Passados pouco mais
de 20 dias desde o início de 2014, os descalvadenses já pagaram
em impostos, o suficiente para construir ao menos 22 postos de
saúde equipados, ou 184 casas populares de 40 metros quadrados
ou ainda contratar 400 policiais por ano, o que daria para
colocar uma equipe de mais de 13 policiais diferentes por dia
durante um mês inteiro nas ruas, o que é muito mais que o
necessário para resolver os problemas com a segurança pública
enfrentados pela cidade.
É que no período
compreendido entre os dias 1º à 21 de janeiro, a cidade arrecadou pouco mais de R$
6,4 milhões em impostos, segundo dados aferidos pelo
Impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O
montante é 37% maior do que o arrecadado por exemplo, no
município de Casa Branca, que é do mesmo porte que Descalvado e
arrecadou R$ 4,7 no mesmo período.
No País, já
foram arrecadados mais de R$ 138 bilhões. De acordo com o
Impostômetro, com o valor arrecadado em Descalvado ainda seria o
suficiente para se construir 6 quilômetros de estrada asfaltada
- o suficiente para finalizar a pavimentação da vicinal que liga
Descalvado à Pirassununga -, 467 salas de aula ou 134
postos policiais, ou ainda adquirir 80 ambulâncias equipadas.
SEM RETORNO - De acordo
Henrique Fava Spessoto, Presidente da Associação Comercial e
Industrial de Descalvado - ACID, todo esse volume de impostos
arrecadados pelos brasileiros demonstra o quanto a administração
pública no Brasil está falida. "Infelizmente, todos nós sabemos
que esse volume de dinheiro arrecadado não é revertido em
benefício da população. E não é difícil perceber isso, já que a
saúde, a educação e a segurança pública estão completamente
abandonados pelo poder público" disse o presidente da ACID.
"Hoje no Brasil,
se você não contratar um bom plano de saúde, você estará
condenado à cair em uma maca e ficar abandonado pelos corredores
dos hospitais públicos do país. Não digo que em
Descalvado isso está acontecendo, pois graças a Deus aqui somos uma
exceção. Atualmente, a única coisa que vêm do poder público e
que ainda funciona são as faculdades e universidades,
instituições reconhecidamente de qualidade" explicou Henrique.
Ainda sobre a má
distribuição do dinheiro arrecadado através dos impostos, o
presidente da ACID fala que a principal mudança deve partir da
própria população. "O dinheiro arrecadado é muito mal empregado
e distribuído. Os que mais se favorecem com todo esse dinheiro é
a própria classe política, conforme podemos comprovar
diariamente pelos noticiários de todo o país. Esse ano teremos
eleições e a chance de uma mudança está novamente nas mãos do povo. Votar com consciência e analisar o perfil de cada
candidato, que deve trazer um passado limpo e propostas de
mudanças coerentes, deveria ser uma obrigação dos brasileiros. A única
arma do povo é o voto" disse ele.
Henrique
Spessoto conclui a entrevista dizendo: "Essa passividade da
população com essa situação é incoerente. Até quando isso vai
acontecer?" pergunta o presidente da Associação Comercial de
Descalvado.
|