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A piracema chega ao fim neste sábado (28) e com isso a pesca voltará a ser
permitida no Rio Mogi Guaçu, onde pesquisadores constataram que houve reprodução
mesmo após a longa estiagem. Levantamento realizado pelo Centro Nacional de
Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (Cepta), em Pirassununga (SP),
mostra que mais de 70% dos peixes recolhidos nas águas conseguiram desovar. Para
um especialista do órgão, o rio "deixou a UTI", uma referência à Unidade de
Terapia Intensiva de hospitais, por conta da seca que castigou a região nos
últimos anos. A
expectativa dos pesquisadores era de que neste ano a desova no rio, o
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berçário de peixes de água
doce do Estado, fosse seriamente prejudicada, porém as recentes chuvas
fizeram o nível da água subir e permitiram o ciclo de reprodução.
“Esse rio passou por dois
anos de seca, chegou a estar na UTI e hoje está apresentando muita vida.
Houve uma desova espetacular. O rio cumpriu a parte dele”, resumiu o
analista ambiental Paulo Ceccarelli, integrante do Cepta.
É possível constatar a
desova observando a barriga dos peixes e a presença de ovos e larvas no
material recolhido pelos pesquisadores. Há também a análise em
laboratório. “A gente abre os peixes e vê o estágio do testículo e do
ovário”, explicou Ceccarelli. “Alguns deles desovaram e já estão no
início da preparação para a nova desova, no fim de 2015. Isso é um
excelente sinal”, afirmou.
EXPECTATIVAS
- A recuperação completa do rio leva tempo – os peixes que estão
nascendo agora vão demorar três anos para entrar em fase reprodutiva –,
mas a desova é um sinal do início desse processo. “O peixe já estava
preparado, já vinha migrando rio acima, pronto para desovar. A natureza
é sábia, ela segura até o último momento”, comentou o coordenador do
Cepta, José Senhorini.
*Fonte: G1/São Carlos
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