Alexandre Tombini
(Banco Central). Segundo dados do BC, em novembro as contas do
setor público tiveram o pior resultado da história.
"Mais do que
ninguém, sei que o Brasil precisa voltar a crescer. Os primeiros
passos dessa caminhada passam pelo ajuste nas contas publicas",
afirmou. Ela disse que o governo provou que é possível crescer e
distribuir renda. "Assim como provamos que é possível crescer e
distribuir renda, vamos provar que se pode fazer ajustes na
economia sem revogar direitos conquistados ou trair nossos
compromissos sociais", declarou. De acordo com a presidente, "as
mudanças que o país espera para os próximos quatro anos dependem
muito da estabilidade e da credibilidade da economia".
Ela
voltou a falar em ajuste em outro momento do discurso,
no qual também defendeu um aumento dos investimentos e
da produtividade da economia. "Os primeiros passos desta
caminhada passam por um ajuste nas contas públicas, um
aumento na poupança interna, a ampliação do investimento
e a elevação da produtividade da economia."
A
presidente afirmou que será "intolerante" com a inflação
e disse que, durante o primeiro mandato, o índice
permaneceu abaixo do teto da meta "e assim vai
continuar". |
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"Na economia,
temos com o que nos preocupar, mas também temos o que comemorar.
O Brasil é hoje a sétima economia do mundo, o segundo maior
produtor e exportador agrícola, o terceiro maior exportador de
minérios, o quinto país que mais atrai investimentos
estrangeiros, o sétimo em acúmulo de reservas cambiais e o
terceiro maior usuário de internet", afirmou.
EDUCAÇÃO
- Ao se referir à educação como principal prioridade do próximo
governo – ela tirou a pasta do PT eescolheu para ministro o
ex-governador do Ceará Cid Gomes (PROS) –, Dilma afirmou que o
setor começará a receber volumes "mais expressivos" de recursos
oriundos dos royalties do petróleo e do fundo social da
exploração da camada pré-sal.
"Ao bradarmos
"Brasil, pátria educadora", estamos dizendo que a educação será
a prioridade das prioridades, mas também que devemos buscar, em
todas as ações do governo, um sentido formador, uma prática
cidadã, um compromisso de ética e sentimento republicano",
afirmou.
CORRUPÇÃO
- "Democratizar o poder significa combater energicamente a
corrupção. A corrupção rouba o poder legítimo do povo. A
corrupção ofende e humilha os trabalhadores, os empresários e os
brasileiros honestos e de bem. A corrupção deve ser extirpada. O
Brasil sabe que jamais compactuei com qualquer ilícito ou
malfeito. Meu governo foi o que mais apoiou o combate à
corrupção, por meio da criação de leis mais severas, pela ação
incisiva e livre de amarras dos órgãos de controle interno, pela
autonomia da Polícia Federal como instituição de Estado, e pela
independência assegurada ao Ministério Público."
"Estou propondo
um grande pacto nacional contra a corrupção, que envolve todas
as esferas de governo e todos os núcleos de poder, tanto no
ambiente público como no ambiente privado." disse ela.
"A luta que
vimos empreendendo contra a corrupção, e principalmente contra a
impunidade de corruptos e corruptores, ganhará ainda mais força
com um pacote de medidas que me comprometo a submeter à
apreciação do Congresso Nacional ainda no primeiro semestre. São
cinco medidas: transformar em crime e punir com rigor os agentes
públicos que enriquecem sem justificativa ou não demonstrem a
origem dos seus ganhos; modificar a legislação eleitoral para
transformar em crime a prática de caixa 2; criar uma nova
espécie de ação judicial que permita o confisco dos bens
adquiridos de forma ilícita ou sem comprovação; alterar a
legislação para agilizar o julgamento de processos envolvendo o
desvio de recursos públicos; e criar uma nova estrutura no Poder
Judiciário que dê maior agilidade e eficiência às investigações
e processos movidos contra aqueles que possuem foro
privilegiado."
