Estão em falta medicamentos para colesterol, circulação e alguns
anti-inflamatórios. “Eu não encontrei o omeprazol que minha
filha toma”, falou a doméstica Dalva Fernandes da Silva.
“Eu tenho até a
receita aqui, o medicou passou omeprazol e buscopan, que eu
estava com problema no estômago e não tinha. Agora vou ter que
esperar 20 dias para chegar o remédio”, falou a doméstica Maria
Isabel Gomes.
Nem sempre, é
possível recorrer a uma farmácia particular para resolver o
problema. “Quando a gente pode comprar, compra. Quando não pode
tem que esperar. Eu vou ter que esperar”, queixou a cozinheira
Maria Zenaide Laras.
MUDANÇA NO
SISTEMA
- Para amenizar o problema, a Prefeitura está
incentivando a retirada dos remédios de hipertensão e diabetes
diretamente nas farmácias conveniadas ao programa ‘Farmácia
Popular’,
do governo federal. Eles também saem de graça para o consumidor.
A estratégia do município é economizar. O dinheiro que iria para
a compra desses remédios pode suprir a falta de outros tipos de
medicamentos.
“Existem alguns
medicamentos que sempre sofrem algum período de desabastecimento
devido ao alto consumo, então nós vamos direcionar esses
recursos para a compra desses medicamentos. Nós ainda
conseguimos atender a população com alguns medicamentos de
algumas categorias terapêuticas, mas a regularização já está
sendo feita e nesse prazo de 20 dias, provavelmente já vai estar
sanado esse problema”, explicou a farmacêutica do município
Bianca Kirchner da Silva.
O aposentado
Luiz Antonio Hencklein não pode ficar sem os remédios para
pressão alta e diabetes, que são de uso contínuo. Antes ele
retirava no posto. Das últimas vezes em que precisou, foi até a
farmácia conveniada, mas não conseguiu a quantidade prescrita na
receita. “Nesses dois meses faltaram alguns remédios, mas eles
disseram que vão repor”, comentou.
Para retirar o
medicamento de graça pelo programa, o paciente deve ir até uma
farmácia credenciada com RG, CPF e a receita que deve ter data,
assinatura e carimbo do médico.
MAIS
MOVIMENTO
- As farmácias particulares já perceberam um aumento na
movimentação por causa dos pacientes encaminhados pela
Prefeitura. Em uma delas, o a alta chegou a 50%, mas a
responsável garantiu que isso não vai prejudicar o
estoque.
“A gente
sempre está preparado para o aumento da farmácia
popular. Começou a acabar os medicamentos, a gente já
compra. De um dia para o outro a gente já consegue
comprar a medicação”, garantiu a Farmacêutica Angelita
Cirelli. |
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SINDICÂNCIA
ABERTA -
Na última quinta-feira (28), a Procuradoria Geral do Município
abriu uma sindicância para apurar as responsabilidades pelo
cancelamento de diversos empenhos por parte da Secretaria de
Finanças no final de 2013. Segundo um levantamento realizado
pelo atual secretário da pasta,
quase um milhão e meio de reais foram
contabilizados
com a 'manobra dos cancelamentos'.
De acordo com o
Secretário de Administração, Leandro Cardoso, a investigação se
faz necessária para apurar a responsabilidade sobre a anulação
de pagamentos de bens e serviços adquiridos e entregues junto à
Prefeitura Municipal de Descalvado, o que pode configurar
infração administrativa, além de danos ao erário público e à
própria população descalvadense.
O levantamento
realizado pela secretaria apontou que a maioria dos empenhos
cancelados é da pasta da saúde, e correspondem à
medicamentos entregues e exames laboratoriais fornecidos à
pacientes do SUS. Segundo o secretário Leandro, os cancelamentos
dos empenhos da Secretaria de Saúde são os principais responsáveis
pelo atraso na compra e reposição dos medicamentos que abastecem
a rede municipal, uma vez que houve a necessidade de se
reempenhar tudo aquilo que foi cancelado no final de 2013, para que
o sistema pudesse então liberar as dotações necessárias para novas
compras e consequente normalização do estoque.
O secretário de
administração disse ainda que em desconformidade com aquilo que
prevê o Decreto n.º 2.816, de 26 de agosto de 2003 (editado após
o escândalo do 'caso Roberto Neves'), todos os cancelamentos de
empenhos realizados no final de 2013 foram feitos sem a
devida autorização do Secretário de Saúde, que já emitiu
documento atestando a ilegalidade do processo.
Quanto ao
problema da falta de medicamentos registrado no início deste
ano, o Secretário de Saúde Carlos Bianchi afirmou à reportagem
do
DESCALVADO NEWS
que regularizada a situação no setor de finanças devido ao
cancelamento de empenhos, os pedidos de novos remédios já
começaram a ser feitos, e em menos de vinte dias toda a rede
deverá estar abastecida e normalizada.
*Com
informações do G1/São Carlos / Fotos: Paulo Chiari
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