Adaílton contou que a idéia da homenagem surgiu pois
Maradona e Batistuta foram dois dos maiores jogadores que
ele viu atuar. Conta ainda que mesmo antes de se casar já
pensava em usar os nomes. "Tenho certeza que eles irão fazer
com que meus filhos tenham estrela também" - disse o pai.
Adaílton conta
também que nunca esteve na Argentina e tampouco possui
parentes por lá. A paixão pela alviceleste começou em 1986:
enquanto Zico perdia um pênalti contra a França, e o Brasil
era eliminado da Copa do Mundo, a Argentina vivia a glória.
Com Maradona inspirado, os “hermanos” chegavam ao
bicampeonato mundial. Adaílton era fanático pela seleção
brasileira, mas ficou maravilhado com o futebol do país
vizinho e, desde então, nunca mais torceu por outra equipe.
"Foi uma coisa incrível. Nunca vi ninguém jogar melhor
depois daquele time. Então passei a acompanhar. Hoje sempre
torço pelos argentinos, mesmo quando jogam contra o Brasil.
Quando casei dizia que se eu tivesse dois filhos teriam o
nome de Maradona e Batistuta. E foi assim" - comenta.
Por causa
dos homônimos famosos, os dois adolescentes já tiveram de
aguentar muita piada de colegas de classe e professores na
escola. "Quando começa a chamada e o professor vê o meu nome
já começa a tirar sarro. Já estou acostumado. Fico torcendo
para me chamarem só de Diego, mas não tem jeito, a hora que
olham o sobrenome já começa a brincadeira" - conta o filho
mais velho de Adaílton, o brasileiro Diego Maradona.
Já o filho
mais novo diz não sofrer tanto. Batigol, como era conhecido
o artilheiro argentino, não chegou a ser tão famoso como
Dieguito, então, muitos dos colegas de sala pouco conhecem o
atacante. Mas mesmo assim não passa ileso na hora de jogar
bola: "Meus amigos não conhecem muito o Batistuta. As piadas
são mais na hora do futebol. Normalmente os treinadores
sempre pedem para que eu jogue no ataque e faça que nem ele.
Eu jogo bem até, mas não como ele" – brinca o Batistuta
brasileiro.
As
divergências entre pai e filhos começam na hora da torcida.
Apesar dos nomes, Maradona e Batistuta não deixam de torcer
pelo Brasil, ao contrário do pai. Nesta quarta-feira, na
decisão do Superclássico das Américas, a família estará
dividida. "Quando tem jogo vira aquela discussão. Se os
brasileiros ganham, nós fazemos piada com ele, mas, se
perde, saímos antes do fim do jogo de casa, para não ter que
aguentar a gozação" - afirma Diego.
Na decisão do
Superclássico de amanhã, dia 21, a família estará dividida
pelas duas seleções
(Foto: Nikolas Capp/GE)
E a coisa pode piorar:
Adaílton quer o que todos os
brasileiros tentam nem
pensar na possibilidade: ver
a Argentina campeã do Mundo
no Brasil em 2014. E caso
isso aconteça, ele já pensa
em uma nova homenagem na
família: "Já temos cinco
títulos mundiais, deixem os
argentinos ganharem um
pouco. O Messi pode ser
melhor que o Maradona se
ganhar uma Copa. Então que
seja aqui. E se isso
acontecer e Deus me der
outro filho, vai chamar
Lionel Messi" - promete
Adaílton.