PETROBRAS
- "Temos muitos motivos para preservar e defender a Petrobras de
predadores internos e de seus inimigos externos. Por isso, vamos
apurar com rigor tudo de errado que foi feito e fortalecê-la
cada vez mais. Vamos, principalmente, criar mecanismos que
evitem que fatos como estes possam voltar a ocorrer. O saudável
empenho da Justiça de investigar e punir deve também nos
permitir reconhecer que a Petrobrás é a empresa mais
estratégica para o Brasil e a que mais contrata e investe no
país. Temos, assim, que saber apurar e saber punir, sem
enfraquecer a Petrobrás, nem diminuir a sua importância para o
presente e para o futuro. Não podemos permitir que a Petrobras
seja alvo de um cerco especulativo dos interesses contrariados
com a adoção do regime de partilha e da política de conteúdo
local, que asseguraram ao nosso povo, o controle sobre nossas
riquezas petrolíferas."
DIREITOS
TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIOS
- "Reafirmo meu profundo compromisso com a manutenção de todos
os direitos trabalhistas e previdenciários. Temos consciência
que a ampliação e a sustentabilidade das políticas sociais exige
equidade e correção permanente de distorções e eventuais
excessos. Vamos, mais uma vez derrotar a falsa tese que afirma
existir um conflito entre a estabilidade econômica e o
crescimento do investimento social, dos ganhos sociais e do
investimento em infraestrutura."
BOLSA FAMÍLIA
- "Continuaremos assegurando o acesso às políticas sociais e a
novas oportunidades de renda. Destaque será dado à formação
profissional dos beneficiários adultos e à educação das crianças
e dos jovens."
MINHA CASA
MINHA VIDA
- "Com a terceira fase do Minha Casa Minha Vida contrataremos
mais 3 milhões de novas moradias, que se somam às 2 milhões de
casas entregues até 2014 e às 1 milhão e 750 mil moradias em
construção, que serão entregues neste segundo mandato."
NOVO PAC
- "Vamos lançar o PAC 3 e o Programa de Investimento em
Logística 2. Assim, a partir de 2015 iniciaremos a implantação
de uma nova carteira de investimento em logística, energia,
infraestrutura social e urbana, combinando investimento públicos
e parcerias privadas."
MICROEMPRESAS
- "Ao falar dos desafios da nossa economia, faço questão de
deixar uma palavra aos milhões de micro e pequenos
empreendedores do Brasil. Em meu primeiro mandato, aprimoramos e
universalizamos o Simples e ampliamos a oferta de crédito para
os pequenos empreendedores. Quero, neste novo mandato, avançar
ainda mais. Pretendo encaminhar ao Congresso Nacional um projeto
de lei criando um mecanismo de transição entre as categorias do
Simples e os demais regimes tributários. Vamos acabar com o
abismo tributário que faz os pequenos negócios terem medo de
crescer. Porque se o pequeno negócio não cresce, o país também
não cresce."
INTERNET
- "Em 2014, em um esforço conjunto com este Congresso Nacional,
demos ao Brasil uma das legislações mais modernas do mundo na
área da internet, o Marco Civil da Internet. Reitero aqui meu
compromisso de, nos próximos quatro anos, promover a
universalização do acesso a um serviço de internet em banda
larga barato, rápido e seguro."
ELEIÇÕES
- "A população quis que ficássemos porque viu o resultado do
nosso trabalho, compreendeu as limitações que o tempo nos impôs
e concluiu que poderemos fazer muito mais. O recado que o povo
nos mandou não foi só de reconhecimento e confiança, foi também
um recado de quem quer mais e melhor. Por isso, a palavra mais
repetida na campanha foi mudança, e o tema mais invocado foi
reforma. Por isso, eu repito hoje, nesta solenidade de posse:
fui reconduzida à Presidência para continuar as grandes mudanças
do país e não trairei este chamado."
REFORMA
POLÍTICA
- "É inadiável, também, implantarmos práticas políticas mais
modernas e éticas e por isso mesmo mais saudáveis. É isso que
torna urgente e necessária a reforma política. Uma reforma
profunda que é responsabilidade constitucional desta Casa, mas
que deve mobilizar toda a sociedade na busca de novos métodos e
novos caminhos para nossa vida democrática. Reforma política que
estimule o povo brasileiro a retomar seu gosto e sua admiração
pela política."
