Um impasse entre o Sindicato do Comércio Varejista de Pirassununga (Sincomércio)
e o Sindicato dos Empregados no Comércio de São Carlos e Região (Sincomerciários)
está prejudicando os lojistas e comerciantes de Descalvado e mais duas
cidades da região, e impedindo que lojas e estabelecimentos comerciais
funcionem normalmente até as 22h00 durante este mês de dezembro, época
em que o comércio aproveita para alavancar suas vendas por contas das
festividades natalinas. O período também é bastante aguardado por quem
está a procura de emprego, já que são criadas muitas vagas temporárias
para suprir a demanda dos consumidores.
A celeuma vem ocorrendo
pois, de acordo a Associação Comercial e Industrial de Descalvado, não
houve um acordo entre o Sincomércio - cujo principal objetivo é o de
firmar o acordo coletivo de trabalho e de horários adequados junta à
classe comerciante - e o Sincomerciários (que representa
os empregados do comércio de São Carlos e região). Para que os
estabelecimentos comerciais possam funcionar sem que haja qualquer
desacordo entre patrões e empregados, todo ano é celebrado um acordo
entre os dois sindicatos, e que posteriormente é homologado por ambas as
partes. Em agosto
deste ano, uma reunião chegou a acontecer entre os dois sindicatos, porém
até o momento nenhum acordo foi firmado, o que vem impedindo que as lojas
funcionem no período noturno. Além de Descalvado, os comerciantes das
cidades de Analândia e Santa Cruz das Palmeiras vivem o mesmo drama,
justamente na época em que o comércio mais vende.
A última
Convenção Coletiva de Horário de Trabalho (CCT) para o município de
Descalvado teve seu período encerrado no dia 16 de novembro de 2016.
O
DESCALVADO NEWS
entrou em contato nesta quarta-feira (7) com o advogado da Associação
Comercial e Industrial de Descalvado (ACID), Maurício De Marco, que
contou que o problema ocorre pelo desacordo entre os dois sindicatos. "O
problema neste caso é estritamente de âmbito sindical, entre o
Sincomércio e o Sincomerciários, no qual representam os interesses de
cada um dos seus sindicalizados. A ACID vem trabalhando no sentido de
trazer uma solução para o problema que está ocorrendo, mas é necessário
que os dois sindicatos façam a homologação do seu acordo para que os
estabelecimentos comerciais possam funcionar normalmente no período noturno",
explica o advogado.
Já o Gerente Administrativo
da ACID, Valdemir Fortunato Costa, disse que a Associação Comercial
sequer foi avisada de que as lojas não poderiam abrir a noite. "Fomos
procurados por um de nossos associados, que recebeu um comunicado da sua
gerencia regional informando da impossibilidade da unidade de Descalvado
abrir a noite, devido a um desacordo entre os dois sindicatos. Foi então
que nos surpreendemos com a informação disponibilizada no site do
próprio Sincomércio, no qual informa que as Convenções Coletivas de
Trabalho de Descalvado e Santa Cruz das Palmeiras ainda estão em
negociação", disse Valdemir.
Ainda segundo o Gerente da ACID, o transtorno que vem sendo causado pelo impasse
vai muito além da perda de vendas na principal época do ano. De acordo com ele,
além vender menos e de barrar a contratação de mão de obra temporária, o
problema afeta também muitos consumidores, que aproveitam o período noturno para
realizar as suas compras. A preocupação dos comerciantes neste caso, é que
muitos consumidores podem estar se dirigindo para municípios da região para
fazer suas compras de fim de ano, já que em Descalvado o comércio está proibido
de abrir durante o período noturno.
O
DESCALVADO NEWS
falou com a advogada do Sincomerciários de São Carlos, Dra. Mônica Ferreira
Domingues, que relatou que o impasse está sendo causado pelo Sincomércio de
Pirassununga, uma vez que ele ainda não enviou o acordo celebrado todos os anos
com o Sincomerciários para homologação. A advogada
relatou ainda estar havendo uma 'certa dificuldade' até mesmo para manter um
diálogo junto ao Sindicato do Comércio Varejista de Pirassununga.
A reportagem também entrou em contato com o Sincomércio de
Pirassununga na manhã desta quarta-feira. Segundo a atendente do sindicato, a
única pessoa autorizada a falar sobre o problema seria o seu Presidente Paulo
João de Oliveira Alonso, que não atendeu nenhuma de nossas ligações. Apesar da insistência
por parte do DESCALVADO
NEWS, Paulo Alonso também não
retornou as nossas ligações.
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