são considerados o percentual de pessoas em domicílios com
abastecimento de água e esgoto inadequados, a porcentagem da população
que vive em domicílios urbanos sem serviço de coleta de lixo e a taxa de
moradores que vivem em imóveis com renda per capita inferior a meio
salário mínimo e que gastam mais de uma hora até o trabalho.
Em capital humano, o
Ipea analisa a mortalidade até um ano de idade, o percentual de crianças
de 0 a 5 anos que não frequentam a escola, o percentual de pessoas de 6
a 14 anos que não frequentam a escola, a porcentagem de mulheres de 10 a
17 anos de idade que tiveram filhos, o percentual de mães chefes de
família e sem ensino fundamental completo, a taxa de analfabetismo da
população de 15 anos ou mais, o percentual de crianças que vivem em
domicílios em que nenhum dos moradores tem o ensino fundamental completo
e o percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham
e possuem renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário
mínimo.
Por fim, em renda e
trabalho, o levantamento mede a proporção de pessoas com renda
domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo, a taxa de
desocupação da população de 18 anos ou mais, o percentual de pessoas de
18 anos ou mais sem fundamental completo e em ocupação informal, a
porcentagem de pessoas em domicílios com renda per capita inferior a
meio salário mínimo e dependentes de idosos, e a taxa de atividade das
pessoas de 10 a 14 anos.
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