exemplo, a
transposição de água do Córrego da Onça (no Jardim Paola) para
as represas Rosária e Calmon, correção de vazamentos no sistema
e campanha – com apelos veementes – pelo uso racional do
líquido, a alta do consumo aliada à estiagem e ao desperdício,
não chegaram a causar prejuízos, mas poderiam!
A situação
quase crítica do sistema de abastecimento de água no
município, de acordo com o Secretário Valdecir Marcolino,
é justificada pela falta de investimento nos últimos
anos, as perdas no sistema e o desperdício por parte da
população, motivado principalmente pelas baixas tarifas
praticadas em Descalvado – hoje o consumo mínimo de 15
m³ gera um valor de R$ 11,33 para o contribuinte. O
último reajuste no valor da tarifa aconteceu há sete
anos. |
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Secretário Valdecir Marcolino em palestra
realizada na escola do SESI nesta semana |
Visando
exatamente conscientizar a população, desde 2003 uma lei
de autoria do ex-vereador (e ex-prefeito) Luís Antônio
Panone, instituiu a Semana da Água no município, com o
objetivo de desenvolver programação fomentando a
informação, conscientização e educação formal e
ambiental sobre a importância da água para a humanidade,
a necessidade de seu uso racional e de sua preservação
para as gerações atuais e futuras.
A Semana da
Água este ano foi comemorada desde o dia 17 de março com
palestras proferidas pelo Secretário Valdecir em escolas
da rede municipal, estadual e particular. A cerca de 21
turmas de alunos, a mensagem levada foi da necessidade
do uso racional, já que a água é um bem finito, além de
informações do sistema de abastecimento da cidade. |
Mas qual é a
realidade do sistema de abastecimento de água de Descalvado?
Segundo o
secretário da SEMARH, atualmente em razão da transposição da
água do Córrego da Onça e também pela colaboração da população,
o sistema encontra-se equilibrado, porém o momento é de
viabilizar investimentos para obras definitivas como novas
alternativas (poços artesianos) e dispositivos de captação. “Até
porque o sistema tem que ser ampliado, constantemente”, reforça
Marcolino.
Hoje o consumo
diário está entre 09 e 13 milhões de litros. Geralmente às
segundas, terças e sábados, dias de maior consumo, o sistema
entra em sua capacidade máxima. Para poder atender a demanda, a
secretaria está analisando tecnicamente a alternativa mais
viável: se a construção de uma barragem junto ao Córrego da Onça
para que a transposição seja permanente ou, a perfuração de dois
novos poços profundos cujos locais estão sendo analisados junto
ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE). A utilização
da água do Córrego da Onça poderá ser permanente após estudos do
local exato da captação.
Conforme já
anunciado, uma das obras a ser executada é a interligação da
Estação de Tratamento de Água (ETA) ao sistema de abastecimento
da região leste. Os dutos serão subterrâneos transpassados por
trajeto que inclui trecho da Avenida Descalvado, no bairro
Recanto dos Ipês.
A medida é tida
como solução para os problemas recorrentes enfrentados pelos
moradores dos bairros Jardim Albertina, Parque Milênio, Parque
Vitória, Jardim Ricardo César, Jardim São Cristóvão e Conjunto
Habitacional ‘Georgina Lefcadito Álvares’, de falta de água. A
fase deste projeto é a de aquisição de materiais .
E investimentos
como estes devem ser prioridade da pasta para os próximos dois
anos e meio: novas alternativas de vazão de água superficial ou
subterrânea e controle eficiente na redução de perdas do
sistema.
Questionado em como
gerir os recursos gerir os recursos hídricos do nosso município
em seus mais diversos usos, garantindo o acesso a água e
promovendo seu uso sustentável para as atuais e futuras
gerações, o secretário Valdecir Marcolino foi taxativo: “com
educação ambiental”.
DEFICIÊNCIAS
– Além da necessidade constante de investimentos e ampliação do
sistema, existem outras duas situações que contribuem para que o
serviço de abastecimento da cidade trabalhe no seu limite.
A primeira delas é
o déficit de hidrômetros existentes nos imóveis da cidade. Sem o
marcador de consumo, não há o pagamento devido pelo uso e isso
representa sonegação, recurso que deixa de ir para os cofres
públicos para ser investido no próprio abastecimento da
população.
Atualmente, de
acordo com o Secretário, existe um déficit de 1.700 hidrômetros
considerando instalações novas e substituição de equipamentos
quebrados, dos quais se espera corrigir pelo menos 700 nos
próximos meses com o investimento de R$ 50 mil na aquisição
desses equipamentos.
Mas a pergunta que
se faz é: por que a instalação de hidrômetros não acompanha as
ligações de água? Conforme Valdecir, “o hidrômetro é instalado
quando o imóvel estiver habitado, após a emissão da certidão de
conclusão da obra, pois o morador deverá ser responsável pelo
equipamento. No caso de terreno , com a ligação e sem
hidrômetro é cobrada taxa de ligação provisória”.
O planejamento para
equacionar toda a demanda, segundo o Secretário, dependerá do
valor arrecadado (pagamento das contas de água).
A outra
problemática da SEMARH é a alta taxa de inadimplência. Somente
entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano, o índice foi de
43% ou seja, pouco menos da metade dos contribuintes deixaram de
pagar suas contas de água nos dois primeiros meses de 2014.
“Considerando que o
sistema de abastecimento de água de Descalvado tem sido
eficiente, mantendo a cidade abastecida durante 24 horas com
água de qualidade, é essencial que a população se conscientize
fazendo uso racional da água, evitando-se desperdícios e também
mantenha os pagamentos em dia, uma vez que Descalvado pratica a
menor tarifa da região, e os valores arrecadados serão
utilizados para novos investimentos no sistema”, desabafou
Valdecir Marcolino.
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