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				reunião. Também 
				participaram do debate os vereadores Paula Peripato, Argeu 
				Reschini e Anderson Sposito, bem como o prefeito Henrique do 
				Nascimento, o Secretário de Finanças Geraldo de Campos e o 
				Secretário de Administração, Leandro Cardoso. 
				A explanação foi 
				feita pelo consultor Antônio Moreno, sócio-diretor da empresa 
				GEPAM  - especializada em auditoria de gestão e assessoria nas 
				áreas financeira, contábil e administrativa, com a qual a 
				Prefeitura mantém um contrato -, o qual apontou os motivos pelos 
				quais hoje os cofres públicos estão arroxados, bem como os 
				principais desafios e algumas sugestões, já adotadas por outras 
				Prefeituras.  
				Com gráficos e 
				tabelas, Moreno abordou os impactos negativos das quedas em 
				arrecadações do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), e 
				destacadamente do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias 
				e Serviços) a partir de 2009 o que vem gerando uma certa 
				dificuldade, já que o tributo é a maior fonte de arrecadação da 
				Prefeitura. Além disso, foram apontados a inflação de 6,70% do 
				período, o aumento constante dos custos e as novas atribuições 
				da municipalidade sem fontes de custeio, o aumento dos 
				compromissos como, por exemplo, com as contrapartidas 
				governamentais (no caso de uma obra ou projeto destinado pelos 
				governos Estadual ou Federal, geralmente o município arca com 
				uma contrapartida), a crescente dívida ativa com o não pagamento 
				de água e IPTU dentre outros tributos, a judicialização da saúde 
				(compras de medicamentos por ordem e força da justiça) e por 
				fim, a anulação da compensação dos tributos do INSS – caso este 
				que está sendo julgado na justiça e não há no momento uma 
				decisão que afirme que no caso de Descalvado foi legal ou não.  
				
				  
				Gráfico 
				apresentado na reunião na ACID, mostra os indicadores das 
				receitas e das despesas da Prefeitura Municipal desde 2010 
				De acordo com os 
				gráficos apresentados pelo consultor da GEPAM, em 2011 (cujo ano 
				base para o cálculo de repasses é referente a 2009) a queda na 
				arrecadação de ICMS representou 10,93% em comparação ao que foi 
				recebido no ano anterior. Em 2012 esse índice negativo foi de 
				3,19% e agora em 2014 houve uma nova e considerável queda no 
				repasse da principal fonte de receita do município, chegando ao 
				índice de menos 8,29%, o que significa dizer que a queda no 
				repasse registrada em 2014 deve-se às arrecadações de impostos 
				de dois anos atrás. 
				O cenário 
				alentador, porém virá em 2015, quando a projeção apresentada foi 
				a de que haverá um aumento dos repasses de ICMS em torno de 
				3,22%. Mas, esse índice não é suficiente para ‘salvar’ o 
				orçamento público municipal e, medidas urgentes devem ser 
				adotadas pela municipalidade que, na explanação com os 
				comerciantes, se comprometeu a tomá-las.  
				Dentre elas, a 
				mais emergencial deve ser um plano de trabalho para iniciar as 
				cobranças da dívida ativa que hoje soma aproximadamente R$ 16 
				milhões. Entre os presentes, houve um comerciante que chegou a 
				questionar se o governo municipal realmente tomaria essa medida 
				considerada ‘impopular’, haja vista que cobrar o contribuinte 
				inadimplente (aquele que deixa de pagar a água, o IPTU e outros 
				tributos), acaba não sendo uma medida bem vista politicamente, 
				mas aqueles que estiveram presentes no encontro tiveram o 
				compromisso do prefeito Henrique e também do seu secretariado, 
				de que esta é uma medida necessária e que será executada. 
				“Até porque não 
				é justo com os contribuintes que pagam seus tributos em dia, 
				serem penalizados pela falta de pagamento da parte de outros. E 
				é isso o que está ocorrendo, esse montante da dívida ativa, uma 
				vez pago, auxiliaria a Prefeitura a colocar a casa em ordem, a 
				pagar os seus fornecedores em dia, a dar andamento à obras e 
				melhorar os serviços públicos”, frisou o presidente da ACID, 
				Henrique Fava.  
