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No dia 15 de junho, quando o PT oficializou a candidatura de Alexandre Padilha
ao governo de São Paulo, dirigentes do partido se revezaram ao microfone na convenção
estadual para conclamar a militância a enfrentar uma campanha difícil. O
ex-presidente Lula falou em eleições “atípicas e perigosas”. A ministra da
Cultura, Marta Suplicy, anunciou “o embate mais o duro da trajetória petista”.
Para Alexandre Padilha, ao menos a largada da campanha ao governo paulista
já confirmou o prognóstico.
Estacionado no
patamar de 3% das intenções de voto, segundo a mais recente
pesquisa do Datafolha, Padilha foi abandonado por partidos
aliados |
às vésperas da
eleição, o que custará minutos importantes na propaganda
eleitoral na televisão, com início no dia 19 de agosto.
Internamente, a campanha petista tem dificuldade em definir uma
estratégia: as caravanas no interior feitas nos últimos meses
não deram resultado e, na capital, os índices de aprovação do
prefeito Fernando Haddad – só 17% – não ajudam.
Não bastassem os
percalços na largada, Padilha agora tem a candidatura
ameaçada por uma liminar judicial que anulou a convenção
estadual que o lançou à disputa do Palácio dos Bandeirantes. No
último sábado (5), o Deputado Estadual Luiz Moura, proibido de
disputar as eleições pela sigla, conseguiu uma liminar anulando
a suspensão imposta pelo PT. A extensão da decisão judicial
concedida a Moura, entretanto, foi ainda maior: o juiz Fernando
Oliveira Camargo, responsável pelo plantão no final de semana,
cancelou a convenção estadual petista, que chancelou o nome de
Padilha e de todos os candidatos paulistas do partido a cargos
no Legislativo.
Apesar
da avaliação de que Moura representava “uma carga
explosiva” para o partido e, consequentemente, para a
campanha de Padilha, o PT foi surpreendido pela liminar
judicial. Em nota, o presidente estadual do partido,
Emídio de Souza, afirmou que o PT irá recorrer da
decisão. Já o presidente nacional da sigla, Rui Falcão,
apressou-se em dizer que “não há risco” à candidatura de
Padilha. "Não há nenhuma razão para anular a
convenção, não tememos que isso venha a ocorrer",
declarou.
Questionado
nesta terça-feira (8) sobre o caso, Padilha afirmou que
"o PT já deu fim nisso, quando tomou atitude correta,
rápida e ágil de realizar a |
Deputado Luiz Moura conseguiu liminar que
anula a convenção do Partido dos Trabalhadores |
suspensão, confirmada numa convenção democrática com
vários delegados". "O PT tem segurança jurídica. A
Justiça vai ver os procedimentos jurídicos corretos que
o PT adotou na sua convenção." |
Luiz Moura foi
suspenso do PT por sessenta dias depois que veio a público a
informação de que ele havia sido flagrado por policiais em uma
reunião com sindicalistas na garagem de uma cooperativa, na qual
também estavam dezoito membros da facção criminosa Primeiro
Comando da Capital (PCC). Policiais do Departamento Estadual de
Investigações Criminais (Deic) apuravam os ataques incendiários
a ônibus na cidade.
No Legislativo,
a Assembléia de São Paulo tem protelado a abertura de
processo disciplinar para apurar a conduta do petista.
*Com informações
de Veja.com - Fotos: Renato Silvestre e Alesp
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