Sem
coleta, todo lixo vai para o aterro sanitário da cidade
(Foto: Marlon Tavoni/EPTV) |
Sem coleta seletiva, Pirassununga manda cerca de 28,5 toneladas de lixo reciclável por dia ao aterro sanitário,
segundo uma estimativa do secretário de Agricultura e Meio Ambiente Flávio
Sousa. Estudos e coleta de dados estão em andamento para mudar a situação.
“Estamos analisando qual seria o melhor plano de resíduos sólidos a ser
implantado para a nossa cidade”, afirmou.
No aterro sanitário
de Pirassununga, são depositadas aproximadamente 60 toneladas de
lixo por dia. O secretário municipal de Agricultura e Meio
Ambiente, Flávio de Sousa, reconheceu que metade disso poderia
ser reaproveitada. |
Algumas lixeiras para separar os materiais foram compradas pelo
município e distribuídas em pontos da cidade, mas não existe
coleta seletiva e tudo tem o mesmo destino: o aterro sanitário.
A estudante Bárbara
Rubin separa o lixo reciclável, mas ela precisa levar os
produtos para a faculdade, pois é o único local na cidade onde
existe um projeto de reciclagem. “A gente espera que isso mude
no município. Que a gente não precise mais se deslocar até a
universidade para jogar o nosso lixo”, disse.
Vida útil dos aterros
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Um levantamento realizado por uma consultoria especializada, o Compromisso
Empresarial para Reciclagem (Cempre), aponta que apenas 28% dos municípios do
Estado de São Paulo têm coleta seletiva. O professor da Universidade de São
Paulo (USP) Valdir Schalch afirmou que com a coleta seletiva regular a vida útil
dos aterros pode aumentar de 20% a 30%.
Ele ainda alertou
para o risco que acúmulo de lixo de forma incorreta pode causar.
“Tem a possibilidade de haver a contaminação da água do lençol
subterrâneo, além da parte de impacto visual, tem a geração do
gás metano, que vai para atmosfera. Também a acumulação de
vetores, como pássaros, cachorros e outros animais”, explicou.
Ainda segundo
ele, quanto mais coleta seletiva, maior a vida útil dos aterros.
“A coleta seletiva pode não diminuir muito com relação ao peso,
mas diminui bastante o volume do aterro, consequentemente
aumentando a sua vida útil”, disse. “São matérias primas que
podem ser aproveitadas para outros usos. Não devemos enterrar
matéria prima”, concluiu o professor.
Exemplo -
A cooperativa de Leme coleta
30 toneladas de materiais recicláveis por mês. Se não houvesse o trabalho de
coleta, todo esse lixo iria para o aterro sanitário da cidade. Outro exemplo de
como a reciclagem pode fazer a diferença está no trabalho na cooperativa, que é
a principal fonte de renda para 34 famílias.
Para aumentar a
coleta, a ideia da cidade é incentivar a população a fazer a
destinação correta dos materiais. O engenheiro florestal da
Prefeitura, Alexandre Forte, disse que uma usina de triagem de
lixo será montada. “Temos também a intenção de montar ecopontos
pela cidade, para que esse lixo já venha pré-triado, para depois
ser separada a parte que pode ser reciclada”, revelou.
*Fonte: G1/São Carlos |