				Outra medida que 
				também é reivindicada pela população e na ocasião da reunião, 
				foi abordada inclusive pelos vereadores Argeu Reschini e 
				Anderson Sposito, tem relação direta com o número de cargos 
				comissionados na Prefeitura.  Na opinião de ambos, a redução dos 
				‘chamados cargos de confiança’ têm que acontecer o quanto antes, 
				assim como fizeram outras Prefeituras da região, o que 
				contribuirá com a queda das despesas da folha de pagamento, que 
				atualmente giram em torno de 54% do orçamento público. 
				O staff do 
				prefeito Henrique também informou que já estão havendo estudos 
				para a redução dos cargos, que hoje gira em torno de oitenta e 
				cinco. 
				
					
						| SEM 
						IDENTIDADE 
						- O Secretário de Finanças, Geraldo de Campos, ao se 
						pronunciar, disse que o governo municipal está buscando 
						incessantemente maneiras de equilibrar as finanças. Além 
						da redução nas  despesas, com cortes de horas extras, 
						revisão de contratos e outras medidas apresentadas, 
						informou que a Prefeitura adquiriu um programa que visa 
						identificar as atividades econômicas em ascensão no 
						município, bem como aquelas que estão perdendo espaço, 
						isto para que políticas públicas sejam desenvolvidas 
						para o fomento econômico e geração de emprego e renda.
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				“O fato é que 
				Descalvado perdeu a sua identidade. Somos a cidade do quê? Qual 
				é o nosso forte? Nesse sentido estamos buscando diversas formas 
				de alavancar a economia do nosso município, buscando 
				alternativas e parcerias. Esse programa que adquirimos, aliás, 
				Descalvado é uma das últimas cidades a fazer isso, irá nos 
				apontas os segmentos que estão em ascensão e aqueles que estão 
				em queda. A partir dai faremos um planejamento buscando 
				incentivar as economias viáveis em nossa cidade. Mas o fato é 
				que, o momento é de nos unirmos, de darmos as mãos e trabalhar 
				em prol da cidade. É de emprego que Descalvado precisa? Então 
				vamos atrás de emprego, mas antes disso, precisamos estruturar 
				nossa cidade. Já estamos perdendo tempo, e o tempo é curto para 
				nós”, desabafou Geraldo.  
				COMPENSAÇÃO DE 
				INSS - 
				Um outro assunto abordado por Antônio Moreno e depois debatido 
				entre os presentes, destacadamente o vereador Sposito e o 
				contador da Prefeitura, Antônio Aparecido Reschini, é quanto a 
				compensação de tributos trabalhistas do INSS, uma discussão que 
				se encontra no âmbito judicial, já que há entendimentos de que a 
				manobra é irregular e não reconhecida pelo Instituto de 
				Seguridade Social; por outro lado existem Prefeituras que assim 
				o fizeram e não tiveram problemas. 
				Neste caso, a 
				Prefeitura de Descalvado deixou de pagar por um período de 14 
				meses (de novembro de 2012 a dezembro de 2013), impostos 
				trabalhistas que somados passam da ordem de R$ 10,4 milhões. 
				Desde janeiro deste ano, por entender a nova administração que a 
				medida não tem embasamento legal, os pagamentos foram retomados 
				e agora a Prefeitura Municipal está sendo notificada pela 
				Receita Federal sobre o 'calote' no pagamento destes impostos. 
				Apesar do foco 
				da reunião ter sido outro, a discussão em torno do não pagamento 
				de impostos durante os dois últimos meses de 2012 e de todo o 
				exercício de 2013, têm implicação direta na falta de recursos 
				que a Prefeitura Municipal enfrenta este ano, já que o 
				orçamento de 2014 (aprovado no ano passado), prevê que o 
				dinheiro que sobraria nos cofres municipais pelo não 
				pagamento dos tributos trabalhistas, seria uma 
				'receita a mais' para o município, o que para o atual Secretário 
				de Finanças prejudicou todo o orçamento municipal. 
				Somados, a queda 
				no repasse de ICMS, do FPM e a interrupção da manobra que 
				deixou de pagar as obrigações trabalhistas nos anos anteriores, a Prefeitura Municipal de Descalvado ficou 
				de um ano para o outro, com menos R$ 14,2 milhões 
				aproximadamente no seu caixa, o que representa uma queda no 
				orçamento de pouco mais de 15%. Sem dúvida alguma, um rombo 
				duríssimo que agora reflete-se em suas finanças. 
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