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				Morcegos, 
				animal transmissor da raiva, alojados no 
				teto de uma casa rural de Descalvado  | 
				
				Em alta desde 2012, 
				a raiva bovina, doença transmitida por morcegos, atingiu 83 
				animais em menos de quatro meses no Estado, o que representa 
				praticamente seis casos por semana. 
				Enquanto isso, na 
				contramão dessa alta, o programa que combate a zoonose, da 
				Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, perde 
				funcionários a cada ano. As notificações feitas neste ano 
				representam um crescimento de 159,3% em comparação com o mesmo 
				período do ano passado, que confirmou apenas 32 casos. 
				A doença ataca 
				principalmente o gado e não há cura conhecida. O animal 
				infectado morre em poucos dias. Há a possibilidade de ser 
				transmitida ao homem, embora não haja registros.  | 
			
			
				
				 
				O pico ocorreu em 2012, com 211 casos em todo o ano, alta de 
				276,7% em relação a 2011. Mantida a média atual, o total será 
				ultrapassado.
				Desde o pico de 
				crescimento da doença, a equipe que faz o trabalho de busca do 
				morcego transmissor e dá orientações aos criadores foi reduzida 
				em 68%. Até hoje, não houve reposições. 
				A Secretaria de 
				Estado confirma a situação e alega que a redução do efetivo 
				aconteceu por conta de aposentadorias. A pasta, no entanto, não 
				informou sobre a abertura de novos concursos. 
				A Defesa 
				Agropecuária, órgão ligado à secretaria, informou que em 2010 
				eram 42 profissionais e, desde 2011, são 16. "O pessoal está se 
				aposentando e não está havendo reposição", disse Paulo Fadil, 
				coordenador do programa. 
				Além de matar o 
				morcego, os profissionais orientam produtores rurais e 
				prefeituras sobre a vacina que previne a raiva. Também comunicam 
				à Defesa Agropecuária o surgimento de novos casos. 
				Com menos 
				funcionários, há um controle menor de abrigos de morcegos, que 
				geralmente ficam em grutas ou em imóveis abandonados, de difícil 
				acesso. 
				De acordo com 
				Miguel Martins, Diretor da Divisão Pecuária e Sanitária de 
				Descalvado, a diminuição do trabalho do Estado é sentida pelos 
				municípios, que registrou surtos da doença nos anos de 2012 e 
				2013. 
				SEM NOTIFICAÇÃO 
				- Ao menos 40 animais morreram na cidade com suspeita de raiva 
				em 2012. Mas o número pode ser maior, já que não são todos que 
				entram nas estatísticas, visto que só alguns são enviados para o 
				exame comprobatório. 
				O trabalhador 
				rural Osmar Theodoro, de 35 anos, trabalha em uma propriedade 
				onde morreram 22 animais em 2012. No final de 2013, o criador 
				Antônio Rodrigues, 82, também da cidade, perdeu cinco bois, do 
				seu rebanho de 20. O município intensificou o trabalho de 
				combate à doença e a Prefeitura conta com três funcionários que 
				fazem inspeções regulares em abrigos de morcegos. 
				Há também o 
				auxílio de um técnico do Escritório de Defesa Agropecuária - EDA 
				- de Araraquara, que também atua em toda a nossa região no 
				combate à doença. "Tememos ficar sem esse auxílio quando ele se 
				aposentar", disse Martins. Descalvado teve um caso neste ano. 
				De janeiro a 
				março de 2014 há registros de casos de raiva bovina em Campinas, 
				Franca, Brotas, Patrocínio Paulista, Mococa, Casa Branca e 
				Ribeirão Bonito, entre outras  localidades. Apesar do 
				avanço, os casos são considerados poucos e, segundo o Cepea 
				(Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da ESALQ/USP 
				de Piracicaba, não há prejuízo ao mercado agropecuário paulista. 
				Os pequenos 
				criadores do Estado, no entanto, perdem com a morte dos animais. 
				*Com 
				informações da Folha de São Paulo 
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