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Empresas e indústrias de 25 cidades da região
[incluindo
Descalvado], vão passar a pagar uma taxa pela
captação, consumo e lançamento de esgoto nas bacias dos rios Mogi Guaçu e Pardo
a partir de 2016. O Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daae) já começou a
cadastrar os consumidores industriais e comerciais. O prazo para que as empresas
façam o cadastramento no Daae vai até o dia 3 de novembro.
O engenheiro ambiental do
Daae, Aécio Murakami, afirma que a ideia é arrecadar R$ 2 milhões em
2016, dinheiro que vai para um fundo estadual para financiar obras
contra a |
crise no abastecimento. “Hoje não
é cobrado pelo uso da água, o que é cobrado são os gastos que as
empresas de abastecimento têm para captar a água, distribuir e levar até
os habitantes. Então desde 2012 o Daee está autorizado pelo governador a
dar início a essa cobrança pelo uso da água”, contou.
A cobrança terá início em
janeiro do ano que vem. Além de indústrias particulares, empresas
públicas de abastecimento também vão pagar pelo uso da água. Segundo o
Daae, os custos devem ser repassados para o consumidor, tornando a conta
mais cara. “No caso de R$ 2 a R$ 3 a mais por habitante. Então não seria
um valor tão exorbitante para cada usuário. Para esse momento o Daee
está dando prioridade na cobrança para empresas de abastecimento
público, para as maiores indústrias da bacia e para as empresas que
tenham poços de captações superficiais afastadas da cidade”, falou
Murakami.
COBRANÇA
- Em Porto Ferreira, a empresa de abastecimento da cidade capta 15
milhões de litros de água por dia, sendo que mais de 95% vêm do Rio Mogi
Guaçu. Depois de tratada, a água é distribuída para os mais de 50 mil
moradores do município. O diretor de operações, Gustavo Van Deursen,
afirma que ainda é cedo para falar de reajuste para o consumidor, mas já
tem ideia do impacto nas contas da empresa. “Seria algo em torno de R$ 7
mil por mês que teríamos de acréscimo com as parcelas da cobrança pelo
uso da água”, comentou.
De acordo com Deursen,
cobrar as empresas pelo uso desse recurso evita o desperdício de água.
“A cobrança nesse sentido vai ser uma forma de todo mundo usar a água de
maneira mais eficiente e consciente. E sem falar que conforme o
prestador de serviço for melhorando o serviço prestado, reduzindo suas
perdas e ampliando o tratamento de esgoto da cidade, essas parcelas
caem. Então também não deixa de ser uma forma de incentivar os
prestadores de serviço a serem mais eficientes em suas atividades”,
explicou.
Uma pedreira de Aguaí
utiliza cerca de oito mil litros diários de água vindas de um poço, mas
a partir de agora o proprietário da empresa terá que pagar pelo uso da
água. Ele já se cadastrou no site do Daae e concorda com a cobrança. “O
pessoal fazia o uso sem preocupação com o futuro, com a preservação, e
agora, a partir dessa cobrança, acredito que o pessoal vai pensar duas
vezes no desperdício”, falou o geólogo Alberto Gomes Vieira.
*Fonte: G1/São Carlos
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