Gravação exibida
em sessão legislativa do ano passado, mostrou o então
Prefeito Sposito - que agora chama os servidores
públicos de desonestos -
em um suposto esquema de propina. Em um
dos trechos do vídeo apresentado
ele diz: "Eu precisei levantar
um dinheiro para pagar uns uns impostos né...
Era de duzentos mil..." |
O presidente da
Câmara, Anderson Aparecido Sposito (DEM), na sessão da última
segunda-feira, 24, ao questionar algumas exonerações feitas pela
atual administração durante o seu pronunciamento, chegou a
chamar os servidores comissionados de ‘desonestos’.
Afirmando que está
havendo uma intriga política, acusando o atual governo de
desfazer o que anteriormente fez em seu governo interino,
Sposito citou pelo menos duas doações de terrenos que ainda não
aconteceram e, citou nominalmente duas exonerações.
“E quanto as
exonerações também, estão fazendo perseguição. Estão tirando
profissionais de alta qualidade, como por exemplo a Paula
Lazarine, formada em Geologia, com doutorado em Geologia e
tiraram ela do SAE e colocaram uma outra mulher. Nada contra a
mulher mais ela não é um décimo do que a Paula faz. |
E outro também que me
deixou bem entristecido, fiquei triste, porque ele é uma pessoa
super honesta, que é o Edson Moreira. Ele era chefe de
licitação e não deixava passar nada e qualquer erro ele vinha me
procurar. E o que fizeram? Tiraram o rapaz e colocaram ele em
outro setor. Porque ele não faz vista fina, vista grossa. E já
colocaram outra pessoa, que não tem nada a ver com
administração, entrou ali porque tinha um acordo. E eu pergunto
porque? Porque será que tiraram o Edson? A administração não
está querendo pessoas HONESTAS. A administração está querendo
pessoas desonestas, isso que eu estou percebendo”, disse em seu
pronunciamento.
INTERINIDADE SOB SUSPEITA
- Durante a Sessão Legislativa do dia 18 de novembro de
2013, o vereador Edevaldo Guilherme (PMDB) exibiu uma
gravação
(assista ao lado)
onde mostrava o então Prefeito Interino Anderson Sposito
em uma suposta negociação de propina junto a um
empresário interessado em participar e obter vantagens
em um esquema de licitações junto à Prefeitura Municipal
de Descalvado. Na gravação que tem duração de 2 minutos
e 27 segundos, é possível ver Sposito no gabinete da
Prefeitura Municipal em uma conversa com pelo menos mais
três pessoas, entre elas, o empresário responsável pela
gravação do vídeo, e que ofereceu ao então Prefeito
Municipal de Descalvado a quantia de R$ 30 mil. |
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Na época da
exibição do vídeo na Câmara Municipal, o vereador Edevaldo
destacou que o trecho mostrado foi extraído de uma
gravação com quase uma hora de duração, e que por ter sido
gravada dentro do gabinete do prefeito, ela é de interesse
público e precisava ser levada ao conhecimento da população. O
vereador encaminhou todo o material ao Ministério Público para
investigação e um inquérito está em andamento.
Com o
pronunciamento de Sposito na sessão desta última segunda-feira,
diversas pessoas que encontravam-se no plenário do legislativo
acabaram estranhando a fala do vereador e atual Presidente da
Câmara, que além de ter que se
explicar em breve no MP sobre o conteúdo do vídeo que o flagrou
no suposto esquema de corrupção, por diversas vezes afirmou ser
o grande defensor dos servidores municipais, mas que agora os
chamam de desonestos.
INVENÇÃO DA
DÍVIDA?
- Na mesma noite, Sposito contestou notícia veiculada na
imprensa local, a respeito da divida da Prefeitura, deixada por
sua administração interina e que, de acordo com o atual
Secretário de Finanças, o contador Geraldo de Campos, beira os
R$ 5 milhões.
Segundo o
presidente da Câmara, “eu peguei a Prefeitura com restos a pagar
de R$ 5.200.000,00 (cinco milhões e duzentos mil reais).
Trabalhamos duro e deixamos um saldo positivo de R$ 1.700.000,00
(um milhão e setecentos mil reais), dinheiro que deixei para os
dois prefeitos gastarem. Mas devido à incapacidade ou falta de
experiência da equipe, inventaram que a Prefeitura tem uma
dívida de R$ 4 milhões”.
Sposito
apresentou um balancete, citando o ex-governo de Luís Antônio
Panone, apontando que em 31 de dezembro de 2012, os restos a
pagar eram de R$ 2.458.000,00. O saldo em conta deixado pelo
ex-prefeito foi de 7.400.000,00 (sete milhões e quatrocentos mil
reais), concluindo que os restos a pagar eram de R$ 5.200.000,00
(cinco milhões e duzentos mil)
“Agora os restos
a pagar do meu governo, conforme o balancete: R$ 6.773.000,00
(seis milhões, setecentos e setenta e três mil). O saldo em
conta do meu governo: R$ 8.785.000,00 (oito milhões, setecentos
e oitenta e cinco) e saldo positivo de R$ 1.786.000,00”,
explanou em plenário.
NÃO HÁ INVENÇÃO
– mediante as palavras do presidente da Câmara, a atual
administração foi contatada, a qual afirmou que não existe
invenção nos números divulgados quanto à divida atual da
Prefeitura.
“Não existe
invenção, existe números, balancetes, restos a pagar e dívidas
deixadas pelo governo interino. É natural que o prefeito
temporário queira se defender, mas ele disse de onde tirou os
números apresentados pela Câmara? Qual a fonte? Qual o
contador?”, questionou a assessoria da atual administração.
A Secretaria de
Finanças voltou a confirmar o valor aproximado de R$ 5 milhões
de dividas atuais que a Prefeitura detém hoje. Dentro de alguns
dias, após finalizada a varredura que está sendo feito nas
contas públicas, a pasta irá apresentar os números reais dos
cofres públicos.
Os dados somente
não foram possíveis, pois segundo a Secretaria, desde o início
da administração, existe a dificuldade em localizar e
identificar informações contáveis.
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