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O número de assaltos a caminhoneiros que trafegam pela Rodovia Washington Luís
(SP-310), em São Carlos, subiu 160% de janeiro a agosto deste ano em
relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Polícia Rodoviária. Os casos
cresceram 25% no trecho entre Rio Claro e Matão. Segundo a polícia, os
criminosos migram de região quando os policiais intensificam o combate.
Segundo o
levantamento da polícia, nos oito primeiros meses de 2014 foram
registrados 25 assaltos entre Rio Claro e Matão, contra 20 do
ano passado. Já o trecho de São Carlos o número aumentou 3
roubos para 8 neste ano. |
Em uma transportadora de Rio Claro, a empresa parou de levar
combustível depois de um roubo no começo do ano. Por
insegurança, também evita outros tipos de carga. “Resolvemos
parar com esse trabalho e continuar somente com o transporte de
cargas fracionadas. Alguns tipos que são muito visados nós
evitamos, como produtos eletrônicos e remédios”, afirmou o
gerente comercial Carlos Augusto Baccaro.
Agora os 15
caminhões da transportadora são rastreados. Pela tela do
computador o gerente acompanha a viagem. “A gente toma todos os
cuidados, tem o controle. Existe o rastreamento dos veículos,
mas mesmo assim é preocupante. Isso é para minimizar a ação de
bandidos”, afirmou.
MIGRAÇÃO DOS
CRIMES -
A maioria dos crimes não aconteceu na Rodovia Washington Luís,
mas em estradas próximas, com pouco movimento, ou dentro das
cidades. Além disso, os suspeitos mudam a área de atuação de
acordo com a intensificação do combate da polícia.
Em Araraquara,
por exemplo, foram 14 roubos de janeiro a agosto de 2013 e,
neste ano, no foram 8, sendo o único trecho da rodovia onde
houve redução. “A criminalidade percebe que existe um aumento de
efetivo atacando o problema e migra. Nós temos diversas maneiras
de mapear, mas o delito é dinâmico. Nós tentamos acompanhar
sempre que possível, atualizando o nosso banco de dados com o
intuito de combater e evitar esse tipo de roubo, que muitas
vezes torna-se trágico”, afirmou o capitão da Polícia Rodoviária
César Alexandre Cardeal.
ROTAS DE FUGA
- O número grande de estradas na região dificulta o trabalho da
polícia. Para o pesquisador da Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar) Fernando Moreira, são muitas rotas de fuga em
uma região estratégica. Em São Carlos, já foram registrados este
ano 8 casos de roubos de cargas e o ano passado inteiro foram
sete. "São Carlos se encontra em um lugar privilegiado em termos
de malha viária, mas há estradas simples e de excelente
qualidade que permitem uma rota de fuga muito rápida. Nós
sabemos que o efetivo policial está muito aquém do necessário,
tanto urbano quanto rodoviário. A solução está em outro tipo de
tecnologia, como observação aérea, e fornecer aos motoristas
lugares adequados para descanso com estrutura adequada e
protegida”, afirmou.
O perigo está
principalmente na hora do descanso dos caminhoneiros. “Precisa
de mais segurança, fiscalização, principalmente na parte da
noite. Vindo de São Paulo pela Washington são poucos postos para
parar. Muitas vezes, se a gente estiver com sono, é preciso
parar na beira da rodovia para poder dormir. No acostamento a
gente não tem segurança nenhuma”, afirmou o caminhoneiro Paulo
dos Santos.
De acordo com a
Agência Reguladora de Serviços Públicos de Transporte de São
Paulo, os pontos de apoio são uma alternativa para garantir mais
segurança aos caminhoneiros. Ao todo, são oito no trecho entre
Rio Claro e Matão e agência considera a quantidade suficiente.
*Fonte:
G1/São Carlos
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