“Hoje em dia contamos com aproximadamente 300 animais abrigados.
Recebemos uma única verba que vem da Prefeitura no valor de R$
5500,00, o que não é suficiente para cobrir todas as despesas
mensais com funcionários, alimentação, medicamentos, etc. Os
gastos excedentes normalmente complementamos com nossas ações de
arrecadação como pedágios, manhã da sobremesa, doações que
também não alcançam o valor adequado”, informou Jimmy Costa, uma
das voluntárias da APAD.
Originariamente o
Canil e Gatil Municipal, fundado há cerca de 20 anos,era para
ser um lar temporário para animais em situação de risco, mas com
o passar dos anos e com o número crescente de animais
abandonados, o local atingiu seu limite máximo, uma situação que
somente se agrava com o passar dos dias.
E a dificuldade
da entidade não é apenas estrutural – com instalações precárias
e improvisadas, faltando melhor divisão e distribuição de
espaços - e financeira, mas também a falta de conscientização da
sociedade em relação aos seus animais, pois muitos deles que
foram recolhidos pela APAD foram vítimas de atropelamentos,
doenças como cinomose e erliquiose e que por precisarem de
tratamentos veterinários, seus donos acabam abandonando-os
devido aos gastos que os tratamentos geram.
Até mesmo a
adoção desses animais tem diminuído, pois, por não estar mais
recolhendo, a entidade abriga em sua maioria animais adultos e,
a procura é sempre por filhotes. “Mas, mesmo assim quando nos
procuram sempre indicamos e auxiliamos as pessoas na adoção,
pois sempre sabemos de animais em lares para adoção e frisamos a
importância da posse responsável, pois um animal vive em média
15 anos”, destacou Jimmy.
Quanto ao
abandono cães e gatos, entendem os membros da APAD que o ideal
seria um cadastramento e microchipagemde todos os animais do
município, pois assim haveria um controle maior além da
possibilidade da punição, dentro das leis, de seus tutores com
relação às condições do animal.
NECESSIDADES PASSAM POR PROGRAMA PERMANENTE DE CASTRAÇÃO. MELHOR
INFRAESTRUTURA E VERBAS -
Em seu comunicado
oficial, a APAD fez um apelo aos proprietários de animais que
procedam com a castração, que é uma maneira adequada e eficaz de
controle população canina e felina do município.
A entidade
acredita piamente que a solução dos problemas dos animais
abandonados em Descalvado está na esterilização e para isso
estão batalhando arduamente para que seja criado um sistema
custeado pelo município para serem realizadas mensalmente um
número de, pelo menos, 100 castrações mensais. "Com isso,
acreditamos que ao longo de alguns anos, poderemos constatar a
solução dos problemas de abandono. Além disso, estamos
batalhando para que o município desenvolva um sistema de
identificação, cadastramento e microchipagem da população canina
e felina das zonas urbana e rural, pois, com isso, poderemos
identificar os donos que abandonam seus animais exercendo de
foram irresponsável a posse sobre eles”, frisou a voluntária.
Além de
melhorias da infraestrutura, é necessário um repasse maior de
verbas para os gastos mensais, fornecimento de medicamentos
veterinários, produtos de higiene e limpeza, epi’s para os
funcionários do abrigo e principalmente um convênio entre
município e veterinários para que seja realizadamensalmente a
castração de 50 entre 100 animais.
“Hoje temos uma
lista de espera para castração de mais de 650 animais entre
felinos e caninos fêmeas e só temos 17 castrações mensais
disponíveis”, finaliza Jimmy.
PREFEITURA ANALISA CONVÊNIO PARA REALIZAR 1000 CASTRAÇÕES EM 18
MESES - Em
contato com o Secretário de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Dr. Nelson Luiz Pozzi Vila Junior, o mesmo
informou que no próximo dia 29 de março, a APAD juntamente à
Unicastelo, estarão promovendo uma ação de castração para
aproximadamente 100 animais, que acontecerá em três etapas.
Neste caso, as
Secretarias de Agricultura e de Saúde, estarão fornecendo os
medicamentos necessários.
“Atentos às
necessidades da APAD e reconhecendo o importante trabalho que
realiza, encontra-se na Procuradoria Geral da Prefeitura, uma
minuta de contrato que está sendo analisada juridicamente, para
que haja uma parceria entre o Poder Executivo e a Unicastelo,
prevendo um programa que contemple 1000 castrações, num prazo de
18 meses, o que resolveria pelo menos este problema”, explicou
Nelsinho.
Segundo o
Secretário Nelsinho, uma primeira conversa com a Universidade já
foi feita e agora, estão dependendo da legalidade jurídica para
dar andamento ao programa.
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