atinge quase 50%. As brasileiras são mais
cuidadosas: somente 28% das entrevistadas disseram ingerir alimentos
muito calóricos com frequencia.
A coordenadora geral de Doenças e Agravos não Transmissíveis do
Ministério da Saúde, Deborah Malta, explica de que maneira esses
alimentos prejudicam a saúde da população. “Os alimentos gordurosos, as
carnes com gordura, elas têm um teor bastante recessivo de gordura que é
muito prejudicial para as doenças cardiovasculares. Em especial para
hipertensão, para as doenças circulatórias em geral, para o acidente
vascular encefálico”, esclareceu.
Uma maneira simples de melhorar a qualidade da alimentação não passa
necessariamente pela quantidade de alimentos ingeridos diariamente, e
sim pelo balanceamento dos alimentos, evitando as gorduras. “Reduzir
esse tipo de consumo no cotidiano é algo que traz muitos benefícios e
seria recomendado, inclusive, a substituição por frutas e por alimentos
que seriam mais saudáveis”, explicou.
PESQUISA
- Algumas dos dados
coletados pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE que, em convênio
com o Ministério da Saúde, visitou cerca de 80 mil domicílios em 1.600
municípios de todo o país no segundo semestre de 2013, traz informações
sobre os hábitos alimentares, tabagismo e o consumo de bebidas
alcoólicas pela população com idade a partir de 18 anos. A PNS também
investigou se essa população adulta foi diagnosticada por profissionais
de saúde para alguma das 11 principais doenças crônicas não
transmissíveis que, juntas, são a causa de mais de 70% das mortes no
país. Veja abaixo alguns dos dados coletados:
CARNES -
37,2% da população adulta consumiam carne ou frango com excesso de gordura. A
proporção de pessoas que consumiam carne ou frango com excesso de gordura foi
37,2%, variando de 29,7% no Nordeste e 45,7% no Centro-Oeste. O consumo foi
maior entre os homens (47,2%), entre as pessoas mais jovens (39,9%) e as menos
escolarizadas (40,0%). A prevalência entre as mulheres era de 28,3%.
REFRIGERANTES -
Entre as pessoas de 18 anos ou mais, 23,4% consumiam refrigerantes pelo
menos cinco dias por semana. Isso era mais frequente entre os homens
(26,6%) do que entre as mulheres (20,5%). A menor proporção foi
encontrada no Nordeste (16,8%) e as maiores, no Sudeste (26,8%) e
Centro-Oeste (27,7%), onde pouco mais de 30% dos homens tinham esse
padrão de consumo.
DOCES
- O consumo regular de bolos, tortas, chocolates, balas e biscoitos
doces em cinco dias ou mais na semana era um hábito para 21,7% das
pessoas com 18 anos ou mais.
SAL
- Para 14,2% das pessoas, o seu próprio consumo de sal era considerado
alto ou muito alto. Esse percentual entre as mulheres (12,5%) era menor
que o dos homens (16,1%).
BEBIDAS ALCOÓLICAS
- Na população com 18 anos ou
mais de idade, 24,0% consumiam bebida alcoólica uma vez ou mais por semana. Essa
frequência era quase três vezes maior entre os homens (36,3%) do que entre as
mulheres (13,0%), variando de 18,8% no Norte a 28,4% no Sul. A PNS estimou que,
em média, os homens começam a beber aos 17,9 anos e as mulheres, aos
20,6 anos.A
pesquisa também investigou se as pessoas com 18 anos ou mais de idade
conduziam carro ou motocicleta depois de ingerirem bebidas alcoólicas. O
percentual encontrado foi de 24,3%, variando de 20,8% no Sudeste a 29,6%
no Centro-Oeste. O percentual de homens (27,4%) que dirigiam depois de
beber foi mais que o dobro do feminino (11,9%).
TABAGISMO -
A PNS constatou que 14,5% dos adultos fumavam cigarros industrializados e 12,7%
eram fumantes diários de algum produto de tabaco, sendo 16,2% dos homens e 9,7%
das mulheres. Já os ex-fumantes eram 17,5% dos adultos, sendo 21,2% dos homens,
14,1% das mulheres, 31,1% dos idosos e 5,6% dos jovens de 18 a 24 anos.
Entre os fumantes, 51,1%
tentaram parar de fumar nos 12 meses anteriores à visita da PNS, sendo
47,9% dos homens e 55,9% das mulheres. Entre os que tentaram parar de
fumar, 8,8% procuraram a um profissional de saúde.
Nos domicílios, 10,7%
dos não fumantes estavam expostos à fumaça de tabaco. As mulheres não
fumantes estavam mais expostas (11,7%) do que os homens (9,5%).
Já entre os não fumantes
que trabalhavam em ambientes fechados, 13,5% estavam expostos ao fumo
passivo, os homens (16,9%) mais do que as mulheres (10,4%).
ATIVIDADES FÍSICAS
- A prática do nível recomendado de atividade física no lazer foi
informada por 22,5% dos adultos, sendo 27,1% dos homens e 18,4% das
mulheres. No Norte foram encontradas a menor proporção de mulheres
(15,4%) e a maior proporção de homens (29,3%) que praticavam exercícios
no lazer. Esse indicador tende a crescer com o nível de instrução e a
diminuir para as idades mais elevadas.
Indivíduos fisicamente
ativos no trabalho são aqueles que andam a pé, fazem faxina pesada,
carregam peso ou fazem esforço físico intenso, durante 150 minutos ou
mais na semana. No país, 14,0% dos adultos estavam nessa condição, sendo
12,9% na área urbana e 21,1% em área rural. A proporção dos homens
(22,0%) era mais de três vezes a das mulheres (7,0%).
Já os dados que apontam
atividade física durante os afazeres domésticos, as Mulheres
predominavam. Entre as pessoas de 18 anos ou mais, 12,1% praticavam, por
no mínimo 150 minutos semanais, atividades domésticas que exigiam
esforço físico intenso, sendo 18,2% das mulheres e 5,4% dos homens.
SEDENTARISMO
- Entre a população com 18 anos ou mais, 46,0% eram insuficientemente
ativos, isto é, não praticaram qualquer atividade física no lazer nos
últimos três meses, não realizaram esforços físicos intensos no
trabalho, não se deslocaram para o trabalho ou a escola a pé ou de
bicicleta. As mulheres mostraram as frequências mais altas de
inatividade, variando de 50,3% no Sul a 56,4% no Norte.
Cerca de 42,3 milhões de
pessoas, ou 28,9% dos adultos, assistiam à televisão por três ou mais
horas diárias. A menor participação foi do Sul (23,7%) e a maior, do
Sudeste (31,0%).
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