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			Um morador de rua encontrou uma sacola com uma bolsa e documentos em uma 
lixeira, quando procurava comida em São 
Carlos, na madrugada desta quarta-feira (7). Com os objetos em mãos, ele dormiu 
em frente a uma ótica no centro. Pela manhã, o homem entregou tudo a uma 
funcionária da loja e pediu que ela ligasse para a dona e devolvesse os 
pertences. Na carteira havia um cheque assinado no valor de R$ 400. 
			“Eu cheguei logo cedo e 
			ele ainda estava dormindo. Quando a gente começou a abrir a loja, 
			ele veio conversar e contou o que tinha acontecido. Ele viu que na 
			sacola tinha um papel com o nome e o telefone de uma pessoa, por 
			isso  | 
			
			
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			decidiu guardar e pediu 
			para a gente devolver”, relatou a gerente de vendas da ótica, Leda 
			Mara de Lima Caldeira. 
			O caso comoveu todas as 
			funcionárias. “Uma delas quase chorou, foi muito emocionante. Apesar 
			de tantas notícias tristes todo dia, ainda tem gente que faz as 
			coisas com boa intenção”, destacou. 
			A dona dos 
			documentos quase não acreditou quando recebeu a notícia pelo 
			telefone. “Eu fiquei tão emocionada que até chorei. Eu fiz meu RG 
			novo faz um mês e como o antigo também estava na carteira, fiquei 
			pensando como eu ia recuperar. Quando eu soube, fiquei muito feliz”, 
			comemorou a pensionista Geni Salvador Correia de Aquino, de 60 anos. 
			Segundo ela, a 
			carteira tinha sido furtada um dia antes. “Eu saí do banco e passei 
			numa loja para comprar um presente para o meu neto. Mas acabei 
			deixando a bolsa aberta. Enquanto eu estava no caixa, senti a bolsa 
			se mexendo, mas não olhei na hora para ver o que era, apenas fechei 
			o zíper. Só quando precisei do dinheiro, já dentro do ônibus, é que 
			percebi que eu estava sem a carteira. Fiquei desesperada”, relatou a 
			mulher. 
			A idosa tinha R$ 630 
			em dinheiro, além de um cheque assinado no valor de R$ 400. “O 
			cheque ainda estava lá, então eu fiquei muito feliz. Acho que o 
			morador de rua foi muito legal, gostei muito da atitude dele”, 
			comentou Geni. 
			AJUDA 
			- O morador de rua, que tem cerca de 30 anos e se chama João, disse 
			que tinha fome. A princípio, a funcionária serviu chá com bolachas, 
			habitualmente oferecido para clientes da loja. Mas depois, decidiu 
			retribuir a atitude dele com uma ajuda maior. 
			“Eu fiquei muito 
			comovida, por isso fiz uma sacola de alimentos não perecíveis e de 
			produtos de higiene pessoal e entreguei para ele. Não vai durar 
			muito, mas pelo menos ele vai conseguir passar alguns dias sem 
			fome”, falou Leda. 
			Para ela, o dia 
			trouxe uma grande lição. “Fico ao mesmo tempo triste de ver uma 
			pessoa passar por uma situação moribunda, e feliz por ver que apesar 
			de tudo ele manteve a dignidade”, finalizou. 
			*Fonte: G1/São 
			Carlos - Foto: Rodrigo Fagundes 
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