“Os assaltantes não estão se inibindo com as câmeras e ainda
agem com violência. A minha preocupação não é o prejuízo
material, mas o trauma psicológico que provoca nos
funcionários”, afirma Fátima, que emprega na unidade dois
farmacêuticos e dois balconistas.
Segundo Fátima, o
governo do Estado não assegura o direito de ir e vir do cidadão,
oferecendo mais policiamento à população. “Essa região não é
para ser perigosa. É uma avenida com muita movimentação”,
explica.
DECISÕES – Fátima ainda não decidiu se fechará a farmácia. O protesto aconteceu
apenas ontem. Ela criticou o governo do Estado que cobra muitos tributos das
pequenas farmácias, mas não reverte os recursos arrecadados com impostos em
segurança. “O governador [Geraldo] Alckmin não está interessado com o povo e sim
o quanto vai arrecadar em imposto”.
O balconista
Marcelo foi a vítima dos assaltantes. Ele baixava as portas do
estabelecimento quando foi atacado pelos criminosos. O
funcionário conta que estava em companhia de uma farmacêutica,
que se trancou no banheiro ao perceber a movimentação estranha.
“Após pegarem o dinheiro, eles pediram para esperar 10 minutos
antes de chamar a polícia, caso contrário voltariam para me
matar. É uma experiência muito desagradável. Não consegui dormir
direito”, relata.
O ROUBO
– De acordo com informações da polícia, o roubo à farmácia
aconteceu na noite de quinta-feira (13). Dois homens, um deles
armado com revólver, roubaram R$ 2 mil que estavam no caixa,
mais R$ 600 do balconista. As imagens estão com a polícia, que
tenta identificar os suspeitos.
Bandidos
estão perdendo medo, afirma comerciante vítima de assalto -
O comerciante Jhone José Rosa também foi outra vítima de assalto
na avenida Bruno Ruggiero Filho, no Santa Felícia, no dia 17 de
maio. Quatro homens, um deles armado, renderam o empresário, um
funcionário e um cliente para roubar R$ 400 em dinheiro, 30
latas de energético e duas garrafas de uísque.
Ele conta que
foi vítima de roubo por quatro vezes em oito anos. Jhone acha
que a violência não é exclusiva do bairro Santa Felícia. “A
cidade toda tem roubo. Os bandidos fazem o que querem”,
acredita.
De acordo com o
comerciante, a polícia faz patrulhamento na região. “O problema
é que os bandidos perderam o medo, falta punição”, observa.
DIG já
esclareceu 51 roubos em três meses - O delegado Gilberto de
Aquino, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), afirma que a
Polícia Civil tem se empenhado em esclarecer os casos de roubo.
De março a maio foram 51 casos esclarecidos. Desse total, 21
envolvidos eram adolescentes.
“Em muitos
casos, os suspeitos participam de mais de um crime. O que
podemos afirmar é que a Polícia Civil trabalha para esclarecer
todos os casos”, explica.
Gilberto lembra
que os Distritos Policiais – 1º e 4º; 3º e 5º – trabalham para
descobrir os autores dos crimes das regiões. “Nessa semana já
identificamos suspeitos de um roubo que aconteceu no Planalto
Paraíso, e caminhamos para a solução, o que demonstra a intenção
da polícia em resolver os casos”.
Esse roubo
aconteceu no dia 12 de junho. Um casal e uma criança ficaram
reféns por sete horas. Três bandidos levaram dois notebooks,
três bicicletas e outros objetos.
O capitão
Jeferson Lopes Jorge, da Polícia Militar, explica que a região
do Santa Felícia não é local que mais preocupa a polícia quanto
a roubos. Ele acrescenta que todos os bairros são cobertos pelo
policiamento e que um mapeamento identifica os locais em que há
prioridade de ação policial. “Essas estratégias resultam em
ações que contribuem em prisões, como a que ocorreu na semana
passada quando um homem atuava no furto de carros na região da
Santa Casa”, esclarece.
*Fonte:
Jornal Primeira Página |