"Faremos uma avaliação no dia 12 de fevereiro para que nós possamos ter
uma previsibilidade com relação ao ritmo hidrológico do final do mês de
fevereiro e do começo do mês de março. E aí sim tomaremos uma decisão
com relação ao horário de verão", disse o ministro Minas e Energia,
Eduardo Braga.
Braga também afirmou que, para enfrentar o problema da falta de chuvas,
contará também com a energia gerada pela termelétrica de Uruguaiana, no
Rio Grande do Sul, que tem potência instalada de 640 megawatts.
Em 2013, o governo
afirmou que só recorreria à energia de Uruguaiana em caso de extrema
necessidade. Para a termelétrica entrar em operação, a Argentina tem que
autorizar a utilização de um gasoduto. A empresa responsável por
Uruguaina afirmou que espera para este mês o fornecimento de gás para a
usina voltar a funcionar.
O ministro também
confirmou que a partir de primeiro de março, as distribuidoras vão
lançar uma campanha de conscientização para economia energia.
ECONOMIA DE
ÁGUA -
Para especialistas do setor elétrico, a economia de água dos
reservatórios das hidrelétricas, apesar de pequena, é importante
diante do cenário de crise. “Essa economia [de 0,4%] não é de se
jogar fora diante da atual circunstância”, diz Roberto Brandão,
pesquisador do Grupo de Estudos.
“Os benefícios não
são gigantescos, mas ainda são significativos, continua valendo
a pena. Qualquer economia de água dos reservatórios é válida”,
diz o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales. do
Setor Elétrico (Gesel), da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ).
De acordo com
dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), entre 2010
e 2014 o horário de verão resultou em economia de R$ 835 milhões
para os |
Reservatório da Usina Hidrelétrica de Funil, no sul
do Rio de Janeiro, atingiu o nível mais baixo desde
1969. (Foto: Marcos de Paula/Estadão Conteúdo) |
consumidores, devido à eletricidade que deixou de ser gerada
pelo uso da luz do sol. Para a edição 2014/2015 do horário de
verão, a economia estimada inicialmente é de R$ 278 milhões, 31%
menos do que na edição passada (R$ 405 milhões). Esses valores,
porém, são muito pequenos diante dos gastos do setor elétrico e
não chegam ter impacto nas contas de luz. |
BENEFÍCIOS
- O governo alega que o horário de verão evita investimentos de cerca de
R$ 4 bilhões ao ano, com mais geração e sistemas de transmissão de
eletricidade. Segundo o Ministério de Minas e Energia, ele permite um
melhor aproveitamento da luz solar e “maior racionalidade no uso da
eletricidade.”
Outra vantagem, diz o
ministério, é o aumento da segurança do sistema elétrico e maior
flexibilidade para a realização de manutenções, além de redução da
pressão sobre o meio ambiente e nas tarifas cobradas pelo serviço. O
horário de verão foi aplicado no Brasil pela primeira vez no verão de
1931/1932.
CONSUMO NA PONTA
- Entretanto outro efeito do horário de verão, que é o de evitar picos
de consumo de energia no chamado horário de ponta (entre 18h e 21h),
“perdeu um pouco da relevância” nos últimos anos, aponta Roberto
Brandão, da UFRJ.
Por conta do aumento no
uso do ar-condicionado no país, mais recentemente os picos de consumo de
eletricidade durante o verão começaram a ser registrados no início ou
meio da tarde, entre 14h e 16h.
No passado, esse pico
era registrado entre 18h e 21h, devido ao aumento do consumo gerado pelo
uso de eletrodomésticos quando as pessoas saem do trabalho e voltam para
as suas casas, junto com a iluminação pública nas cidades.
“Nos últimos anos, o
horário de verão perdeu um pouco da sua relevância porque houve mudança
no padrão de horário de ponta no Brasil”, diz o pesquisador. Ele aponta,
porém, que continua sendo importante equilibrar a demanda por energia no
fim do dia.
Para o professor de
engenharia elétrica da Universidade de Brasília (UnB), Rafael Shayani, o
horário de verão continua sendo importante para “evitar a sobrecarga” do
sistema elétrico durante o verão e até mesmo apagões. “O horário de
verão é necessário na medida em que a demanda por energia no Brasil está
crescendo e o setor elétrico não consegue acompanhá-la. Ela visa evitar
um apagão”, diz ele.
*Com informações do
G1/Economia
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