SEGURANÇA
PÚBLICA
- “Assumo com todas as brasileiras e brasileiros o compromisso
de redobrar nossos esforços para mudar o quadro da segurança
pública em nosso País. Instalaremos centros de comando e
controle em todas as capitais, ampliando a capacidade de ação de
nossas polícias e a integração dos órgãos de inteligência e das
forças de segurança pública. Reforçaremos as ações e a nossa
presença nas fronteiras para o combate ao tráfico de drogas e de
armas.”
MÉDICOS
- "Sem dúvida, a marca mais forte do meu governo, no primeiro
mandato, foi a implantação do Mais Médicos, que levou o
atendimento básico de saúde a mais de 50 milhões de brasileiros,
nas áreas mais vulneráveis do nosso país. Persistiremos,
ampliando as vagas em graduação e em residência médica."
ESTADO UNIDOS
- "É de grande relevância aprimorarmos nosso relacionamento com
os Estados Unidos, por sua importância econômica, política,
científica e tecnológica, sem falar no volume de nosso comércio
bilateral. O mesmo é válido para nossas relações com a União
Européia e com o Japão, com os quais temos laços fecundos."
AMÉRICA DO SUL
- "Manteremos a prioridade à América do Sul, América Latina e
Caribe, que se traduzirá no empenho em fortalecer o Mercosul, a
Unasul e a Comunidade dos Países da América Latina e do Caribe (Celac),
sem discriminação de ordem ideológica."
RELAÇÃO COM OS
DEMAIS PODERES
- "Reafirmo também o meu respeito e a minha confiança no Poder
Judiciário, no Congresso Nacional, nos partidos e nos
representantes do povo brasileiro. Reafirmo minha fé na
política, na política que transforma para melhor a vida do
povo."
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TEREZA
CAMPELLO
- Após quatro anos à frente do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, a descalvadense
Tereza Campello continuará no cargo de Ministra no
segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
Economista, ela está em Brasília desde 2002, quando
participou da equipe de transição do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Tereza
Campello passou a chefiar a pasta no início da gestão
Dilma e foi responsável por conduzir um dos principais
programas do governo, o Bolsa Família – implementado em
2004, após a criação do ministério. Ela é a coordenadora
do Plano Brasil Sem Miséria, do qual o Bolsa Família faz
parte.
Ela
assumiu o comando do Desenvolvimento Social após suceder
Patrus Ananias, que havia chefiado |
a pasta em
sete dos oito anos do governo do ex-presidente Lula. |
Em meio à
disputa presidencial deste ano, Tereza Campello travou embates
indiretos com o candidato derrotado do PSDB ao Planalto, senador
Aécio Neves (PMDB). Ela chegou a convocar entrevistas coletivas
no Palácio do Planalto para rebater declarações do parlamentar
sobre o Bolsa Família e um projeto apresentado por ele
relacionado ao programa.
Tereza tem 48
anos e nasceu em
Descalvado.
Formada pela Universidade Federal de Uberlândia, ela foi
professora do curso de economia na Universidade do Vale do Rio
dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul.
Entre 1989 e
1993, nas gestões de Olívio Dutra e Raul Pont, foi assessora
econômica da Prefeitura de Porto Alegre e coordenadora do
Gabinete de Planejamento e Orçamento Participativo. No governo
estadual do Rio Grande do Sul, entre 1999 e 2002, foi secretária
substituta e coordenadora da Secretaria Geral de Governo.
Antes de assumir
o Desenvolvimento Social, Tereza Campello atuou na Casa Civil e
esteve à frente de projetos como os programas de Produção de
Biodiesel, de Etanol e Territórios da Cidadania, além do Plano
Nacional de Mudanças Climáticas e do Mutirão Arco Verde.
Presidente
Dilma Rousseff posa para foto oficial ao lado dos ministros de
Estado recém empossados.
O momento marcou o fim da cerimônia solene de posse e início do
novo mandato
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Dilma Rousseff é cumprimentada pelo ex-presidente
Lula na chegada ao Palácio do Planalto para a sua
posse no 2º mandato |
A presidente reeleita acena para o público ao lado
da filha Paula, durante desfile em carro aberto em
Brasília |
*Com informações do G1/Política - Fotos: Ueslei Marcelino,
Evaristo Sá, Sérgio Moraes, Laycer Tomaz e Leo Correa
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