De acordo com informações obtidas no local, os funcionários
receberam um comunicado impresso por parte da empresa, de que na
terça-feira receberiam os seus benefícios (cesta e o vale), o
que não aconteceu. Revoltados, eles paralisaram o expediente no
aguardo de respostas por parte da Rigor. Cerca de três caminhões
carregados de aves chegaram a adentrar ao abatedouro, mas em
função da situação, foram reencaminhados para frigorífico da
cidade de Monte Alegre.
O representante do
Sindicado dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação, de
Porto Ferreira, Sr. Orlando Santos, esteve presente e foi quem
dialogou com o advogado da empresa, recebendo a confirmação de
que a Rigor estaria fechando as suas portas em Descalvado. Uma
reunião foi feita ainda na tarde da terça-feira, na sede
ferreirense do Sindicato, onde o Dr. Rizo Coelho de Almeida
Filho se fez presente e anunciou que a Rigor também estaria
fechando suas portas nas demais unidades (Jarinú e Monte Alegre
do Sul).
“O Dr. Rizzo que
é quem representa a Rigor, esteve presente na reunião e
confirmou o fechamento da empresa não somente em Descalvado, mas
nas suas demais unidades e, o que ficou acertado é que estaremos
agendando para que os funcionários assinem o seu aviso prévio”,
explicou a Dra. Vanderléia Ap. Zampolo Zanardo.
Segundo a
advogada do Sindicato dos Trabalhadores, nem o vale e tampouco a
cesta foram repassados aos funcionários e o posicionamento da
empresa é do que não tem uma data ainda para cumprir com esses
compromissos trabalhistas.
Ainda durante a
manifestação ocorrida na terça-feira, o advogado trabalhista Dr.
Edevaldo Benedito Guilherme Neves foi acionado pelos
funcionários, que mediante a falta de informações, não sabiam
como proceder, além é claro, de quererem fazer valer os seus
direitos.
Assim como
aconteceu quando do fechamento da Cooperativa, Dr. Edevaldo
Guilherme, do lado de fora da empresa falou com os funcionários,
esclarecendo do ponto de vista jurídico e à luz da legislação
trabalhista, as medidas a serem tomadas.
SINDICATO
CONVOCA FUNCIONÁRIOS PARA AVISO PRÉVIO
- Com a confirmação do encerramento das atividades, o Sindicato
dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Porto
Ferreira está convocando os cerca de 600 funcionários da empresa
Rigor para comparecem às sedes em Descalvado e Porto Ferreira,
para a assinatura do devido aviso prévio.
“Os
trabalhadores descalvadenses devem comparecer na próxima
segunda-feira, 26 de maio, a partir das 9h, na sede do sindicato
da cidade, que fica na rua Pedro Paulo Penati, nº 02, no bairro
de Santa Cruz. Já os moradores de Porto Ferreira, devem se
dirigir na terça-feira, dia 27, na sede do sindicato que fica na
rua João Mutinelli, nº 170”, ressaltou a Dra. Vanderléia.
Segundo a
advogada, as providências agora serão para que no prazo de 10
dias seja disponibilizado a esses trabalhadores o termo de
recisão, para que ingressem o quanto antes com o pedido de
seguro desemprego e o benefício do fundo de garantia, já que
como citado acima, a Rigor Alimentos não tem previsão de quando
poderá cumprir com suas obrigações trabalhistas.
RIGOR AINDA NÃO SE PRONUNCIOU
– Apesar de ser um fato consumado, a diretoria da Rigor ainda
não se manifestou oficialmente a respeito da paralisação de suas
atividades em Descalvado.
Ao que se sabe,
já há alguns anos a Rigor vem enfrentando problemas de ordem
financeira e administrativa em Descalvado. Em meados de 2011,
por conta de uma disputa judicial entre a empresa e a antiga
Cooperativa, a Rigor chegou a emitir uma nota dizendo que estava
repensando a permanência das suas atividades em Descalvado,
porém se manteve ainda por quase três anos.
Desde o início
de suas atividades, segundo informações da própria empresa, já
chegou a criar 800 empregos diretos e mais de 3.000 empregos
indiretos. Como parceiros, possuía 200 produtores integrados em
Descalvado e região, abrigando um plantel de 6 milhões de aves.
A parceria com a
cidade de Descalvado incrementou o faturamento da empresa, que
chegou a atingir os R$ 20 milhões de reais anuais, dentro dos
mercados interno e externo.
O MESMO
PESADELO, VIVIDO POR DUAS VEZES
– O espaço temporal foi de cinco anos, mas com o fechamento da
Rigor em Descalvado, parece que o ‘pesadelo sócio- econômico’
vivido em razão do fechamento da Coperfrango em março de 2009,
aconteceu ontem.
Naquela ocasião,
cerca de 1.200 pessoas perderam os seus empregos e Descalvado,
a sua maior empregadora e responsável pela arrecadação de 33% do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
repassado ao município, o que representava na época R$ 8,1
milhões (cerca de 15% da arrecadação de 2008, que foi de R$ 54
milhões).
Agora, os empregos
diretos perdidos são em torno de 600 e, indiretos mais de 1.500.
O comércio e tampouco as indústrias estão preparados para
absorver essa mão de obra que, em sua maioria é feminina. Caberá
ao Poder Executivo buscar alternativas de inserção ao mercado de
trabalho, para que o município não venha sofrer novamente, com
uma nova crise econômica, semelhante a de 2009.
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