participando de eventos
religiosos bem como iniciativas como passeios ciclísticos. Ele também é
um adepto das redes sociais, considerando-as uma importante ferramenta
de comunicação, embora com as suas particulares ressalvas.
Padre Élcio tem conquistado
dia após dia o carinho, o respeito e admiração da população
descalvadense e, para que não somente os fiéis e membros da Paróquia de
Nossa Senhora do Belém saibam e conheçam o seu trabalho, numa rápida
entrevista, o novo pároco fala da sua formação, da sua despedida de
Arthur Nogueira e da sua recepção em Descalvado e de como deve ser o seu
trabalho de evangelização. Acompanhe:
Padre, como aconteceu o
seu ingresso ao Seminário? Há quanto tempo foi ordenado?
Entrar para o seminário não foi uma decisão fácil, não aconteceu do dia
para a noite, houve um processo. Meu interesse surgiu participando da
Pastoral da Juventude. Minha vocação nasceu de uma crise, onde percebia
pouco apoio ao grupo de jovens, logo comecei a pensar: “Se eu fosse
padre, eu faria assim com a juventude, promoveria tal evento, agiria de
um modo mais afetivo, próximo”. Comecei com 19 anos a fazer os encontros
vocacionais pela Diocese de Limeira e no ano seguinte fui fazer a
experiência de seminário. Todo o tempo formativo é também um tempo de
discernimento vocacional. Fui ordenado Diácono (primeiro grau da ordem)
em julho de 2009 e fui ordenado Presbítero em março de 2010 na minha
cidade de origem, Porto Ferreira. Neste último dia 07 de Março completei
05 anos de vida sacerdotal.
Antes de
assumir a Paróquia de Nossa Senhora do Belém, o senhor estava na
cidade de Artur Nogueira, coordenando a Paróquia de Santa Rita
de Cássia. Como foi a experiência naquela cidade?
Costumo dizer que, a Paróquia Santa Rita de Cássia em Artur
Nogueira, foi meu primeiro presente como padre.
Posso
particularmente dizer, com muito carinho e saudades, que foi uma
grata experiência! Me realizei como padre e como pessoa humana
com as pessoas que lá encontrei. Povo simples, humilde, alegre,
trabalhador e de muita fé. Aprendi muito com o povo de Artur
Nogueira. Aqueles que são de Artur Nogueira e que estão lendo
esta entrevista, deixo meu abraço cheio de saudades e cheio de
gratidão!
Como foi a
acolhida na cidade de Descalvado?
Os fiéis da Paróquia Nossa Senhora do Belém aqui em Descalvado
me acolheram com muito carinho e respeito. Já desde a nomeação
em dezembro de 2014, sempre enviaram recados de acolhida pela
rede social e depois, estando aqui, fui acolhido do modo
caloroso e afetuoso pelo povo descalvadense. A todos desta
cidade que também leem esta matéria, também deixo meu abraço de
gratidão pelo modo como me acolheram em vosso meio. |
Padre Élcio
recebendo as chaves da Igreja Matriz durante a missa de posse |
O senhor costuma
participar de outros eventos fora da igreja, como passeios ciclísticos,
desfile de cavaleiros, entre outros. Trata-se de uma maneira inovadora
de levar a mensagem de Deus aos fiéis?
Em Artur Nogueira, ia com frequência nas Romarias de Cavaleiros e nos
Passeios Ciclístico porque particularmente gosto de andar a cavalo e
promover encontro com os fiéis que são ciclistas, e também porque creio
ser importante a presença do padre fora das paredes da sacristia, da
Igreja, da sala de atendimento. Não somente a Romarias de Cavaleiros e a
Passeios Ciclísticos, como ir ao mercado, pagar conta no banco, entre
outras coisas corriqueiras... É importante a presença do padre na vida
cotidiana do povo. O próprio Papa Francisco pede na Evangelii Gaudium ,
A Alegria do Evangelho. “Prefiro uma Igreja suja, enlameada por ter
saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a
comodidade de se agarrar às próprias seguranças” Esforço-me para estar
junto quando a paróquia promove algum evento, uma festa social.
O senhor também está nas
redes sociais. Acredita que a ferramenta pode ajudar a evangelizar as
pessoas? As
redes sociais são, sem dúvidas, um grande veículo de comunicação.
Utilizo uma delas para poder comunicar com os amigos e fiéis, para
expressar valores, para divulgar os passos da paróquia. As redes sociais
não atingem somente jovens, mas também adultos de todas as idades.
Contudo, me preocupa o ‘fenômeno virtual’ pois, estamos vivendo numa
época de muita comunicação, contudo de pouco diálogo; de multidões
reunidas e poucos encontros; as pessoas estão conectadas umas as outras,
mas não se revelam uma as outras.
Qual é a sua mensagem ao
povo descalvadense?
Ao povo descalvadense quero novamente agradecer a acolhida, neste último
mês pude sentir na pele o calor humano, o carinho e a fé que revelam em
cada gesto. Dizer que, dentro das minhas limitações humanas, podem
contar com a minha presença amiga. Não tenho grandes pretensões. Apenas
estar servindo ao povo através da Paróquia Nossa Senhora do Belém e
poder expressar a fé que trago ‘como tesouro em pote de barro’ (2Cor
4,7). Fé em um Deus que se revela em Jesus Cristo como sendo um Pai de
Misericórdia. Expressar que Deus não é punitivo e rancoroso, mas sim é
um Pai que perdoa até setenta vezes sete (Mt 18,22). Não um Deus triste
e engessado, mas um Deus que Ri, que Pula e que Dança! Não um Deus
indiferente, mas um Deus que Vê e Ouve o sofrimento, Conhece e Desce (Ex
3, 7-8). Não um Deus mesquinho e interesseiro em seus bens e em seu
dinheiro, que faz trocas comerciais com seus fiéis, ‘da-me tanto que te
darei isso em troca’. Não. Mas um Deus que age com gratuidade porque
simplesmente nos ama! A graça Deus dá, e não vende. A graça é de graça!
Ele não cobrou nada para dar-nos o seu Filho e o Filho não cobra nada
para ir até as últimas consequências na cruz. Faz porque nos ama. O amor
divino que creio é assim... gratuito, generoso e misericordioso! Se
assim conseguir transmitir essa fé que trago ao peito, com palavras e
com conduta, na cidade de Descalvado, ficarei satisfeito com a missão a
confiada.
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