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Nesta quarta-feira
(2) comemorou-se o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. O
dia 2 de abril foi escolhido pela Organização das Nações Unidas
(ONU), pais, profissionais e governantes para fazer um alerta
sobre esta síndrome. Tem como objetivo trazer a visibilidade
para esse tipo de deficiência que ainda é pouco abordado e
conhecido pela sociedade em geral e, por isso, famílias têm
maiores dificuldades no trato de pessoas com autismo. Para um
melhor acompanhamento, é importante que haja o diagnóstico
precoce, assim a criança poderá receber cuidados médicos e
educacionais adequados. |
Em Descalvado, a data foi comemorada pela Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais (APAE), que pelo segundo ano consecutivo
promoveu uma passeata pelas ruas da cidade com a participação de
alunos, professores, funcionários, especialistas, voluntários e
alguns pais, todos vestidos e caracterizados com a predominância
da cor azul, que simboliza o referido transtorno. Estiveram
presentes ainda na mobilização, servidores da Secretaria
Municipal de Educação e Cultura e, a vice-presidente da Câmara,
vereadora Ana Paula Peripato Guerra.
Patrícia Ribeiro Campos Correa, docente do curso de
Psicologia da Unicastelo, foi uma das voluntárias
participantes da passeata, a qual mobilizou-se junto das
ex-alunas Débora Morselli Cruppi e Cassiana Patracão,
que fizeram bonito conduzindo o ato pelas ruas da
cidade. A passeata saiu da unidade da APAE, percorrendo
trechos até a Praça da Igreja Matriz de Nossa Senhora do
Belém, quando culminou numa grande roda, simbolizando
todos de ‘mãos dadas’ em prol da conscientização do
autismo.
Para a
voluntária, o ato promovido em Descalvado é de suma
importância principalmente pela desmistificação da
síndrome. “Não é que haja um preconceito com relação ao
Autismo, mas a falta |
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de
informação sobre ele, o que é prejudicial já que quanto
mais cedo ele for diagnosticado, maiores são as chances
do portador de se ter um desenvolvimento melhor e mais
amplo”, destacou. |
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Mãe do
pequeno Eduardo Rosindo, que irá completar 03 anos no
próximo dia 29 de abril, Laura Amália Rosindo participou
com bastante entusiasmo e alegria da passeata. Ainda
muito jovem, a mãe de Eduardo tem consciência do quanto
é importante o acesso às informações sobre a síndrome e
destaca a iniciativa da APAE: “Iniciativas como essa
buscam chamar a atenção de um número maior de pessoas,
esclarecendo sobre o Autismo. É possível uma criança com
a síndrome levar uma vida normal, ela só precisa de mais
atenção”, disse.
Sobre
Eduardo, ela se derrete: “Sim, ele é diferente sim, tem
um jeito todo único de ver e sentir o mundo em sua
volta, o que faz dele ainda muito mais especial”. |
SOBRE O AUTISMO
- Como os portadores não apresentam características físicas
diferenciadas, a identificação por parte da família é mais
difícil. Mas a tríade: falha na comunicação, pouca socialização
e muita imaginação, são características fortes dos portadores
desse tipo de deficiência, podendo alguns apresentar uma
carência intelectual ou um desenvolvimento intelectual acima da
média.
Sem a realização de
um levantamento específico, estima-se que cerca de dois milhões
de brasileiros sejam portadores do autismo. A falta de dados
demonstra a falha na atenção para esse público tanto que somente
em 2012 foi criada uma legislação específica para o autismo.
Antes, o autista não era visto como uma pessoa com deficiência.
Trata-se da Lei
Nacional nº 12.764/12, nominalmente conhecida por Lei Berenice
Piana - uma ativista e mãe de autista-, que instituiu a Política
Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do
Espectro Autista (TEA), estabelecendo diretrizes para que esta
Política se concretize. A lei considerou o autista aquele que
possui deficiência na comunicação verbal e não verbal usada para
interação social, ausência de reciprocidade social e falência em
desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de
desenvolvimento; além de padrões repetitivos de comportamentos
motores ou verbais estereotipados, excessiva aderência a rotinas
e padrões de comportamentos ritualizados e interesses restritos
e fixos.
Hoje a luta de
Berenice é para que os autistas tenham centros específicos de
tratamento, já que a síndrome é extremamente complexa.
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