Um temporal provocado pelo choque entre uma massa de ar frio
vinda da região sudoeste do país e a massa de ar quente que
elevou as temperaturas e deixou o clima bastante seco nos
últimos dias, provocou estragos em pelo menos duas residências e
um escritório de despachante, além de derrubar pelo menos 20
árvores no final da tarde e início da noite deste sábado (18).
As regiões mais
afetadas foram os bairros localizados nas regiões norte (Santa
Cruz, Paola e Bela Vista) e oeste (Morada do Sol, Jardins
Universitários I e II, Novo São Sebastião e Jardim Cidade Nova),
além de uma pequena parte da região central da cidade.
Por volta das
18h30, uma massa de ar fria trouxe bastante umidade e provocou o
temporal ao se chocar com a massa de ar quente e seca que estava
estacionada, e que vinha castigando a cidade desde
o último final de semana. Os termômetros que chegaram a marcar
pouco mais de 38º por volta das 14h00 deste sábado, despencaram
para cerca de 21º às nove horas da noite. Além da ventania, o
temporal também provocou a queda de granizo em partes da área
rural e urbana do município, além da forte chuva que chegou a marcar
11,94 mm de precipitação durante o tempo em que ocorreu o temporal.
Com o vento,
pouco mais de vinte árvores foram arrancadas ou tiveram galhos
quebrados e caídos por ruas e calçadas das regiões atingidas com
mais violência.
Não houve registros de pessoas feridas.
Porém alguns
casos de queda de árvore acabaram chamando a atenção e geraram
uma maior preocupação por parte dos moradores e vizinhos de
áreas atingidas com maior gravidade. É o caso de uma família residente no Bairro
Santa Cruz, defronte o campo de futebol. Segundo José Roberto,
de 52 anos, morador há vários anos do local, ele e mais três
membros da sua família estavam dentro da residência na hora do
temporal, momento em que uma árvore veio a cair sobre o telhado da
sua casa, danificando o forro da cozinha. Por sorte ninguém
estava no cômodo na hora da queda, mas de acordo com o pedreiro,
o susto foi grande. "Nós 'tava' aqui na área vendo o muro do
terreno que tinha caído, quando ouvimos o barulho das telhas
quebrando! Na hora eu achei que tinha caído a casa!" disse o
morador.
A proprietária
do terreno que fica ao lado da residência atingida relatou que
esteve no último dia 7 de outubro na Secretaria Municipal de
Agricultura, requerendo o corte da árvore, que já apresentava
risco de queda. Segundo ela, a orientação recebida foi a de que
o seu pedido já estaria sendo agendado para ser executado nos
próximos dias. O Corpo de Bombeiros de Porto Ferreira foi
acionado e esteve no local para verificar se havia risco à
estrutura do imóvel.
Um segundo
imóvel atingido pela queda de outra árvore foi a residência localizada
na Rua José Bonifácio, na altura do número 167, e que também
deixou assustada a sua proprietária e os seus vizinhos. De
acordo com a agente funerária Leonice Aparecida de Souza Vizoto,
ha cerca de duas semanas ela esteve na Secretaria de Agricultura
requerendo o corte da árvore, mas não houve tempo do seu pedido
ser atendido. Com o vento forte deste sábado, a árvore cedeu e
caiu em cima do telhado da sua casa, danificando também o poste
de energia elétrica da residência vizinha.
"Quinta-feira
agora eu fui lá [na Secretaria Municipal] e falei: se vocês não
querem cortar, poda só pra tirar os galhos de cima da minha casa.
Ninguém veio ver, e agora tá aí óh!" lamentou a proprietária,
que ainda disse ter reformado e trocado todo o telhado a pouco
tempo.
No momento em
que ocorreu a queda da árvore não havia ninguém no interior da
residência. O filho da agente funerária chegou dez minutos
depois do ocorrido e ligou imediatamente para mãe, que correu
para o local.
Um escritório de
despachantes [que também abriga uma auto escola], localizado na
Rua Cel. Rafael Tobias também teve parte da estrutura da sua fachada
danificada. Os ventos arrancaram e deixaram pendurados parte
do painel publicitário do estabelecimento comercial.
Uma árvore também
caiu e bloqueou totalmente a Avenida Guerino Oswaldo, nas
proximidades da Escola de Música. Outra árvore também ficou
avariada depois que um galho grande quebrou, bloquendo
parcialmente a Rua XV
de Novembro nas proximidades do cruzamento com a Rua José Rodrigues Penteado.
O temporal
também provocou o rompimento de cabos de energia
elétrica e a interrupção do serviço, deixando parte da cidade em
completa escuridão. Um imóvel localizado na esquina da Rua Dr. Álvaro
Pedro de Souza Casati com a Avenida Pio XII, entre os bairros
Cidade Nova e Universitário, teve parte da calha arrancada, que
ao cair acabou atingindo a rede pública de energia elétrica,
derrubando um cabo de alta tensão. A Polícia Militar compareceu
no local e isolou a área até a chegada da equipe da CPFL.
As chuvas também
provocaram pontos de alagamentos em algumas vias, como é
o caso das Ruas Cel. Manoel Leme e Padre Jeremias José Nogueira próximo
à antiga Vigor. Já na
Avenida Pio XII, na região da antiga Estação da Fepasa, houve
congestionamento de veículos que precisavam transitar apenas um
por vez e
em baixa velocidade, afim de conseguir vencer a grande quantidade de água
que ficou acumulada no trecho sob o Córrego da
Prata.
Avenida Pio XII,
nas proximidades da antiga Estação da Fepasa ficou alagada e
prejudicou o trânsito de veículos
Algumas placas
de trânsito também foram danificadas pelos ventos e diversas
árvores acabaram tendo galhos arrancados ou quebrados. Segundo a
equipe do Corpo de Bombeiros de Porto Ferreira, todos os locais
que ofereciam algum risco ou que prejudicavam a circulação de
veículos deverão ser liberados até o final da noite deste
sábado.
|