Vinte e
seis suspeitos de serem membros de uma facção
criminosa foram presos em Araraquara |
Dois policiais militares de Araraquara terão a partir de hoje proteção especial.
Eles seriam executados por possíveis integrantes da facção criminosa PCC. A
decisão de proteger os militares foi anunciada no sábado (7) pelo titular da DIG
(Delegacia de Investigações Gerais), Elton Hugo Negrini.
Uma megaoperação
das policiais Civil e Militar de Araraquara, que começou na
noite de sexta-feira (6), culminou na prisão de 26 supostos
integrantes do PCC. Eles realizavam uma “reunião” na casa do
“cabeça” da organização, o 'Bola', no Jardim Biagioni. Dois
menores que também participavam, foram entregue aos familiares. |
O nome dos PM's, bem como as medidas protetivas são mantidos em sigilo,
para preservar a vida dos policiais. No total, 24 homens e duas mulheres
foram presos em flagrante pelo crime de organização criminosa. Segundo
Negrini, eles estavam na casa do Bola para decidir os detalhes das
mortes dos policiais e qual sentença seria dada a um dos integrantes da
facção por roubo à casa de um outro integrante, ou “truta”, como eles
autodenominam.
“Por meio de uma denúncia anônima, os policiais foram até a casa e
chegaram no momento em que estavam resolvendo a morte dos policiais”,
contou Negrini. Participaram da operação 40 policiais militares e 15
civis.
TABULEIRO
- Ao serem surpreendidos, os supostos integrantes do PCC estavam
realizando o que chamam de “tabuleiro”, ou seja, um tribunal para
decidirem sobre a vida ou a morte de um dos integrantes que estaria
envolvido em um roubo ocorrido na última semana no Bairro Adalberto
Roxo, contra outro membro da organização.
Segundo Negrini, quando
há algum desentendimento dentro da própria facção, os líderes se reúnem
para dar a ‘sentença’, que pode ser execução ou tortura. O integrante
que roubou a casa de outro membro estava presente assistindo ao seu
‘julgamento’. O delegado informou ainda que havia representantes da
facção de Batatais, Presidente Prudente e Ribeirão Preto, além de
Araraquara.
AÇÃO POLICIAL
- A ação das polícias Civil e Militar começou por volta das 21h00 da
sexta-feira (6) e terminou às 13h50 do sábado. As equipes viraram a
noite para concluir a operação. Um adolescente de 13 anos e outro de 16
foram entregues aos seus responsáveis. As duas mulheres foram levadas
para a cadeia de Santa Enerstina e os 26 homens, para o CDP (Complexo de
Detenção Provisória) local.
No caso dos presos, pela
quantidade, foi preciso apoio de seis viaturas da PM, além de duas
motos, mais duas viaturas da Civil e um furgão. Para coibir
manifestações de familiares e amigos, a rua da DIG foi fechada. Quando a
polícia começou a fazer o transporte, os presos receberam aplausos,
gritos de apoio e declarações de amor.
De acordo com o
delegado, na casa do 'Bola', a polícia apreendeu veículos e celulares.
Havia ainda uma agenda, com nomes de presos, constando a data da prisão
e do “batismo” no PCC, o que seria uma prova material da facção. Foi
encontrada também uma carta manuscrita a tinta azul, com informações da
organização e sobre a decisão de morte dos policiais.
O grupo deve responder por
associação criminosa, cuja pena varia de três meses a oito anos de prisão. Os
presos foram levados para o Centro de Detenção Provisória (CDP) da cidade.
*Com informações de
Araraquara.com - Foto: Ely Venâncio
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